{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/11/15/tinder-para-empregos-uma-plataforma-para-recrutar-migrantes-para-a-ue" }, "headline": "\u0022Tinder para empregos\u0022 - uma plataforma para recrutar migrantes para a UE ", "description": "A Comiss\u00e3o Europeia anunciou, quarta-feira, a cria\u00e7\u00e3o de uma nova plataforma digital para facilitar a candidatura de migrantes a ofertas de emprego nos pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia (UE). Oficialmente chama-se Reserva de Talentos da UE, mas j\u00e1 come\u00e7a a ser conhecida por \u0022Tinder para empregos\u0022.", "articleBody": "Foi a pr\u00f3pria comiss\u00e1ria europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, que usou a compara\u00e7\u00e3o entre a Reserva de Talentos da UE e a aplica\u00e7\u00e3o de encontros rom\u00e2nticos Tinder, no sentido de ajudar os migrantes a encontrar as melhores oportunidades de emprego nos pa\u00edses da UE, de acordo com as suas compet\u00eancias e qualifica\u00e7\u00f5es. A iniciativa visa atrair m\u00e3o-de-obra para \u00e1reas no mercado de trabalho da UE que, cronicamente, t\u00eam dificuldade em recrutar recursos humanos, tais como a constru\u00e7\u00e3o civil, as tecnologias de informa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o ou o cuidado de pessoas vulner\u00e1veis. A participa\u00e7\u00e3o na reserva de talentos \u00e9 volunt\u00e1ria para os Estados-membros, mas a Comiss\u00e3o Europeia espera que os governos mostrem interesse em aderir j\u00e1 que ser\u00e3o disponibilizados fundos para a forma\u00e7\u00e3o profissional e a melhoria das compet\u00eancias dos candidatos. A nova plataforma digital vai basear-se na existe EURES, usada por trabalhadores que t\u00eam a nacionalidade dos Estados-membros da UE ou permiss\u00e3o legal para a\u00ed trabalharem. \u0022Esta reserva de talentos n\u00e3o tem por objetivo p\u00f4r em causa a compet\u00eancia nacional para decidir sobre as quotas de migra\u00e7\u00e3o laboral. Trata-se de facilitar o recrutamento das compet\u00eancias certas, da forma mais f\u00e1cil e r\u00e1pida poss\u00edvel\u0022, explicou Johansson, acrescentando que muitos Estados-membros pediram ao executivo comunit\u00e1rio que ajudasse a coordenar a correspond\u00eancia entre os interessados e as oportunidades. A popula\u00e7\u00e3o ativa na UE est\u00e1 em claro decl\u00edneo e a Comiss\u00e3o Europeia defende que devem ser criados mais mecanismos legais para os migrantes que querem trabalhar no bloco, onde j\u00e1 regista um d\u00e9fice de \u00a0sete milh\u00f5es de trabalhadores. O executivo comunit\u00e1rio tem alertado para\u00a0 potenciais consequ\u00eancias econ\u00f3micas desta tend\u00eancia demogr\u00e1fica, por causa de press\u00e3o adicional sobre os or\u00e7amentos p\u00fablicos, o sistema de pens\u00f5es e o sistema de sa\u00fade. \u0022N\u00e3o devemos esquecer o potencial inexplorado da m\u00e3o de obra dom\u00e9stica da UE, mas n\u00e3o \u00e9 suficiente\u0022, afirmou Margaritis Schinas, vice-presidente da Comiss\u00e3o Europeia. \u0022Vamos precisar de mais migra\u00e7\u00e3o laboral\u0022, acrescentou Johansson, explicando que, sem os dez milh\u00f5es de nacionais de pa\u00edses terceiros a trabalhar na UE (cerca de 5% da sua for\u00e7a de trabalho), a economia do bloco \u0022pararia\u0022. Desencorajar entradas por via ilegal e perigosa Ylva Johansson, que tem na sua pasta as pol\u00edticas de migra\u00e7\u00e3o, afirmou ainda que a reserva de talentos pode ajudar a desencorajar os migrantes de embarcarem em viagens perigosas atrav\u00e9s de rotas facilitadas por contrabandistas, reduzindo assim o n\u00famero de chegadas irregulares. \u0022Estamos a intensificar a preven\u00e7\u00e3o de chegadas irregulares e de mortes no mar Mediterr\u00e2neo e no oceano Atl\u00e2ntico. Mas para o fazermos de forma eficaz, precisamos tamb\u00e9m de criar vias legais\u0022, explicou Johansson. Mas esta mensagem n\u00e3o seduz v\u00e1rios governos, \u00a0incluindo os de Fran\u00e7a, It\u00e1lia, Hungria e Pol\u00f3nia, que preferem fomentar\u00a0 pol\u00edticas pr\u00f3-natalidade, como estrat\u00e9gia para colmatar a falta de m\u00e3o de obra. O primeiro-ministro h\u00fangaro, Viktor Orb\u00e1n, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, introduziram, nomeadamente, incentivos tais como redu\u00e7\u00f5es fiscais e subs\u00eddios para inverter a r\u00e1pida diminui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o nestes pa\u00edses. Mas o vice-presidente Schinas alertou contra os riscos de cair em \u0022solu\u00e7\u00f5es milagrosas\u0022 propostas por demagogos e populistas. \u0022J\u00e1 estamos habituados \u00e0 toxicidade que algumas for\u00e7as pol\u00edticas querem introduzir no debate p\u00fablico sobre a migra\u00e7\u00e3o. Prometem que a solu\u00e7\u00e3o m\u00e1gica \u00e9 fechar as fronteiras, voltar ao nacionalismo, recusar todo o tipo de negocia\u00e7\u00f5es com os vizinhos, com Bruxelas.\u00a0 \u0022N\u00e3o seguimos essa via [...] e continuaremos a opor-nos a esse discurso populista\u0022, acrescentou Schinas. Uma corrida mundial ao talento O vice-presidente apresentou o plano como uma \u0022ferramenta de pol\u00edtica externa e de pol\u00edtica social\u0022, uma vez que visa aumentar a vantagem competitiva industrial da Europa na cena mundial, com uma procura crescente das compet\u00eancias necess\u00e1rias para descarbonizar e digitalizar partes da economia. \u0022A Europa est\u00e1 envolvida numa corrida mundial ao talento. Da mesma forma que estamos a travar uma corrida global \u00e0s mat\u00e9rias-primas e \u00e0 energia, estamos tamb\u00e9m a travar uma corrida global ao talento contra concorrentes muito poderosos que t\u00eam vias diretas para os nacionais de pa\u00edses terceiros: os Estados Unidos, o Canad\u00e1, a Nova Zel\u00e2ndia e a Austr\u00e1lia\u0022, explicou. A plataforma foi concebida para fazer face \u00e0 escassez de m\u00e3o de obra nos setores de baixas, m\u00e9dias e altas qualifica\u00e7\u00f5es, com especial \u00eanfase nos setores estrat\u00e9gicos \u0022ligados \u00e0 transi\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica e digital\u0022. A Comiss\u00e3o Eurpeia apelou, tamb\u00e9m, aos governos dos Estados-membros para simplificarem os seus processos de reconhecimento de compet\u00eancias e qualifica\u00e7\u00f5es estrangeiras, afirmando que a burocracia estava a desencorajar a imigra\u00e7\u00e3o de trabalhadores qualificados, um fen\u00f3meno chamado \u0022desperd\u00edcio de c\u00e9rebros\u0022. O racismo \u00e9 tamb\u00e9m reconhecido como um problema a ser abordado:\u00a0 \u0022Precisamos de lutar contra o racismo porque este \u00e9 tamb\u00e9m um obst\u00e1culo para que as pessoas qualificadas optem por vir para a Uni\u00e3o Europeia\u0022, afirmou Johansson. ", "dateCreated": "2023-11-15T10:27:26+01:00", "dateModified": "2023-11-15T17:33:17+01:00", "datePublished": "2023-11-15T17:33:14+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F04%2F12%2F96%2F1440x810_cmsv2_d7df17de-a894-54c2-ab71-a0c07cbda93c-8041296.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Comiss\u00e1rios europeus Ylva Johansson, Margaritis Schinas e Iliana Ivanova", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F04%2F12%2F96%2F432x243_cmsv2_d7df17de-a894-54c2-ab71-a0c07cbda93c-8041296.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Jones", "givenName": "Mared Gwyn", "name": "Mared Gwyn Jones", "url": "/perfis/2766", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@MaredGwyn", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Tinder para empregos" - uma plataforma para recrutar migrantes para a UE

Comissários europeus Ylva Johansson, Margaritis Schinas e Iliana Ivanova
Comissários europeus Ylva Johansson, Margaritis Schinas e Iliana Ivanova Direitos de autor Claudio Centonze/EU/Claudio Centonze
Direitos de autor Claudio Centonze/EU/Claudio Centonze
De Mared Gwyn Jones
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Comissão Europeia anunciou, quarta-feira, a criação de uma nova plataforma digital para facilitar a candidatura de migrantes a ofertas de emprego nos países da União Europeia (UE). Oficialmente chama-se Reserva de Talentos da UE, mas já começa a ser conhecida por "Tinder para empregos".

PUBLICIDADE

Foi a própria comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, que usou a comparação entre a Reserva de Talentos da UE e a aplicação de encontros românticos Tinder, no sentido de ajudar os migrantes a encontrar as melhores oportunidades de emprego nos países da UE, de acordo com as suas competências e qualificações.

A iniciativa visa atrair mão-de-obra para áreas no mercado de trabalho da UE que, cronicamente, têm dificuldade em recrutar recursos humanos, tais como a construção civil, as tecnologias de informação e comunicação ou o cuidado de pessoas vulneráveis.

A participação na reserva de talentos é voluntária para os Estados-membros, mas a Comissão Europeia espera que os governos mostrem interesse em aderir já que serão disponibilizados fundos para a formação profissional e a melhoria das competências dos candidatos.

A Europa está envolvida numa corrida mundial ao talento. Da mesma forma que estamos a travar uma corrida global às matérias-primas e à energia, estamos também a travar uma corrida global ao talento contra concorrentes muito poderosos.
Margaritis Schinas
Vice-presidente da Comissão Europeia

A nova plataforma digital vai basear-se na existe EURES, usada por trabalhadores que têm a nacionalidade dos Estados-membros da UE ou permissão legal para aí trabalharem.

"Esta reserva de talentos não tem por objetivo pôr em causa a competência nacional para decidir sobre as quotas de migração laboral. Trata-se de facilitar o recrutamento das competências certas, da forma mais fácil e rápida possível", explicou Johansson, acrescentando que muitos Estados-membros pediram ao executivo comunitário que ajudasse a coordenar a correspondência entre os interessados e as oportunidades.

A população ativa na UE está em claro declíneo e a Comissão Europeia defende que devem ser criados mais mecanismos legais para os migrantes que querem trabalhar no bloco, onde já regista um défice de sete milhões de trabalhadores.

O executivo comunitário tem alertado para potenciais consequências económicas desta tendência demográfica, por causa de pressão adicional sobre os orçamentos públicos, o sistema de pensões e o sistema de saúde.

"Não devemos esquecer o potencial inexplorado da mão de obra doméstica da UE, mas não é suficiente", afirmou Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia.

"Vamos precisar de mais migração laboral", acrescentou Johansson, explicando que, sem os dez milhões de nacionais de países terceiros a trabalhar na UE (cerca de 5% da sua força de trabalho), a economia do bloco "pararia".

Estamos a intensificar a prevenção de chegadas irregulares e de mortes no mar Mediterrâneo e no oceano Atlântico. Mas para o fazermos de forma eficaz, precisamos também de criar vias legais.
Ylva Johansson
Comissária Europeia para os Assuntos Internos

Desencorajar entradas por via ilegal e perigosa

Ylva Johansson, que tem na sua pasta as políticas de migração, afirmou ainda que a reserva de talentos pode ajudar a desencorajar os migrantes de embarcarem em viagens perigosas através de rotas facilitadas por contrabandistas, reduzindo assim o número de chegadas irregulares.

"Estamos a intensificar a prevenção de chegadas irregulares e de mortes no mar Mediterrâneo e no oceano Atlântico. Mas para o fazermos de forma eficaz, precisamos também de criar vias legais", explicou Johansson.

Mas esta mensagem não seduz vários governos, incluindo os de França, Itália, Hungria e Polónia, que preferem fomentar  políticas pró-natalidade, como estratégia para colmatar a falta de mão de obra.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, introduziram, nomeadamente, incentivos tais como reduções fiscais e subsídios para inverter a rápida diminuição da população nestes países.

Mas o vice-presidente Schinas alertou contra os riscos de cair em "soluções milagrosas" propostas por demagogos e populistas.

"Já estamos habituados à toxicidade que algumas forças políticas querem introduzir no debate público sobre a migração. Prometem que a solução mágica é fechar as fronteiras, voltar ao nacionalismo, recusar todo o tipo de negociações com os vizinhos, com Bruxelas. "Não seguimos essa via [...] e continuaremos a opor-nos a esse discurso populista", acrescentou Schinas.

Uma corrida mundial ao talento

O vice-presidente apresentou o plano como uma "ferramenta de política externa e de política social", uma vez que visa aumentar a vantagem competitiva industrial da Europa na cena mundial, com uma procura crescente das competências necessárias para descarbonizar e digitalizar partes da economia.

"A Europa está envolvida numa corrida mundial ao talento. Da mesma forma que estamos a travar uma corrida global às matérias-primas e à energia, estamos também a travar uma corrida global ao talento contra concorrentes muito poderosos que têm vias diretas para os nacionais de países terceiros: os Estados Unidos, o Canadá, a Nova Zelândia e a Austrália", explicou.

A plataforma foi concebida para fazer face à escassez de mão de obra nos setores de baixas, médias e altas qualificações, com especial ênfase nos setores estratégicos "ligados à transição ecológica e digital".

A Comissão Eurpeia apelou, também, aos governos dos Estados-membros para simplificarem os seus processos de reconhecimento de competências e qualificações estrangeiras, afirmando que a burocracia estava a desencorajar a imigração de trabalhadores qualificados, um fenómeno chamado "desperdício de cérebros".

O racismo é também reconhecido como um problema a ser abordado: "Precisamos de lutar contra o racismo porque este é também um obstáculo para que as pessoas qualificadas optem por vir para a União Europeia", afirmou Johansson.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

UE: Migração entre as medidas propostas contra envelhecimento da população

O que vai mudar com a reforma da política de migração na UE?

População da UE volta a crescer em 2022 devido à migração - Eurostat