{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/08/27/o-tema-da-migracao-continua-a-agitar-os-estados-da-ue" }, "headline": "O tema da migra\u00e7\u00e3o continua a agitar os Estados da UE", "description": "A imigra\u00e7\u00e3o est\u00e1, de novo, no centro do debate na Europa, ap\u00f3s o ataque em Solingen, na Alemanha, realizado por refugiado s\u00edrio que seria transferido para a Bulg\u00e1ria.", "articleBody": "Para al\u00e9m de prometer deporta\u00e7\u00f5es mais r\u00e1pidas para aqueles que n\u00e3o t\u00eam direito a permanecer no seu pa\u00eds, o chanceler alem\u00e3o Olaf Scholz afirmou que algo tem de mudar nas \u0022pol\u00edticas europeias de migra\u00e7\u00e3o\u0022.A ministra austr\u00edaca dos Assuntos Europeus, Karoline Edtstadler, entrevistada pela Euronews, tamb\u00e9m foi da mesma opini\u00e3o. Outros governos tamb\u00e9m pareceram insatisfeitos com o Pacto de Migra\u00e7\u00e3o e Asilo, a reforma da pol\u00edtica de migra\u00e7\u00e3o finalmente aprovada em maio de 2024, ap\u00f3s quase quatro anos de negocia\u00e7\u00f5es.Alguns pa\u00edses, como a Su\u00e9cia ou a Litu\u00e2nia, pediram exce\u00e7\u00f5es, por raz\u00f5es de seguran\u00e7a nacional, enquanto o Governo neerland\u00eas gostaria que as novas regras sobre o acolhimento e a redistribui\u00e7\u00e3o de migrantes n\u00e3o fossem aplicadas no seu territ\u00f3rio, estando a considerar pedir uma cl\u00e1usula de auto-exclus\u00e3o.Foco na dimens\u00e3o externaA nova Comiss\u00e3o Europeia ter\u00e1 de lidar com estas exig\u00eancias: de acordo com Alberto-Horst Neidhardt, analista do Centro de Pol\u00edtica Europeia, o grupo ir\u00e1 concentrar-se, sobretudo, na dimens\u00e3o externa, come\u00e7ando pela pol\u00edtica de regresso.\u0022Alguns Estados pretendem estabelecer regras que regulem o regresso dos requerentes de asilo rejeitados aos seus pa\u00edses de origem ou a outros pa\u00edses de tr\u00e2nsito. A pr\u00f3pria Presidente da Comiss\u00e3o, Ursula von der Leyen, afirmou, de forma muito explicita, que pretende definir uma nova abordagem em mat\u00e9ria de regressos\u0022.O Regulamento relativo aos procedimentos de asilo (Apr), um dos textos fundamentais do Pacto em mat\u00e9ria de Migra\u00e7\u00e3o e Asilo, prev\u00ea um novo procedimento para os regressos nas fronteiras: as decis\u00f5es de regresso seguir-se-\u00e3o imediatamente \u00e0s respostas negativas aos pedidos de asilo, ao o que, atualmente, existe um grande lapso de tempo entre as duas decis\u00f5es, o que dificulta os regressos.Falta, no entanto, uma lista europeia de \u0022pa\u00edses terceiros seguros\u0022, ou seja, pa\u00edses para onde os migrantes podem ser reenviados sem qualquer risco para a sua seguran\u00e7a. Atualmente, cada pa\u00eds europeu tem a sua pr\u00f3pria lista. \u0022As novas regras permitem a cria\u00e7\u00e3o de uma lista comum, mas n\u00e3o h\u00e1 consenso sobre quais os pa\u00edses terceiros que devem constar dessa lista\u0022, afirma Alberto-Horst Neidhardt.Mais acordos de externaliza\u00e7\u00e3oOutro aspeto das pol\u00edticas de migra\u00e7\u00e3o diz respeito aos acordos com os pa\u00edses do Norte de \u00c1frica, para impedir a partida de migrantes irregulares em troca de apoio econ\u00f3mico. A UE j\u00e1 assinou v\u00e1rios acordos (os mais recentes com a Maurit\u00e2nia, a Tun\u00edsia e o Egito) e \u00e9 prov\u00e1vel que a nova Comiss\u00e3o siga a mesma linha.\u0022\u00c9 muito prov\u00e1vel que, na pr\u00f3xima legislatura, se assista a um forte impulso no sentido da externaliza\u00e7\u00e3o de responsabilidades para pa\u00edses terceiros\u0022, diz o especialista. \u0022Dito isto, h\u00e1 dois lados da quest\u00e3o. \u00c9 necess\u00e1rio cooperar com os pa\u00edses terceiros nestas quest\u00f5es e muito poucos deles est\u00e3o dispostos a cooperar porque, a n\u00edvel interno, estes acordos s\u00e3o vistos como divisivos e impopulares\u0022. Horst Neidhardt prev\u00ea grandes investimentos econ\u00f3micos e diplom\u00e1ticos nesta dire\u00e7\u00e3o, mas os resultados n\u00e3o s\u00e3o um dado adquirido. \u0022Esta pol\u00edtica pode levar a uma redu\u00e7\u00e3o das chegadas a curto prazo, mas n\u00e3o necessariamente a uma melhor gest\u00e3o da migra\u00e7\u00e3o a longo prazo.\u0022Entretanto, segundo o especialista, \u00e9 prov\u00e1vel que se assista a um novo endurecimento da ret\u00f3rica securit\u00e1ria sobre a imigra\u00e7\u00e3o e a novos apelos a medidas para limitar as chegadas irregulares. \u0022S\u00e3o as mesmas exig\u00eancias a que temos assistido nos \u00faltimos cinco a dez anos. O resultado final poder\u00e1 ser que o eleitorado espera uma redu\u00e7\u00e3o dr\u00e1stica das chegadas, o que \u00e9 dif\u00edcil de conseguir, e depois exige medidas ainda mais rigorosas\u0022.Assim, na Europa, muitas propostas outrora consideradas tabu est\u00e3o agora a ser consideradas (ou j\u00e1 adotadas) por alguns pa\u00edses, como a externaliza\u00e7\u00e3o dos pedidos de asilo para outro pa\u00eds ou muros para impedir as chegadas por terra. Entretanto, muitas fronteiras internas entre pa\u00edses europeus tamb\u00e9m continuam a ser controladas: atualmente, oito Estados suspenderam as regras de livre circula\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o Schengen em algumas das suas fronteiras.", "dateCreated": "2024-08-27T10:43:39+02:00", "dateModified": "2024-08-27T21:00:00+02:00", "datePublished": "2024-08-27T21:00:00+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F68%2F15%2F46%2F1440x810_cmsv2_815bbeb7-af92-5c98-a610-8e7c398353d4-8681546.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O tema da migra\u00e7\u00e3o continua a agitar os Estados da UE", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F68%2F15%2F46%2F432x243_cmsv2_815bbeb7-af92-5c98-a610-8e7c398353d4-8681546.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Genovese", "givenName": "Vincenzo", "name": "Vincenzo Genovese", "url": "/perfis/2428", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

O tema da migração continua a agitar os Estados da UE

O tema da migração continua a agitar os Estados da UE
O tema da migração continua a agitar os Estados da UE Direitos de autor Annika Hammerschlag/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Annika Hammerschlag/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Vincenzo Genovese
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A imigração está, de novo, no centro do debate na Europa, após o ataque em Solingen, na Alemanha, realizado por refugiado sírio que seria transferido para a Bulgária.

PUBLICIDADE

Para além de prometer deportações mais rápidas para aqueles que não têm direito a permanecer no seu país, o chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que algo tem de mudar nas "políticas europeias de migração".

A ministra austríaca dos Assuntos Europeus, Karoline Edtstadler, entrevistada pela Euronews, também foi da mesma opinião. Outros governos também pareceram insatisfeitos com o Pacto de Migração e Asilo, a reforma da política de migração finalmente aprovada em maio de 2024, após quase quatro anos de negociações.

Alguns países, como a Suécia ou a Lituânia, pediram exceções, por razões de segurança nacional, enquanto o Governo neerlandês gostaria que as novas regras sobre o acolhimento e a redistribuição de migrantes não fossem aplicadas no seu território, estando a considerar pedir uma cláusula de auto-exclusão.

“Muitos governos da UE estão obcecados com a dimensão securitária da imigração. Vêem-na como uma ameaça à segurança e à identidade da UE”
Juan Fernando López Aguilar
Eurodeputado membro Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas

Foco na dimensão externa

A nova Comissão Europeia terá de lidar com estas exigências: de acordo com Alberto-Horst Neidhardt, analista do Centro de Política Europeia, o grupo irá concentrar-se, sobretudo, na dimensão externa, começando pela política de regresso.

"Alguns Estados pretendem estabelecer regras que regulem o regresso dos requerentes de asilo rejeitados aos seus países de origem ou a outros países de trânsito. A própria Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, afirmou, de forma muito explicita, que pretende definir uma nova abordagem em matéria de regressos".

O Regulamento relativo aos procedimentos de asilo (Apr), um dos textos fundamentais do Pacto em matéria de Migração e Asilo, prevê um novo procedimento para os regressos nas fronteiras: as decisões de regresso seguir-se-ão imediatamente às respostas negativas aos pedidos de asilo, ao o que, atualmente, existe um grande lapso de tempo entre as duas decisões, o que dificulta os regressos.

Falta, no entanto, uma lista europeia de "países terceiros seguros", ou seja, países para onde os migrantes podem ser reenviados sem qualquer risco para a sua segurança. Atualmente, cada país europeu tem a sua própria lista. "As novas regras permitem a criação de uma lista comum, mas não há consenso sobre quais os países terceiros que devem constar dessa lista", afirma Alberto-Horst Neidhardt.

Mais acordos de externalização

Outro aspeto das políticas de migração diz respeito aos acordos com os países do Norte de África, para impedir a partida de migrantes irregulares em troca de apoio económico. A UE já assinou vários acordos (os mais recentes com a Mauritânia, a Tunísia e o Egito) e é provável que a nova Comissão siga a mesma linha.

"É muito provável que, na próxima legislatura, se assista a um forte impulso no sentido da externalização de responsabilidades para países terceiros", diz o especialista. "Dito isto, há dois lados da questão. É necessário cooperar com os países terceiros nestas questões e muito poucos deles estão dispostos a cooperar porque, a nível interno, estes acordos são vistos como divisivos e impopulares".

Horst Neidhardt prevê grandes investimentos económicos e diplomáticos nesta direção, mas os resultados não são um dado adquirido. "Esta política pode levar a uma redução das chegadas a curto prazo, mas não necessariamente a uma melhor gestão da migração a longo prazo."

Entretanto, segundo o especialista, é provável que se assista a um novo endurecimento da retórica securitária sobre a imigração e a novos apelos a medidas para limitar as chegadas irregulares. "São as mesmas exigências a que temos assistido nos últimos cinco a dez anos. O resultado final poderá ser que o eleitorado espera uma redução drástica das chegadas, o que é difícil de conseguir, e depois exige medidas ainda mais rigorosas".

Assim, na Europa, muitas propostas outrora consideradas tabu estão agora a ser consideradas (ou já adotadas) por alguns países, como aexternalização dos pedidos de asilo para outro país ou muros para impedir as chegadas por terra.

Entretanto, muitas fronteiras internas entre países europeus também continuam a ser controladas: atualmente, oito Estados suspenderam as regras de livre circulação do espaço Schengen em algumas das suas fronteiras.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ilhas Canárias convidam Ursula von der Leyen a testemunhar a crise dos migrantes

Scholz promete acelerar deportações dos requerentes de asilo rejeitados após ataque em Solingen

Agente da polícia sa ferido após ataque incendiário a uma sinagoga