{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/05/08/paises-baixos-pedem-revisao-do-acordo-comercial-ue-israel" }, "headline": "Pa\u00edses Baixos pedem revis\u00e3o do acordo comercial UE-Israel", "description": "O Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros neerland\u00eas, Caspar Veldkamp, afirmou que o seu governo est\u00e1 a \u0022tra\u00e7ar uma linha na areia\u0022 relativamente ao bloqueio \u00e0 ajuda humanit\u00e1ria em Gaza, que, segundo ele, \u00e9 contr\u00e1rio ao direito humanit\u00e1rio internacional.", "articleBody": "Os Pa\u00edses Baixos est\u00e3o a aumentar a press\u00e3o sobre Israel por causa da sua guerra contra o Hamas em Gaza, no que parece ser uma mudan\u00e7a significativa de rumo para um dos aliados mais leais de Israel.O ministro neerland\u00eas dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Caspar Veldkamp, afirmou na quarta-feira que o bloqueio da ajuda humanit\u00e1ria por parte de Israel constitui uma viola\u00e7\u00e3o do direito humanit\u00e1rio internacional e apelou a uma a\u00e7\u00e3o coletiva de Bruxelas para rever o acordo comercial entre a UE e Israel.\u0022O que estamos a fazer aqui \u00e9 dar um sinal muito claro\u0022, afirmou Veldkamp na reuni\u00e3o dos ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da UE, em Vars\u00f3via.\u0022A situa\u00e7\u00e3o na Faixa de Gaza \u00e9 desastrosa, \u00e9 uma situa\u00e7\u00e3o humanit\u00e1ria catastr\u00f3fica\u0022, acrescentou.Antes da reuni\u00e3o, Veldkamp escreveu uma carta \u00e0 chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, pedindo uma revis\u00e3o do acordo comercial UE-Israel, afirmando que Israel est\u00e1 a violar o acordo de associa\u00e7\u00e3o.A proposta dos Pa\u00edses Baixos ser\u00e1 analisada quando os ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da UE se reunirem em Bruxelas, a 20 de maio, confirmou entretanto Kaja Kallas. Kallas acrescentou que ser\u00e3o \u201cdiscutidas\u201d outras respostas poss\u00edveis aos planos de Israel para alargar a guerra em Gaza.A carta, a que a Euronews teve o, afirma que \u201co bloqueio cont\u00ednuo de Israel \u00e0 ajuda humanit\u00e1ria e ao fornecimento de eletricidade \u00e0 Faixa de Gaza\u201d est\u00e1 \u201cem contradi\u00e7\u00e3o com as medidas provis\u00f3rias do Tribunal Internacional de Justi\u00e7a\u201d.Veldkamp acrescenta na missiva que \u201cgostaria de solicitar uma revis\u00e3o do cumprimento do artigo 2 por parte de Israel na primeira oportunidade poss\u00edvel\u201d. O artigo 2\u00ba do Acordo de Associa\u00e7\u00e3o estabelece que as rela\u00e7\u00f5es bilaterais entre a UE e Israel est\u00e3o condicionadas ao \u201crespeito pelos direitos humanos e pelos princ\u00edpios democr\u00e1ticos\u201d.Veldkamp afirma ainda que o sistema de controlo da distribui\u00e7\u00e3o de ajuda em Gaza previsto por Israel n\u00e3o respeita os princ\u00edpios humanit\u00e1rios de \u0022neutralidade, imparcialidade e independ\u00eancia\u0022.O governo neerland\u00eas tenciona vetar qualquer prorroga\u00e7\u00e3o do acordo enquanto se aguarda uma an\u00e1lise da UE sobre o cumprimento do pacto por parte de Israel, que entrou em vigor em 2000.A UE \u00e9 o maior parceiro comercial de Israel e os Pa\u00edses Baixos j\u00e1 lideraram iniciativas para bloquear as discuss\u00f5es sobre a suspens\u00e3o do acordo de associa\u00e7\u00e3o.Trata-se de uma das palavras mais fortes do governo neerland\u00eas contra o seu aliado, que at\u00e9 agora tem evitado acusar Israel de violar o direito internacional.Press\u00e3o das organiza\u00e7\u00f5es humanit\u00e1riasO governo dos Pa\u00edses Baixos tem sido alvo de press\u00f5es crescentes por parte das organiza\u00e7\u00f5es internacionais de ajuda humanit\u00e1ria para tomar uma posi\u00e7\u00e3o mais forte contra a viol\u00eancia israelita em Gaza.No m\u00eas ado, o primeiro-ministro Dick Schoof reuniu-se com representantes da Oxfam Novib, da Amnistia Internacional, da Pax, da Save the Children e dos M\u00e9dicos Sem Fronteiras, que manifestaram a sua desilus\u00e3o com o resultado da conversa.\u0022N\u00e3o existe uma linha vermelha para o governo. Est\u00e3o convencidos de que a press\u00e3o diplom\u00e1tica consegue mais\u0022, afirmou Michiel Servaes, diretor da Oxfam Novib.Esta quinta-feira, Schoof manifestou o seu apoio \u00e0s declara\u00e7\u00f5es de Veldkamp, afirmando que estas refletem a pol\u00edtica do governo. Segundo o primeiro-ministro neerland\u00eas, o an\u00fancio de Israel de expandir as suas opera\u00e7\u00f5es em Gaza e controlar toda a Faixa foi provavelmente um fator que contribuiu para a decis\u00e3o de Veldkamp de escrever a Kallas.No entanto, a medida n\u00e3o foi isenta de cr\u00edticas internas. Geert Wilders, do partido de extrema-direita PVV, o principal parceiro da coliga\u00e7\u00e3o e vencedor das \u00faltimas elei\u00e7\u00f5es nacionais, criticou Veldkamp no X, chamando-lhe \u0022ministro fraco\u0022.Outros ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros presentes em Vars\u00f3via fizeram eco das palavras de Veldkamp.O ministro belga dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Maxime Pr\u00e9vot, afirmou que \u0022\u00e9 altura de a Uni\u00e3o Europeia e toda a comunidade internacional acordarem. Sinceramente, o que estamos a ver \u00e9 uma vergonha absoluta. \u00c9 inaceit\u00e1vel\u0022.J\u00e1 o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros luxemburgu\u00eas, Xavier Bettel, disse que ou muito tempo na regi\u00e3o nos \u00faltimos meses, mas que os seus apelos a Israel para mostrar conten\u00e7\u00e3o foram em v\u00e3o.\u0022Tenho a sensa\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o est\u00e3o a ouvir ningu\u00e9m. Compreendo perfeitamente que haja press\u00f5es, que o Hamas esteja a ser pressionado e que ainda haja ref\u00e9ns. Mas temos de estar \u00e0 volta da mesa para ver como podemos encontrar solu\u00e7\u00f5es\u0022, disse Bettel aos jornalistas.\u0022Temos de encontrar uma solu\u00e7\u00e3o e n\u00e3o dar aos palestinianos a impress\u00e3o de que, no final do dia, deixar\u00e3o de existir\u0022, acrescentou.A guerra entre Israel e o Hamas come\u00e7ou quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis. O Hamas tomou 251 pessoas como ref\u00e9ns e mant\u00e9m atualmente 59, das quais se acredita que 24 estejam vivas.A subsequente ofensiva israelita matou at\u00e9 \u00e0 data 52.400 palestinianos, na sua maioria mulheres e crian\u00e7as, de acordo com o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade de Gaza, gerido pelo Hamas, cujos n\u00fameros n\u00e3o distinguem entre combatentes e civis.O ex\u00e9rcito israelita afirma que 850 dos seus soldados morreram desde o in\u00edcio da guerra.", "dateCreated": "2025-05-08T16:47:48+02:00", "dateModified": "2025-05-08T17:42:02+02:00", "datePublished": "2025-05-08T17:42:02+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F27%2F21%2F86%2F1440x810_cmsv2_4b22fc73-d3fc-545a-8fc6-0f1ac866c33c-9272186.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros dos Pa\u00edses Baixos, Caspar Veldkamp, fala aos jornalistas durante uma confer\u00eancia de imprensa conjunta com o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Ucr\u00e2nia, Andriiy Sybiha, em Kiev, a 16 de janeiro de 2025.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F27%2F21%2F86%2F432x243_cmsv2_4b22fc73-d3fc-545a-8fc6-0f1ac866c33c-9272186.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Emma De Ruiter", "sameAs": "https://twitter.com/ruiter_emma" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Países Baixos pedem revisão do acordo comercial UE-Israel

O ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, Caspar Veldkamp, fala aos jornalistas durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriiy Sybiha, em Kiev, a 16 de janeiro de 2025.
O ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, Caspar Veldkamp, fala aos jornalistas durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriiy Sybiha, em Kiev, a 16 de janeiro de 2025. Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka
Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka
De Emma De Ruiter
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

O Ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Caspar Veldkamp, afirmou que o seu governo está a "traçar uma linha na areia" relativamente ao bloqueio à ajuda humanitária em Gaza, que, segundo ele, é contrário ao direito humanitário internacional.

PUBLICIDADE

Os Países Baixos estão a aumentar a pressão sobre Israel por causa da sua guerra contra o Hamas em Gaza, no que parece ser uma mudança significativa de rumo para um dos aliados mais leais de Israel.

O ministro neerlandês dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp, afirmou na quarta-feira que o bloqueio da ajuda humanitária por parte de Israel constitui uma violação do direito humanitário internacional e apelou a uma ação coletiva de Bruxelas para rever o acordo comercial entre a UE e Israel.

"O que estamos a fazer aqui é dar um sinal muito claro", afirmou Veldkamp na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Varsóvia.

"A situação na Faixa de Gaza é desastrosa, é uma situação humanitária catastrófica", acrescentou.

Antes da reunião, Veldkamp escreveu uma carta à chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, pedindo uma revisão do acordo comercial UE-Israel, afirmando que Israel está a violar o acordo de associação.

A proposta dos Países Baixos será analisada quando os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se reunirem em Bruxelas, a 20 de maio, confirmou entretanto Kaja Kallas.

Kallas acrescentou que serão “discutidas” outras respostas possíveis aos planos de Israel para alargar a guerra em Gaza.

A carta, a que a Euronews teve o, afirma que “o bloqueio contínuo de Israel à ajuda humanitária e ao fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza” está “em contradição com as medidas provisórias do Tribunal Internacional de Justiça”.

Veldkamp acrescenta na missiva que “gostaria de solicitar uma revisão do cumprimento do artigo 2 por parte de Israel na primeira oportunidade possível”.

O artigo 2º do Acordo de Associação estabelece que as relações bilaterais entre a UE e Israel estão condicionadas ao “respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos”.

Veldkamp afirma ainda que o sistema de controlo da distribuição de ajuda em Gaza previsto por Israel não respeita os princípios humanitários de "neutralidade, imparcialidade e independência".

O governo neerlandês tenciona vetar qualquer prorrogação do acordo enquanto se aguarda uma análise da UE sobre o cumprimento do pacto por parte de Israel, que entrou em vigor em 2000.

A UE é o maior parceiro comercial de Israel e os Países Baixos já lideraram iniciativas para bloquear as discussões sobre a suspensão do acordo de associação.

Trata-se de uma das palavras mais fortes do governo neerlandês contra o seu aliado, que até agora tem evitado acusar Israel de violar o direito internacional.

Pressão das organizações humanitárias

O governo dos Países Baixos tem sido alvo de pressões crescentes por parte das organizações internacionais de ajuda humanitária para tomar uma posição mais forte contra a violência israelita em Gaza.

No mês ado, o primeiro-ministro Dick Schoof reuniu-se com representantes da Oxfam Novib, da Amnistia Internacional, da Pax, da Save the Children e dos Médicos Sem Fronteiras, que manifestaram a sua desilusão com o resultado da conversa.

"Não existe uma linha vermelha para o governo. Estão convencidos de que a pressão diplomática consegue mais", afirmou Michiel Servaes, diretor da Oxfam Novib.

Esta quinta-feira, Schoof manifestou o seu apoio às declarações de Veldkamp, afirmando que estas refletem a política do governo. Segundo o primeiro-ministro neerlandês, o anúncio de Israel de expandir as suas operações em Gaza e controlar toda a Faixa foi provavelmente um fator que contribuiu para a decisão de Veldkamp de escrever a Kallas.

No entanto, a medida não foi isenta de críticas internas. Geert Wilders, do partido de extrema-direita PVV, o principal parceiro da coligação e vencedor das últimas eleições nacionais, criticou Veldkamp no X, chamando-lhe "ministro fraco".

Outros ministros dos Negócios Estrangeiros presentes em Varsóvia fizeram eco das palavras de Veldkamp.

O ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Maxime Prévot, afirmou que "é altura de a União Europeia e toda a comunidade internacional acordarem. Sinceramente, o que estamos a ver é uma vergonha absoluta. É inaceitável".

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês, Xavier Bettel, disse que ou muito tempo na região nos últimos meses, mas que os seus apelos a Israel para mostrar contenção foram em vão.

"Tenho a sensação de que não estão a ouvir ninguém. Compreendo perfeitamente que haja pressões, que o Hamas esteja a ser pressionado e que ainda haja reféns. Mas temos de estar à volta da mesa para ver como podemos encontrar soluções", disse Bettel aos jornalistas.

"Temos de encontrar uma solução e não dar aos palestinianos a impressão de que, no final do dia, deixarão de existir", acrescentou.

A guerra entre Israel e o Hamas começou quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis. O Hamas tomou 251 pessoas como reféns e mantém atualmente 59, das quais se acredita que 24 estejam vivas.

A subsequente ofensiva israelita matou até à data 52.400 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, gerido pelo Hamas, cujos números não distinguem entre combatentes e civis.

O exército israelita afirma que 850 dos seus soldados morreram desde o início da guerra.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Forças israelitas encerram seis escolas da ONU para palestinianos em Jerusalém Oriental

Mais de 50 pessoas mortas em ataques na Faixa de Gaza com Israel a preparar-se para intensificar ofensiva

Israel aprova plano para capturar todo o território da Faixa de Gaza