Centenas de toneladas de cereais foram enviadas para a Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, no âmbito do programa humanitário "Grãos da Ucrânia", lançado pelo líder ucraniano.
A Ucrânia vai ajudar a estabilizar a situação na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na quinta-feira, acrescentando que serão fornecidos cereais ucranianos à Síria.
"Estamos a preparar o restabelecimento das relações diplomáticas com a Síria e a cooperação em organizações internacionais", afirmou Zelenskyy.
"Vamos comunicar com os europeus e com os EUA para garantir que o apoio é o mais forte possível", explicou numa mensagem publicada no Telegram. "Mais estabilidade no Médio Oriente significa mais paz e comércio para todos os parceiros".
Zelenskyy também disse que Kiev planeia duplicar o fluxo de comércio com o Líbano este ano.
O presidente ucraniano afirmou que o objetivo do programa "Grãos da Ucrânia" é oferecer apoio e colaborar com o novo governo sírio liderado pelo HTS em Damasco. O programa foi criado em 2022 após a invasão total da Ucrânia pela Rússia, no início desse ano.
Segundo Zelenskyy, pelo menos 500 toneladas de farinha de trigo já foram enviadas para a Síria no âmbito desta iniciativa humanitária. Desde o lançamento do programa, a Ucrânia já entregou mais de 221 mil toneladas de produtos agrícolas a países de África e da Ásia.
Na semana ada, Zelenskyy afirmou que a Ucrânia tinha a oportunidade de contribuir para o restabelecimento da estabilidade na Síria após anos de interferência russa.
"Seria o o certo para restabelecer as nossas relações diplomáticas e a cooperação económica com a Síria e espero sinceramente que a Síria pós-Assad respeite o direito internacional, algo que al-Assad não conseguiu e não quis fazer".
A Ucrânia é um produtor e exportador mundial de cereais e oleaginosas e já afirmou que pretende restabelecer relações com a Síria depois dos rebeldes terem deposto o regime de al-Assad.
Tradicionalmente, Kiev exportava produtos agrícolas para o Médio Oriente, mas não para a Síria, que importava alimentos da Rússia na era de al-Assad.
Moscovo continua a ser um firme aliado de al-Assad, concedendo-lhe asilo político depois de este ter fugido da Síria em dezembro.