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Isolamento e tortura: como vive um ativista político numa prisão na Bielorrússia

Isolamento e tortura: como vive um ativista político numa prisão na Bielorrússia
Isolamento e tortura: como vive um ativista político numa prisão na Bielorrússia Direitos de autor Euronews
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De Diana Resnik com Euronews
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A ativista da oposição bielorrussa Natallia Hersche viveu na pele as condições das prisões do país. Em liberdade, luta agora para que outros presos políticos não sejam esquecidos.

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Isolamento e tortura: é assim que a Amnistia Internacional descreve as condições de detenção dos presos políticos na Bielorrússia.

A ativista da oposição bielorrussa Natallia Hersche experienciou as condições das prisões bielorrusas quando esteve detida. Hoje, está em liberdade e luta para que as 1.400 pessoas que estão atrás das grades na Bielorrússia devido às suas ideologias não sejam esquecidas.

Em Berlim, na antiga prisão da Stasi, que é hoje um memorial, Hersche explicou à Euronews por que razão os presos políticos dificilmente são libertados.

“Os presos políticos são as piores pessoas para uma ditadura”, explica. “Porque é que devem ser libertados? Provavelmente tornar-se-ão ativos quando deixarem o país. Por isso, são um perigo muito grande para uma ditadura”.

As condições nas prisões bielorrussas são duras. Natallia teve de ar 46 dias numa cela com um metro e meio de largura porque se recusou a coser uniformes para o regime bielorrusso.

“Isso foi tortura. É claro. Porque a temperatura na cela era tão baixa que não se conseguia dormir à noite. Não havia roupa de cama. Estava frio. Só conseguíamos fechar os olhos durante dez minutos e depois tínhamos de nos levantar para nos aquecermos”, explicou a ativista. “Também me magoei durante esse tempo. Parti a minha perna”.

"Quando ela cantava, eu chorava"

Ocupar tempo numa prisão pode ser difícil. “Não tentei escrever, mas cantava”, contou Natallia, que explicou à Euronews como fazia para ar o tempo, juntamente com outra prisioneira, detida  pelos mesmos motivos.

“No centro de detenção, havia outra prisioneira política no mesmo edifício e trocávamos as nossas emoções cantando. Quando ela cantava, eu chorava. Quando eu cantava, ela ficava emocionada”, explicou.

Kupalinka é uma conhecida canção popular bielorrussa, frequentemente cantada durante os protestos na Bielorrússia e que se tornou um símbolo de resistência desde então. Entre as canções trauteadas pelas por Natallia, a Kupalinka fazia sempre parte do reportório.

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