{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/01/27/em-auschwitz-sobreviventes-do-holocausto-alertaram-para-aumento-do-antissemitismo" }, "headline": "Em Auschwitz, sobreviventes do Holocausto alertaram para aumento do antissemitismo", "description": "Os organizadores pediram aos pol\u00edticos para que n\u00e3o discursassem no evento deste ano, uma vez que poder\u00e1 ser a \u00faltima vez que os sobreviventes se re\u00fanem a 27 de janeiro, data em que os sovi\u00e9ticos libertaram o campo de concentra\u00e7\u00e3o nazi, em 1945.", "articleBody": "Os sobreviventes do Holocausto alertaram para o aumento do antissemitismo, ao reunirem-se no sul da Pol\u00f3nia para comemorar o 80.\u00ba anivers\u00e1rio da liberta\u00e7\u00e3o do campo de concentra\u00e7\u00e3o de Auschwitz-Birkenau. Os nazis mataram 1,1 milh\u00f5es de pessoas em Auschwitz-Birkenau, a maioria das quais eram judias. Dada a idade e a debilidade dos sobreviventes, alguns acreditam que poder\u00e1 ser a \u00faltima vez que se encontram no local para assinalar o dia - 27 de janeiro de 1945 - em que as tropas sovi\u00e9ticas libertaram o campo e, consequentemente, 7.000 pessoas. Por isso, os organizadores da cerim\u00f3nia desta segunda-feira decidiram fazer dos sobreviventes o foco central das comemora\u00e7\u00f5es, tendo pedido aos pol\u00edticos para que n\u00e3o discursassem.Entre os sobreviventes que intervieram encontra-se Tova Friedman, de 86 anos, que tinha apenas seis anos quando o campo foi libertado. \u201cLembro-me de quando era uma crian\u00e7a de cinco anos e meio e ficava a ver, do meu esconderijo... enquanto os meus amigos eram agrupados e conduzidos para a morte, enquanto os gritos de dor dos seus pais eram ouvidos em surdina\u201d, disse. \u0022Depois de todas as crian\u00e7as terem desaparecido e o p\u00e1tio estar vazio, pensei para mim pr\u00f3pria: 'Serei a \u00fanica crian\u00e7a judia que resta no mundo?'\u201d Muitos dos oradores alertaram a audi\u00eancia para os perigos do aumento do antissemitismo, afirmando que foi esse \u00f3dio que levou os nazis a matar seis milh\u00f5es de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. \u201cAtualmente, assistimos a um enorme aumento do antissemitismo e foi precisamente o antissemitismo que conduziu ao Holocausto\u201d, afirmou Marian Turski, sobrevivente de Auschwitz.Leon Weintraub, outro sobrevivente, alertou para a necessidade de estarmos vigilantes, especialmente numa altura em que a extrema-direita se est\u00e1 a tornar mais popular na Europa. \u201cSejamos muito s\u00e9rios e levemos a s\u00e9rio o que os inimigos da democracia pregam. Geralmente, procuram p\u00f4r em pr\u00e1tica os slogans que promovem\u201d, referiu.\u201cSe conseguirem chegar ao poder, temos de evitar o erro da d\u00e9cada de 1930, quando o mundo n\u00e3o levou a s\u00e9rio o regime nazi e os seus planos para criar um Estado livre de judeus, ciganos e pessoas com opini\u00f5es diferentes, ou enfermas, ou consideradas impr\u00f3prias para viver.\u201d \u0022Nunca os esqueceremos\u0022No in\u00edcio do dia, os idosos sobreviventes deste campo, alguns com len\u00e7os \u00e0s riscas, azuis e brancas, que lembravam os uniformes usados na pris\u00e3o, reuniram-se no Muro da Morte, onde os prisioneiros eram executados. O presidente polaco, Andrzej Duda, e o diretor do Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau, Piotr Cywi\u0144ski, juntaram-se a eles. Entre os l\u00edderes mundiais que se deslocaram a Auschwitz para a cerim\u00f3nia encontravam-se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, o chefe de Estado franc\u00eas, Emmanuel Macron, e o chanceler alem\u00e3o, Olaf Scholz. Embora os representantes russos sejam habitualmente convidados a visitar Auschwitz a 27 de janeiro, Dia em Mem\u00f3ria das V\u00edtimas do Holocausto, n\u00e3o t\u00eam sido recebidos desde a invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia pelas tropas de Vladimir Putin, em fevereiro de 2022. \u201cFilhos, filhas, m\u00e3es, pais, amigos, vizinhos, av\u00f3s: mais de um milh\u00e3o de pessoas com sonhos e esperan\u00e7a foram assassinadas em Auschwitz pelos alem\u00e3es\u201d, afirmou o chanceler alem\u00e3o Scholz. \u201cLamentamos a sua morte. E expressamos a nossa mais profunda solidariedade. Nunca os esqueceremos. Nem hoje, nem amanh\u00e3\u201d, mencionou ainda.O rei Carlos, o monarca brit\u00e2nico, tamb\u00e9m esteve presente: \u201c\u00c9 um momento em que recordamos as profundezas a que a humanidade se pode afundar quando se permite que o mal flores\u00e7a, ignorado durante demasiado tempo pelo mundo.\u201d \u201c\u00c0 medida que os \u00faltimos sobreviventes se v\u00e3o desvanecendo, \u00e9 nosso dever, enquanto europeus, recordar os crimes indescrit\u00edveis e honrar a mem\u00f3ria das v\u00edtimas\u201d, acrescentou a presidente da Comiss\u00e3o Europeia, Ursula von der Leyen. ", "dateCreated": "2025-01-27T16:02:03+01:00", "dateModified": "2025-01-27T23:13:43+01:00", "datePublished": "2025-01-27T23:13:43+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F00%2F78%2F50%2F1440x810_cmsv2_86de2b42-55d6-5c38-b2dd-b5ba6f45d8a9-9007850.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Em Auschwitz, sobreviventes do Holocausto alertaram para aumento do antissemitismo", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F00%2F78%2F50%2F432x243_cmsv2_86de2b42-55d6-5c38-b2dd-b5ba6f45d8a9-9007850.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "David O'Sullivan" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Em Auschwitz, sobreviventes do Holocausto alertaram para aumento do antissemitismo

Em Auschwitz, sobreviventes do Holocausto alertaram para aumento do antissemitismo
Em Auschwitz, sobreviventes do Holocausto alertaram para aumento do antissemitismo Direitos de autor AP Photo/Czarek Sokolowski
Direitos de autor AP Photo/Czarek Sokolowski
De David O'SullivanRory Sullivan
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Os organizadores pediram aos políticos para que não discursassem no evento deste ano, uma vez que poderá ser a última vez que os sobreviventes se reúnem a 27 de janeiro, data em que os soviéticos libertaram o campo de concentração nazi, em 1945.

PUBLICIDADE

Os sobreviventes do Holocausto alertaram para o aumento do antissemitismo, ao reunirem-se no sul da Polónia para comemorar o 80.º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.

Os nazis mataram 1,1 milhões de pessoas em Auschwitz-Birkenau, a maioria das quais eram judias.

Dada a idade e a debilidade dos sobreviventes, alguns acreditam que poderá ser a última vez que se encontram no local para assinalar o dia - 27 de janeiro de 1945 - em que as tropas soviéticas libertaram o campo e, consequentemente, 7.000 pessoas.

Por isso, os organizadores da cerimónia desta segunda-feira decidiram fazer dos sobreviventes o foco central das comemorações, tendo pedido aos políticos para que não discursassem.

Entre os sobreviventes que intervieram encontra-se Tova Friedman, de 86 anos, que tinha apenas seis anos quando o campo foi libertado.

“Lembro-me de quando era uma criança de cinco anos e meio e ficava a ver, do meu esconderijo... enquanto os meus amigos eram agrupados e conduzidos para a morte, enquanto os gritos de dor dos seus pais eram ouvidos em surdina”, disse.

"Depois de todas as crianças terem desaparecido e o pátio estar vazio, pensei para mim própria: 'Serei a única criança judia que resta no mundo?'”

Muitos dos oradores alertaram a audiência para os perigos do aumento do antissemitismo, afirmando que foi esse ódio que levou os nazis a matar seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

“Atualmente, assistimos a um enorme aumento do antissemitismo e foi precisamente o antissemitismo que conduziu ao Holocausto”, afirmou Marian Turski, sobrevivente de Auschwitz.

Leon Weintraub, outro sobrevivente, alertou para a necessidade de estarmos vigilantes, especialmente numa altura em que a extrema-direita se está a tornar mais popular na Europa.

“Sejamos muito sérios e levemos a sério o que os inimigos da democracia pregam. Geralmente, procuram pôr em prática os slogans que promovem”, referiu.

“Se conseguirem chegar ao poder, temos de evitar o erro da década de 1930, quando o mundo não levou a sério o regime nazi e os seus planos para criar um Estado livre de judeus, ciganos e pessoas com opiniões diferentes, ou enfermas, ou consideradas impróprias para viver.”

"Nunca os esqueceremos"

No início do dia, os idosos sobreviventes deste campo, alguns com lenços às riscas, azuis e brancas, que lembravam os uniformes usados na prisão, reuniram-se no Muro da Morte, onde os prisioneiros eram executados.

O presidente polaco, Andrzej Duda, e o diretor do Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau, Piotr Cywiński, juntaram-se a eles.

Entre os líderes mundiais que se deslocaram a Auschwitz para a cerimónia encontravam-se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Embora os representantes russos sejam habitualmente convidados a visitar Auschwitz a 27 de janeiro, Dia em Memória das Vítimas do Holocausto, não têm sido recebidos desde a invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.

“Filhos, filhas, mães, pais, amigos, vizinhos, avós: mais de um milhão de pessoas com sonhos e esperança foram assassinadas em Auschwitz pelos alemães”, afirmou o chanceler alemão Scholz.

“Lamentamos a sua morte. E expressamos a nossa mais profunda solidariedade. Nunca os esqueceremos. Nem hoje, nem amanhã”, mencionou ainda.

O rei Carlos, o monarca britânico, também esteve presente: “É um momento em que recordamos as profundezas a que a humanidade se pode afundar quando se permite que o mal floresça, ignorado durante demasiado tempo pelo mundo.”

“À medida que os últimos sobreviventes se vão desvanecendo, é nosso dever, enquanto europeus, recordar os crimes indescritíveis e honrar a memória das vítimas”, acrescentou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Alemanha assinala o 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Buchenwald

Ataque maciço da Rússia durante troca de prisioneiros faz 15 feridos em Kiev

Confronto à vista: Comissão Europeia exige que a Hungria retire o projeto de "lei da transparência"