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"Mutilação genital feminina começa a vitimar bebés"

"Mutilação genital feminina começa a vitimar bebés"
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Os bebés aram a estar entre as vítimas da mutilação genital.

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Os bebés aram a estar entre as vítimas da mutilação genital. A afirmação pertence à organização Rede Contra a Mutilação Genital Feminina (RCMGF) e reflete a tendência de que a idade das vítimas é cada vez menor.

As meninas são geralmente mutiladas quando têm cerca de 10 anos, de forma a prepará-las para o casamento. No entanto, de acordo com a RCMGF, as jovens estão a ser ‘cortadas’ mais cedo para que quem pratica o ato possa escapar à justiça.

Um bebé, nascido no dia de Natal, na remota região de Manyara, no norte da Tanzânia, foi cortada pela bisavó quando apenas tinha 5 dias de idade, revelou a organização.

Após a mutilação, surgiram complicações e a bebé morreu quando dava entrada no hospital. A mãe e a bisavó foram detidas pela polícia.

A Organização Mundial de Saúde define mutilação genital feminina como “alteração ou ferimentos nos órgãos genitais femininos por razões não médicas”.

Pode incluir a remoção do clitóris ou dos lábios vaginais; o canal da abertura vagina; colocação de um ‘piercing’, raspagem ou queimadura a área genital.

Em vésperas do Dia Mundial para a Consciencialização da Mutilação Feminina a seis de fevereiro, Francis Selasini, coordenador executivo da RCMGF, afirmou à euronews que “as meninas costumavam ser mutiladas com a idade de 10 anos e era uma prática tradicional para as preparar para o casamento”.

“Mas graças às alterações na lei e às campanhas de consciencialização para os perigos da mutilação genital, os incidentes são menos frequentes”, explicou.

“Em todo o caso, algumas pessoas veem a mutilação feminina como uma tradição que deve ser mantida e, então, para evitar problemas com as autoridades, algumas meninas são mutiladas muito novas, por vezes, são mutiladas quase à nascença”, revelou.

“O grande desafio para erradicar a mutilação feminina nesta região é a sua ligação à religião tradicional. São as anciãs que supervisionam os rituais e dá-lhes ‘status social’ quando participam”, diz ainda, Francis Selasini.

“Se uma menina não for cortada, então ela não pode participar, por isso as mulheres querem que as meninas se submetam à mutilação genital para que possam entrar no ritual”, garante.

Segundo a organização ‘Equality Now’, que luta pelos direitos humanos das mulheres e meninas, “a mutilação genital está muito ligada à região de Manyara, na Tanzânia, mas bastante tem sido feito para combater o problema”.

Em 2010, 70.8 % das mulheres e meninas na região de Manyara foram submetidas à prática, mas, desde então, o número desceu consideravelmente para os 58 %.

Grace Uwizeye, participante num projeto da Equality Now, que trabalha juntamente com RCMGF, afirma: “Agora, o desafio que os ativistas enfrentam é o facto da mutilação ser cada vez mais cedo.”

“É por causa do sucesso da consciencialização nas escolas que quem a pratica está a aproveitar-se das meninas mais novas, que não podem resistir, e procuram mesmo bebés”, acrescenta.

“É importante ter leis contra a mutilação genital feminina porque envia uma mensagem forte do governo de que quem realiza os cortes e as famílias serão perseguidos pela justiça”, diz.

“Mas a mudança não acontece da noite para o dia, os ativistas têm que trabalhar muito para mudar as enraizadas crenças tradicionais”, revela.

A RCMGF, juntamente com ativistas de outras organizações, como a Forward UK, também estão a apelar aos homens para terem um papel mais ativo.

A RCMGF afirmou à Euronews: “Os homens têm um papel importante na campanha para se acabar com a mutilação genital feminina. Alguns homens afirmam que é uma prática tradicional levada a cabo por mulheres e que por isso os homens não devem interferir. Os homenes também são pressionados a casar com mulheres que tenham sido mutiladas. No entanto, existem muitos homens que estão dispostos a mudar e a RCMGF tem feito muito para alertar grupos diferentes, incluindo escolas, comunidades e líderes religiosos”, prossegue.

Estima-se que na Europa existam cerca de 500 mil mulheres mutiladas, 136 mil das quais no Reino Unido, 29 mil na Holanda e 13 mil na Bélgica.

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