Entre a preocupação com a interferência estrangeira e a exigência de que os gronelandeses controlem o seu próprio destino, o primeiro-ministro da ilha convocou eleições legislativas antecipadas para terça-feira.
A incerteza reina na Gronelândia numa altura em que a maior ilha do mundo se prepara para as eleições que poderão definir o seu futuro e soberania, na terça-feira.
Muitos dos 57.000 gronelandeses deste território semiautónomo oscilam entre a preocupação e a ofensa perante as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tomar o controlo da sua terra natal, rica em minerais, mesmo pela força, por alegada necessidade de Washington em nome do interesse da “segurança nacional”.
Entre a preocupação com a interferência estrangeira e a exigência de que os gronelandeses controlem o seu próprio destino, o primeiro-ministro da ilha, Mute B Egede, convocou eleições legislativas antecipadas para 11 de março.
A Gronelândia é um território autónomo da Dinamarca, um aliado de longa data dos EUA que rejeitou as propostas de Trump. Copenhaga também reconheceu o direito da Gronelândia à independência numa altura à sua escolha.
Quais são os principais partidos políticos?
Desde 1979 que a Gronelândia tem o seu próprio primeiro-ministro, que pode governar a nível local.
O parlamento, chamado Inatsisartut, tem apenas 31 deputados que serão escolhidos entre seis partidos políticos, dois dos quais fazem parte da coligação governamental dos partidos Inuit Ataqatigiit e Simiut.
As sondagens recentes sugerem que o partido Inuit Ataqatigiit, liderado por Egede, poderá obter cerca de 31% e vencer o partido Siumut por cerca de 9%.
O partido socialista de esquerda defende uma Gronelândia económica e politicamente independente e opõe-se à extração de materiais radioativos devido aos riscos ambientais.
O partido de centro-esquerda Simiut prometeu uma votação sobre a independência após as eleições, o que poderá ajudar a atrair mais eleitores e, eventualmente, permitir-lhe escolher o próximo primeiro-ministro.
Liderado por Erik Jensen, o maior partido da Gronelândia pretende reduzir a dependência económica da Dinamarca nos próximos 15 anos.
O Naleraq é o maior partido da oposição da Gronelândia, liderado por Pele Broberg. O partido de esquerda ganhou popularidade com a sua política pró-independência e a sua aparente vontade de colaborar com os EUA.
Qupanuk Olsen, a influenciadora mais popular da Gronelândia, está a concorrer ao Naleraq. Com mais de 500.000 seguidores no TikTok e 300.000 no Instagram, a criadora de contéudos tem a plataforma de campanha online mais substancial na ilha do Atlântico Norte.
As urnas abrem na terça-feira às 11h00 de Lisboa e fecham às 21h00.