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Von der Leyen sobre Trump: UE será "pragmática" mas protegerá os seus interesses

Von der Leyen reapareceu em Davos depois de ter estado ausente devido a uma pneumonia grave.
Von der Leyen reapareceu em Davos depois de ter estado ausente devido a uma pneumonia grave. Direitos de autor Markus Schreiber/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
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De Jorge Liboreiro
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"Está muita coisa em jogo" no que diz respeito às relações entre os EUA e a União Europeia, afirmou Ursula von der Leyen, no dia seguinte à tomada de posse de Donald Trump.

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A União Europeia terá uma atitude "pragmática" em relação à nova istração de Donald Trump, mas estará "sempre" pronta a defender os seus interesses estratégicos contra qualquer medida injustificada, afirmou Ursula von der Leyen na terça-feira, num discurso que deu o mote para a forma como Bruxelas pretende relacionar-se com Washington nos próximos quatro anos.

Durante a sua campanha, Trump ameaçou impor tarifas generalizadas sobre bens estrangeiros e rever fortemente a ajuda à Ucrânia, fazendo soar o alarme em todo o bloco. No entanto, desde a sua entrada em funções, o presidente republicano tem vindo a reduzir ambas as ameaças.

"Há muita coisa em jogo para ambas as partes", afirmou o presidente da Comissão Europeia no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.

"A nossa primeira prioridade será estabelecer um o precoce, discutir interesses comuns e estar prontos para negociar. Seremos pragmáticos, mas manter-nos-emos sempre fiéis aos nossos princípios. Proteger os nossos interesses e defender os nossos valores - é essa a via europeia", acrescentou, referindo-se aos instrumentos comerciais de que a Comissão dispõe para contrariar os direitos aduaneiros e as quotas.

Von der Leyen, que defende fortes laços transatlânticos, descreveu os EUA como um dos "parceiros mais próximos" da UE, com laços económicos profundamente interligados, desde o investimento e o emprego à produção química e aos serviços digitais, algo que, na sua opinião, deve ajudar a promover a cooperação e não o confronto.

"Nenhuma outra economia do mundo está tão integrada como a nossa", afirmou.

A eurodeputada portuguesa afirmou que a União Europeia poderá continuar a apoiar a Ucrânia em caso de retirada dos Estados Unidos da América.

"O que quer que aconteça a seguir, para nós é importante que a Ucrânia continue a ser um país independente e que seja a Ucrânia a decidir sobre o seu próprio território", respondeu.

O discurso marcou a primeira grande intervenção de Von der Leyen desde que adoeceu com uma pneumonia grave no início de janeiro. A doença obrigou a Comissão a cancelar todos os seus compromissos externos e a delegar brevemente na vice-presidente Executiva, Teresa Ribera.

A sua ausência de Bruxelas suscitou um debate sobre um vazio de poder num momento delicado para a Europa, com uma transição em curso na Casa Branca. Na terça-feira, Von der Leyen procurou reafirmar-se como uma voz de liderança na conversa política, mesmo que não tenha apresentado nenhuma linha dura contra a agenda nacionalista "America First" de Trump, que está diretamente em desacordo com o compromisso de longa data da UE com o multilateralismo.

Não mencionou Trump pelo nome.

A observação mais crítica foi feita de forma oblíqua, quando defendeu o acordo climático de Paris que o presidente americano, mais uma vez, renunciou. "O Acordo de Paris continua a ser a melhor esperança de toda a humanidade", afirmou. "A Europa vai manter o rumo e continuar a trabalhar com todas as nações que querem proteger a natureza e travar o aquecimento global."

Desde a vitória de Trump, em novembro, a Comissão tem usado de extrema cautela para evitar antagonizar a nova istração. O executivo reagiu com tibieza às ameaças militares de Trump contra a Gronelândia, que pertence ao Reino da Dinamarca, e às tentativas de Elon Musk de interferir nas eleições europeias, o que levou a uma repreensão do governo francês, que exigiu uma ação reguladora mais rápida.

A equipa de Von der Leyen está a tentar estabelecer os rápidos com os seus homólogos em Washington, embora ainda não tenha sido anunciada qualquer data para as reuniões.

Um mundo "duro"

No Fórum Económico Mundial, que reúne todos os anos, em janeiro, chefes de governo e empresários, Von der Leyen aproveitou o palco para denunciar as fraturas que minam o comércio mundial, como os choques na cadeia de abastecimento, a utilização de armas energéticas e a sabotagem de infraestruturas críticas.

Von der Leyen alertou para o facto de o recurso crescente a sanções, controlos das exportações e direitos aduaneiros - instrumentos que a sua Comissão tem utilizado de forma notória nos últimos anos - para defender a segurança nacional poder alimentar uma "corrida global para o fundo do poço" que poderá anular décadas de prosperidade.

"A ordem mundial cooperativa que imaginámos há 25 anos não se transformou em realidade. Em vez disso, entrámos numa nova era de dura competição geoestratégica", afirmou.

"As principais economias do mundo estão a competir pelo o a matérias-primas, novas tecnologias e rotas comerciais globais. Da IA à tecnologia limpa, da quântica ao espaço, do Ártico ao Mar do Sul da China. A corrida está a começar".

Os múltiplos desafios são particularmente assustadores para a UE, que mergulhou num estado de estagnação económica, perda de competitividade e alterações demográficas que se tornaram uma dor de cabeça intensa para os 27 Estados-membros.

Von der Leyen prometeu colocar a economia no centro do seu segundo mandato e cumprir as recomendações formuladas por Mario Draghi noseu relatório histórico. A redução dos preços da energia, o desbloqueamento do investimento em todo o mercado único e a redução da burocracia para as pequenas empresas estarão entre as principais acções da sua nova Comissão, afirmou na terça-feira como uma antevisão.

Os acordos comerciais serão impulsionados, acrescentou, elogiando os acordos recentemente concluídos com o Mercosul e o México. A Comissária tenciona deslocar-se à Índia para reforçar os laços comerciais.

"Nos últimos 25 anos, a Europa tem contado com a maré crescente do comércio mundial para impulsionar o seu crescimento. Dependeu da energia barata da Rússia. E a Europa subcontratou demasiadas vezes a sua própria segurança. Mas esses dias já lá vão", afirmou.

"Para manter o nosso crescimento no próximo quarto de século, a Europa tem de mudar de velocidade".

Von der Leyen reservou algum espaço para a China, um país com o qual a sua Comissão tem entrado em confronto repetidamente devido aos laços estreitos de Pequim com Moscovo, aos subsídios industriais, à espionagem, à sabotagem, aos ciberataques, às violações dos direitos humanos e à tensão no Estreito de Taiwan.

A sua presidência foi responsável pela mudança da política da UE em relação à China para uma abordagem mais assertiva e dura, que irritou Pequim mas agradou a Washington.

No seu discurso, Von der Leyen falou de um "segundo choque chinês", desencadeado por um "excesso de capacidade patrocinado pelo Estado" que está a inundar os mercados mundiais com exportações a baixo custo. Esta queixa, partilhada tanto pelos países desenvolvidos como pelos países em desenvolvimento, tem sido alvo de uma série de restrições comerciais para controlar o volume de produtos fabricados na China.

Von der Leyen afirmou que o seu executivo vai continuar a responder a quaisquer práticas injustas, como fez com os veículos elétricos, mas estendeu a mão para trabalhar "construtivamente" com Pequim para expandir os laços económicos "sempre que possível".

"As regras de relacionamento entre as potências mundiais estão a mudar. Não devemos tomar nada como garantido. E embora algumas pessoas na Europa possam não gostar desta nova realidade, estamos prontos para lidar com ela", afirmou a eurodeputada ao concluir a sua intervenção em Davos.

"Os nossos valores não mudam. Mas para defender esses valores num mundo em mudança, temos de mudar a nossa forma de agir. Temos de procurar novas oportunidades onde quer que elas surjam. Este é o momento de nos empenharmos para além dos blocos e dos tabus. E a Europa está pronta para a mudança."

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