O presidente russo sugeriu que a Ucrânia ficasse sob controlo temporário da ONU até ser eleito um governo “competente”, apesar de tal ser contrário à lei ucraniana.
Washington rejeitou a proposta do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar a Ucrânia sob o controlo temporário da ONU.
Putin afirmou que tal poderia ser feito até que fosse eleito um governo “competente”, no âmbito de novas conversações sobre um cessar-fogo e uma paz a longo prazo que pusesse fim à invasão em grande escala de Moscovo, agora no seu quarto ano.
No entanto, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca respondeu ao discurso de Putin esta sexta-feira, afirmando que a governação na Ucrânia é determinada pela sua Constituição.
Putin voltou a atacar o governo de Kiev e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que o Kremlin continua a acusar de ser “ilegítimo”.
De acordo com a Constituição ucraniana, a realização de eleições nacionais enquanto o país estiver sob lei marcial é ilegal. As forças russas estão também a ocupar partes do território ucraniano, tornando as eleições impossíveis.
No entanto, Putin continuou a afirmar que os sucessores poderiam contestar quaisquer acordos de paz assinados pelo atual governo de Kiev, apelando ao que disse ser uma votação para eleger “um governo viável que goze da confiança do povo e, em seguida, iniciar negociações com eles sobre um tratado de paz”.
Putin acrescentou que a governação externa é “uma das opções”, mas não entrou em pormenores.
A última declaração do presidente russo provocou fortes reações de Kiev, com o conselheiro presidencial ucraniano Dmytro Lytvyn a afirmar no X que, se Putin não sabe com quem deve falar sobre as conversações de paz, talvez precise de “comprimidos para iniciar a sua atividade cerebral”.
A cimeira, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, foi realizada pouco depois da conclusão de uma cimeira que considerou a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia para tentar chegar a um acordo de paz.
Vários países manifestaram o desejo de fazer parte da força, disse Macron na quinta-feira. No entanto, nem todos os aliados europeus concordaram com a força proposta.
O Kremlin disse que não aceitaria tropas de membros da NATO como parte de uma futura força de manutenção da paz.
A Rússia também propôs várias condições, incluindo o levantamento de algumas das sanções contra si, contrariando o cessar-fogo anunciado pelos EUA no Mar Negro.
Por sua vez, Kiev acusou Putin e Moscovo de fazerem mais exigências inatingíveis para atrasar a decisão sobre um acordo de paz.