{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/09/12/ativistas-pedem-medidas-para-interromper-as-deportacoes-forcadas-para-a-siria" }, "headline": "Ativistas pedem medidas para interromper as deporta\u00e7\u00f5es for\u00e7adas para a S\u00edria", "description": "Defensores dos direitos humanos s\u00edrios apelaram \u00e0 Uni\u00e3o Europeia para ajudar a travar o aumento da viol\u00eancia contra os refugiados s\u00edrios em Chipre e no L\u00edbano, incluindo a deporta\u00e7\u00e3o for\u00e7ada.", "articleBody": "\u0022O tri\u00e2ngulo entre o L\u00edbano, a S\u00edria e o Chipre tem catalisado a cat\u00e1strofe dos refugiados s\u00edrios. Sabemos com certeza que muitos dos que foram for\u00e7ados a regressar \u00e0 S\u00edria acabaram detidos \u00e0 chegada, ou foram recrutados pelo governo para o servi\u00e7o militar, tendo alguns acabado por servir no ex\u00e9rcito russo\u0022, disse Sawsan Abou Zainedine, CEO da associa\u00e7\u00e3o Madaniya, em entrevista \u00e0 Euronews, em Bruxelas.Sawsan Abou Zainedine e outros ativistas e juristas dos direitos humanos reuniram-se, recentemente, com altos funcion\u00e1rios e membros dos governos da UE para debater o aumento da viol\u00eancia por parte das autoridades que acolhem refugiados s\u00edrios e que foi documentado pelas Na\u00e7\u00f5es Unidas e por v\u00e1rias organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais, tais como a Human Rights Watch.O aumento da instabilidade no L\u00edbano, que acolhe 1,5 dos 6 milh\u00f5es de refugiados s\u00edrios, tem levado muitos s\u00edrios a tentarem chegar ao Chipre, pa\u00eds da Uni\u00e3o Europeia mais pr\u00f3ximo , atravessando o mar Mediterr\u00e2nio. Como resposta ao aumento de chegadas, o Chipre suspendeu o processamento de pedidos desde abril.Em rea\u00e7\u00e3o ao relat\u00f3rio da Human Rights Watch, o Minist\u00e9rio da Migra\u00e7\u00e3o e Prote\u00e7\u00e3o Internacional do Chipre emitiu um comunicado no qual nega ter realizado os chamados pushbacks, isto \u00e9, o reenvio dos requerentes de asilo s\u00edrios de volta para o L\u00edbano. 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Se queremos que os s\u00edrios queiram ir para casa, ent\u00e3o os criminosos de guerra n\u00e3o devem estar no poder e controlar completamente a economia do pa\u00eds\u0022, referiu, em entrevista \u00e0 euronews.Um relat\u00f3rio realizado pelo Gabinete do Alto Comiss\u00e1rio das Na\u00e7\u00f5es Unidas para os Direitos Humanos, em fevereiro, afirmou que a S\u00edria n\u00e3o oferece condi\u00e7\u00f5es seguras aos repatriados, uma vez que \u201cest\u00e3o sujeitos a viola\u00e7\u00f5es e abusos grosseiros dos direitos humanos\u201d.Os ativistas e juristas destacaram que os refugiados \u0022est\u00e3o a tornar-se cada vez mais alvos da xenofobia, da discrimina\u00e7\u00e3o e das agress\u00f5es violentas, \u00e0 medida que o discurso pol\u00edtico se desloca para o di\u00e1logo com Assad\u0022. \u0022A retoma de di\u00e1logo com o regime s\u00edrio n\u00e3o deve ser enquadrada como um movimento diplom\u00e1tico para resolver um conflito prolongado porque reabilita um regime respons\u00e1vel por crimes de guerra e por crimes contra a humanidade, sob o disfarce do pragmatismo\u0022, disse Sawsan Abou Zainedine, na confer\u00eancia de imprensa.A ativista alertou que tal pode comprometer os esfor\u00e7os das Na\u00e7\u00f5es Unidas, atrav\u00e9s da Resolu\u00e7\u00e3o do Conselho de Seguran\u00e7a 2254, para obter uma paz duradoura e o respeito pelos direitos humanos.", "dateCreated": "2024-09-12T11:09:12+02:00", "dateModified": "2024-09-12T18:31:16+02:00", "datePublished": "2024-09-12T18:24:06+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F72%2F42%2F92%2F1440x810_cmsv2_c1ace045-2d6b-5998-acc1-18341b579624-8724292.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Requerentes de asilo s\u00edrios num campo de refugiados em Kokkinotrimithia, em Chipre", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F72%2F42%2F92%2F432x243_cmsv2_c1ace045-2d6b-5998-acc1-18341b579624-8724292.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Marques da Silva", "givenName": "Isabel", "name": "Isabel Marques da Silva", "url": "/perfis/544", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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Ativistas pedem medidas para interromper as deportações forçadas para a Síria

Requerentes de asilo sírios num campo de refugiados em Kokkinotrimithia, em Chipre
Requerentes de asilo sírios num campo de refugiados em Kokkinotrimithia, em Chipre Direitos de autor Petros Karadjias/Copyright 2017 The AP. All rights reserved.
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De Isabel Marques da Silva
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Defensores dos direitos humanos sírios apelaram à União Europeia para ajudar a travar o aumento da violência contra os refugiados sírios em Chipre e no Líbano, incluindo a deportação forçada.

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"O triângulo entre o Líbano, a Síria e o Chipre tem catalisado a catástrofe dos refugiados sírios. Sabemos com certeza que muitos dos que foram forçados a regressar à Síria acabaram detidos à chegada, ou foram recrutados pelo governo para o serviço militar, tendo alguns acabado por servir no exército russo", disse Sawsan Abou Zainedine, CEO da associação Madaniya, em entrevista à Euronews, em Bruxelas.

Sawsan Abou Zainedine e outros ativistas e juristas dos direitos humanos reuniram-se, recentemente, com altos funcionários e membros dos governos da UE para debater o aumento da violência por parte das autoridades que acolhem refugiados sírios e que foi documentado pelas Nações Unidas e por várias organizações não governamentais, tais como a Human Rights Watch.

O aumento da instabilidade no Líbano, que acolhe 1,5 dos 6 milhões de refugiados sírios, tem levado muitos sírios a tentarem chegar ao Chipre, país da União Europeia mais próximo , atravessando o mar Mediterrânio. Como resposta ao aumento de chegadas, o Chipre suspendeu o processamento de pedidos desde abril.

Em reação ao relatório da Human Rights Watch, o Ministério da Migração e Proteção Internacional do Chipre emitiu um comunicado no qual nega ter realizado os chamados pushbacks, isto é, o reenvio dos requerentes de asilo sírios de volta para o Líbano. O governo acrecesntou que o Chipre é um “pequeno país da linha da frente” que “recebeu fluxos de migrantes maciços nos últimos anos”.

Por seu lado, a Comissão Europeia aprovou, em maio, mil milhões de euros de ajuda financeira ao Líbano, destinados à gestão de fronteiras e ao apoio a pessoas vulneráveis, incluindo os refugiados sírios.

A Human Rights Watch critica o executivo da UE pelo apoio financeiro que é dado sem meios adequados para verificar a cumprimento dos direitos fundamentais, mas a Comissão Europeia garante que "monitoriza" estes acordos e que exige aos parceiros "que respeitem o princípio de non-refoulment".

Carta de oito países para rever política com a Síria

O apelo dos ativistas, em conferência de imprensa, na quinta-feira, surge na véspera de uma reunião de um Grupo de Trabalho no Conselho Europeu sobre uma carta enviada por oito Estados-membros, incluindo o Chipre, que pede que o bloco reavalie as suas políticas em relação à Síria, retomando o diálogo com o regime sírio.

“O nosso objetivo é uma política mais ativa, orientada para os resultados e operacional da Síria. (...) Isto permitir-nos-ia aumentar a nossa alavancagem política e a eficácia da nossa assistência humanitária”, disseram os ministros dos Negócios Estrangeiros da Áustria, Croácia, Chipre, Chéquia, Grécia, Itália, Eslováquia e Eslovénia na missiva enviada ao chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

Se queremos que os sírios queiram ir para casa, então os criminosos de guerra não devem estar no poder e controlar completamente a economia do país"
Zahra Albarazi
Advogada especializada em direitos humanos

Zahra Albarazi, advogada especializada em direitos humanos, recorda que o país ainda está em grande medida sob controlo de Bashar Al-Assad, 13 anos após a revolta contra o regime.

“Não deve haver discussão sobre o regresso dos sírios, deve haver uma discussão sobre a prestação de contas na Síria. Se queremos que os sírios queiram ir para casa, então os criminosos de guerra não devem estar no poder e controlar completamente a economia do país", referiu, em entrevista à euronews.

Um relatório realizado pelo Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em fevereiro, afirmou que a Síria não oferece condições seguras aos repatriados, uma vez que “estão sujeitos a violações e abusos grosseiros dos direitos humanos”.

Os ativistas e juristas destacaram que os refugiados "estão a tornar-se cada vez mais alvos da xenofobia, da discriminação e das agressões violentas, à medida que o discurso político se desloca para o diálogo com Assad".

"A retoma de diálogo com o regime sírio não deve ser enquadrada como um movimento diplomático para resolver um conflito prolongado porque reabilita um regime responsável por crimes de guerra e por crimes contra a humanidade, sob o disfarce do pragmatismo", disse Sawsan Abou Zainedine, na conferência de imprensa.

A ativista alertou que tal pode comprometer os esforços das Nações Unidas, através da Resolução do Conselho de Segurança 2254, para obter uma paz duradoura e o respeito pelos direitos humanos.

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