A guerra em Gaza, que teve início em 7 de outubro do ano ado, causou a morte de mais de 41 000 palestinianos e dizimou a Faixa de Gaza. Cerca de 100 israelitas continuam reféns do Hamas e acredita-se que menos de 70 estejam vivos.
Milhares de pessoas protestaram nas capitais europeias em apoio à Palestina, na véspera do primeiro aniversário da guerra, a 7 de outubro.
Realizaram-se grandes manifestações em várias cidades europeias, que deverão continuar durante o fim de semana e culminar na segunda-feira, data do aniversário.
Itália
Em Roma, vários milhares de pessoas manifestaram-se pacificamente até que um grupo mais pequeno tentou empurrar a manifestação para o centro da cidade, apesar da proibição das autoridades locais que se recusaram a autorizar protestos, alegando preocupações de segurança.
Alguns manifestantes, vestidos de preto e com os rostos cobertos, atiraram pedras, garrafas e bombas de papel à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e canhões de água, acabando por dispersar a multidão.
Pelo menos 30 agentes da polícia e quatro manifestantes ficaram feridos nos confrontos, informaram os meios de comunicação locais. Outros quatro foram detidos.
A manifestação em Roma tinha sido calma, com as pessoas a gritarem "Palestina livre, Líbano livre", a agitarem bandeiras palestinianas e a segurarem cartazes que apelavam ao fim imediato do conflito.
Reino Unido
Em Londres, milhares de pessoas marcharam pela capital até Downing Street no meio de uma forte presença policial.
O ambiente era tenso quando os manifestantes pró-palestinianos e os contra-manifestantes, alguns com bandeiras israelitas, avam uns pelos outros.
Houve confrontos quando os agentes da polícia fizeram recuar os ativistas que tentavam ar por um cordão de isolamento.
Pelo menos 17 pessoas foram detidas por suspeita de infrações à ordem pública, apoio a uma organização proscrita e agressão, informou a Polícia Metropolitana.
Espanha
Milhares de pessoas saíram também às ruas de Madrid para exigir um cessar-fogo em Gaza.
Os protestos foram pacíficos e não foram registados incidentes de confrontos com a polícia.
"A indignação com esta situação, milhares e milhares de pessoas mortas em Gaza, agora no Líbano, já há mais de 2.000, mais de 10.000 pessoas desaparecidas. Isto tem de ser travado de uma forma ou de outra", disse Enrique Quintanilla, do grupo "Disarm Madrid".
Alemanha
Em Hamburgo, no norte do país, cerca de 950 pessoas participaram numa manifestação pacífica, muitas das quais agitando bandeiras palestinianas e libanesas e gritando "Parem o Genocídio", informou a agência noticiosa DPA, citando uma contagem da polícia.
Duas contra-manifestações pró-israelitas de menor dimensão decorreram sem incidentes, segundo a mesma agência.
Sérvia
Em Belgrado, uma manifestação mais pequena, com cerca de 200 pessoas, foi realizada com gritos de "Palestina Livre" e expressando a sua raiva pelo apoio do governo a Israel.
"A mensagem principal é que nós, cidadãos da Sérvia e de Belgrado, somos contra a exportação de armas para Israel. A República da Sérvia está a exportar armas para Israel. Desde 7 de outubro do ano ado, o valor das armas exportadas da Sérvia para Israel ascende a pelo menos 20 milhões de euros. Somos contra isso", afirmou o organizador do protesto, Mihajlo Nikolic.
Estão previstas manifestações em vários outros países da Europa, incluindo a Grécia, os Países Baixos, a Dinamarca e a Suíça.
Segurança reforçada
As forças de segurança de vários países alertaram para o aumento dos níveis de alerta nas principais cidades, devido à preocupação de que o conflito no Médio Oriente possa inspirar novos ataques terroristas na Europa ou que os protestos se tornem violentos.
Os protestos pró-palestinianos que apelam a um cessar-fogo imediato ocorreram repetidamente em toda a Europa e em todo o mundo no ano ado e tornaram-se frequentemente violentos, com confrontos entre manifestantes e agentes da autoridade.
Um ano sangrento
Em 7 de outubro do ano ado, o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, matando 1200 israelitas, fazendo 250 pessoas reféns e desencadeando uma guerra com Israel que destruiu grande parte da Faixa de Gaza controlada pelo Hamas.
Mais de 41.000 palestinianos foram mortos desde então em Gaza, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre combatentes e civis.
Cerca de 100 reféns israelitas permanecem em Gaza, dos quais menos de 70 se pensa estarem vivos.