Chefe da diplomacia europeia condenou alteração da doutrina nuclear russa, que alarga as possibilidades de utlização de armas nucleares pelo país em caso de ataque.
Em resposta ao levantamento das restrições dos Estados Unidos sobre a utilização de mísseis de longo alcance pela Ucrânia, Putin assinou hoje o decreto que alarga as possibilidades de utilização de armas nucleares, com uma revisão da doutrina nuclear para o país.
Algo que não soa a novidade para o principal diplomata da União Europeia.
"Não é a primeira vez que Putin joga a aposta nuclear, também criou uma crise de segurança alimentar e energética", afirmou Josep Borrell. Apesar de não ser nova, para o Alto Representante, a estratégia do presidente russo continua a ser condenável.
"Não é a primeira vez que utiliza tudo o que pode para criar insegurança, tropas norte-coreanas em solo europeu, mas apelar ao nuclear, falar de dissuasão nuclear neste momento é algo que rejeitamos veementemente. Condenamos qualquer referência à utilização de armas nucleares”, afirmou.
Josep Borrell diz que a União Europeia não faz parte do conflito mas a forma como este se desenrolar no futuro, ditará o preço a pagar pela Europa.
“O destino da Ucrânia determinará o destino da União Europeia e, se (o Presidente russo, Vladimir) Putin for bem-sucedido na Ucrânia, pagaremos uma fatura muito elevada, muito mais cara do que qualquer tipo de apoio militar que possamos prestar atualmente”, afirmou o alto representante da UE.
Mesmo com a ameaça nuclear a pairar sobre o conflito, Borrel acredita que o bloco irá continuar a apoiar a Ucrânia, independentemente de quem ocupe a Sala Oval na Casa Branca.
"O importante é avaliar a vontade dos Estados-membros europeus de continuar a apoiar a Ucrânia e, certamente, estamos num cenário diferente, com um presidente diferente na Casa Branca, que parece ter ideias sobre como acabar com a guerra. Hoje, os ministros da Defesa da UE e ontem os ministros dos Negócios Estrangeiros, posso dizer que a grande maioria, talvez com algumas exceções, mostrou a sua determinação em continuar a apoiar a Ucrânia”, afirmou.