Entre as zonas mais afetadas contam-se partes do País de Gales, onde as autoridades emitiram mais de 40 avisos de inundação, depois de terem sido registadas inundações em várias cidades durante o fim de semana. Pelo menos cinco mortes foram reportadas durante a tempestade.
PUBLICIDADEDepois da Irlanda, a tempestade Bert chegou ao Reino Unido provocando cheias severas em várias partes do território.
Esta segunda-feira, depois de um fim de semana de chuva intensa, centenas de proprietários de habitações e negócios em Inglaterra e no País de Gales continuaram a lutar contra as águas após as chuvas generalizadas.
Vários operadores ferroviários cancelaram serviços, uma vez que mais de 180 avisos de inundação continuaram em vigor na sequência da tempestade Bert, que assolou o país com chuvas torrenciais e fortes rajadas de vento durante o fim de semana.
De acordo com as autoridades ambientais e de emergência, caíram 130 milímetros de chuva em algumas zonas, fazendo com que alguns rios transbordassem as suas margens e transformando as estradas em cursos de água.
Um aviso de inundação grave, que significa que há perigo de vida, foi emitido no início da segunda-feira para as áreas próximas do rio Nene, em Northampton, uma vez que os níveis de água continuaram a subir.
Entre as zonas mais atingidas contam-se partes do País de Gales, onde os residentes de Pontypridd tentaram proteger as suas casas utilizando baldes para fazer transbordar a água de um muro de proteção contra as cheias para o rio Taff.
Vários residentes manifestaram a sua frustração com as autoridades. “Deviam ter colocado uma proteção contra as inundações em vez de uma vedação à Harry Potter. Façam o vosso trabalho. É para isso que lhes pagamos o dinheiro”, disse um residente.
“Como podem ver, os Recursos Naturais do País de Gales acabaram de recolocar os gradeamentos; isso não faz nada. Assim que se vai, volta a ar por ali”, disse outra.
No Norte do País de Gales, dez pessoas foram resgatadas de uma casa na sequência de um deslizamento de terras provocado pelas condições extremas.
Imprensa local avança vítimas mortais
Segundo explica o jornal The Guardian, pelo menos cinco mortes foram reportadas durante a tempestade. Um corpo foi encontrado durante as buscas por Brian Perry, cidadão de 75 anos, no domingo à tarde, depois de ter desaparecido no rio Conwy, no norte do País de Gales.
Um homem na casa dos 60 anos morreu depois de uma árvore ter caído sobre um carro numa estrada perto Winchester, segundo informou a polícia de Hampshire, citada pela publicação britânica. Um homem de 80 anos morreu no hospital depois de ter sido resgatado de um carro que tinha caído num curso de água sábado à tarde.
Dois outros acidentes mortais ocorreram enquanto a tempestade se fazia sentir em Inglaterra.
Foram ainda reportados vários outros acidentes rodoviários, mas não se estabeleceu a ligação entre as vítimas e o temporal.
Faltas de eletricidade em todo o Reino Unido
A tempestade, descrita como um evento de múltiplos riscos, trouxe chuva forte, neve e ventos que atingiram velocidades de até 70 milhas (113 quilómetros) por hora.
A tempestade provocou cortes de eletricidade generalizados em todo o Reino Unido, com cerca de 27.000 casas no Nordeste, Yorkshire e North Lincolnshire a sofrerem falhas de eletricidade durante todo o domingo.
A National Grid informou que mais 4.000 casas nas Midlands, no sudoeste de Inglaterra e no Sul do País de Gales também ficaram sem eletricidade.
Na Irlanda, pelo menos 30.000 casas e empresas ficaram sem eletricidade devido aos ventos fortes, tendo os condados do oeste e noroeste sofrido o maior número de cortes.
A Agência do Ambiente emitiu numerosos alertas e avisos de inundação. Prevê-se que o tempo húmido inunde terrenos agrícolas, estradas secundárias e zonas de recreio, advertiu a agência.
Os cientistas acreditam que o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos está ligado às alterações climáticas, que podem fazer com que as tempestades adquiram mais energia e aumentem a velocidade do vento.