Primeiro-ministro português afirmou que "Portugal é um dos países mais seguros do mundo", mas avisou que "é preciso não viver à sombra da bananeira". Montenegro anunciou ainda o desmantelamento de duas redes de tráfico de pessoas.
O governo português planeia investir 20 milhões de euros em 600 novos veículos para a PSP e a GNR. O anúncio foi feito na quinta-feira pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, numa comunicação ao país, às 20 horas, a partir da residência oficial em Lisboa.
Ao lado das ministras da Justiça e da istração Interna, bem como das chefias da PSP, GNR, Polícia Judiciária e Sistema de Segurança Interna, o chefe do executivo considerou o investimento adicional necessário e assegurou que vai continuar a valorizar as carreiras dos profissionais das forças de segurança.
No entanto, o sindicato nacional da polícia portuguesa afirmou que o investimento era “insuficiente” e “aquém das necessidades”.
O presidente do sindicato referiu que alguns equipamentos da polícia portuguesa estão em diferentes estados de degradação e que, sem investimento, a polícia fica paralisada.
"Portugal é um dos países mais seguros do mundo, mas é preciso não viver à sombra da bananeira de uma performance ada", declarou Montenegro, acrescentando que o país não pode deixar crescer "sentimentos de insegurança" nem "fenómenos criminais graves".
A intervenção do primeiro-ministro serviu também para fazer o balanço da operação "Portugal Sempre Seguro" que levou ao desmantelamento de duas redes de tráfico de pessoas. Iniciada a 4 de novembro, a operação envolveu mais de 4 mil efetivos das forças de segurança, adiantou Montenegro.
Ministra com " trabalho excecional"
Na comunicação ao país, Luís Montenegro sublinhou que mantém a confiança na ministra da istração Interna, que tem estado sob um manto de críticas na sequência dos incêndios de setembro que atingiram com severidade o distrito de Aveiro e da onda de violência registada em outubro na Grande Lisboa.
“Com certeza que todos os membros do Governo têm a minha confiança plena para o exercício das suas funções e estão na plenitude da sua ação. Em particular a senhora ministra da istração Interna e a senhora ministra da Justiça estão a fazer um trabalho excecional em relação aos desafios que temos pela frente e que têm de ser ultraados com base em decisões e em ações”, afirmou.
No final de outubro, Portugal assistiu a uma sucessão de tumultos na área da Grande Lisboa, com apedrejamentos a viaturas policiais, dezenas de incêndios e outros atos de vandalismo, em resultado da morte de Odair Moniz, um cidadão cabo-verdiano que morreu depois de ter sido baleado por um agente da PSP.