Ataque acontece numa altura em que a Rússia iniciou exercícios com armas nucleares táticas numa área que inclui a península da Crimeia.
O líder russo da península da Crimeia, anexada por Moscovo, avança que um ataque ucraniano com mísseis matou duas pessoas perto de Simferopol, o principal centro istrativo da península.
No Telegram, Sergei Aksyonov adiantou também que um míssil ucraniano atingiu um edifício vazio perto de Alushta, na costa sul da Crimeia.
A Rússia dá conta igualmente de que as instalações estavam vazias, enquanto o grupo de resistência ucraniano na Crimeia, Atesh, comunicou a existência de várias vítimas.
A agência de notícias estatal russa TASS cita o Ministério da Defesa da Rússia e relata que as defesas aéreas intercetaram três mísseis ATACMS sobre a Crimeia, acrescentando que os militares tinham destruído três drones marítimos ucranianos que se dirigiam para a península.
Bloggers de guerra russos na Crimeia disseram acreditar que nem todos os mísseis tinham sido intercetados.
As autoridades ucranianas não emitiram qualquer declaração oficial.
Exercícios com armas nucleares táticas
O ataque ocorre no momento em que a Rússia inicia exercícios no seu distrito militar sul, que inclui a península ocupada da Crimeia.
O exercício envolve armas nucleares tácticas, tais como bombas aéreas, ogivas para mísseis de curto alcance e munições de artilharia.
As armas nucleares tácticas são menos potentes do que as armas nucleares estratégicas convencionais, mas podem ser usadas no campo de batalha ou para ataques limitados. Servem para destruir alvos inimigos numa área específica sem provocar uma dispersão de radioatividade generalizada.
A Rússia faz regularmente exercícios com armas nucleares tácticas, mas esta é a primeira vez que o Kremlin os anuncia publicamente.
O anúncio foi feito depois de o presidente francês Emmanuel Macron ter referido que não exclui o envio de tropas para a Ucrânia e de o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, ter afirmado que as forças de Kiev poderão utilizar armas britânicas de longo alcance para atingir alvos dentro da Rússia.
O Kremlin considerou estes comentários perigosos, argumentando que aumentam ainda mais as tensões entre a Rússia e a NATO.