Maia Sandu, que venceu a primeira volta das presidenciais, realizadas em simultâneo com o referendo sobre adesão à UE, denunciou "fraude sem precedentes" na votação.
A Moldova foi a votos no domingo para eleger um presidente e dar conta da vontade da população sobre a União Europeia, com um referendo sobre a entrada do país no bloco comunitário.
Na manhã desta segunda-feira, o "sim" dos moldavos à adesão à União Europeia parece ter vencido o referendo, ainda que por curtíssima margem: com quase 99% dos votos contados, o "sim" alcançou, de acordo com as autoridades eleitorais da Moldova, 50,18%, de um total de 1,4 milhões de boletins de voto.
O resultado, praticamente um empate, foi surpreendente: esperava-se uma confortável vitória do "sim", mas o "não" chegou mesmo a estar à frente durante a contagem.
Já a presidente pró-União Europeia, Maia Sandu, fala numa "fraude sempre precedentes", denunciando que os números eleitorais resultaram de uma interferência estrangeira na política moldava.
"Grupos criminosos, juntamente com forças estrangeiras, hostis aos nossos interesses, atacaram o nosso país com dezenas de milhões de euros, mentiras e propaganda, com os meios mais miseráveis para conduzir os nossos cidadãos e o nosso país para uma zona de incerteza e instabilidade. Temos provas e informações de que o objetivo do grupo criminoso era comprar 300 mil votos. A escala da fraude não tem precedentes", afirmou Maia Sandu, em conferência de imprensa.
Na corrida presidencial, Sandu, que tenta a reeleição, venceu a primeira volta com 42% dos votos, num universo de 11 candidatos, mas não conseguiu obter uma maioria absoluta. No dia 3 de novembro, Alexandr Stoianoglo, um antigo procurador-geral favorável à Rússia - e que foi dispensado pela atual presidente - superou as sondagens e, com cerca de 26% dos votos, vai disputar a segunda volta.
Até ao fecho das urnas, às 21:00 de domingo, mais de 1,5 milhões de eleitores - cerca de 51% dos eleitores elegíveis - tinham votado, segundo a Comissão Eleitoral Central.
A Moldova está atualmente em negociações com a UE para se tornar membro do bloco comunitário. Qualquer que seja o resultado do referendo, as conversações deverão continuar, uma vez que este não era juridicamente vinculativo.
Ainda assim, um escrutínio que se esperava claro, para poder tornar o processo de adesão irreversível, acabou por trazer ainda mais instabilidade ao atual processo.
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