A UE quer criar uma política comum de proteção contra ameaças digitais
A Europa mostra vulnerabilidade no domínio das tecnologias 5G.
Os países europeus estão a entrar num mercado digital sem quaisquer soluções comuns de proteção contra os riscos inerentes à tecnologia 5G e aos seus fornecedores.
Alguns países europeus já estão a lidar com fornecedores externos como é o caso da chinesa Huawei apoiando-se apenas nas suas legislações nacionais.
"Existe um enorme debate em torno da Huawei. Estão absolutamente corretos, de uma forma que reflete o sucesso que ganharam neste mercado. Por isso, quando o embaixador chinês vem falar comigo sobre isto, eu digo, não se trata de estar obcecado com a China; estamos a fazer uma avaliação de risco deste mercado e por isso os fornecedores principais têm que fazer parte desta discussão", disse o comissário britânico responsável pela segurança, Julian King.
A União Europeia precisa de uma abordagem comum ao 5G e pediu aos estados-membros para apresentarem avaliações de risco nacionais.
Vinte e quatro estados-membros cumpriram este pedido. O problema é que na União Europeia existem poucas empresas de 5G relevantes a nível mundial.
Isto significa que a Europa corre o risco de tornar-se uma espécie de colónia digital de países terceiros.
"A Huawei é uma destas companhias. Quero dizer, são poucos os que lideram na área de fornecimento da tecnologia. Isto significa a infraestrutura de rede, não os dispositivos móveis. Trata-se de fornecer os equipamentos de transmissão e não só. Eles lideram a nível mundial e se queremos concorrer temos que usar um líder mundial", afirma Jennifer Baker, perita em tecnologia e política europeia.
De recordar que no ano ado a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá a pedido das autoridades norte-americanas e acusada de ter violado as sanções impostas pelos Estados Unidos contra o Irão.
Os Estados Unidos consideram a empresa chinesa de telecomunicações Huawei uma ameaça à segurança nacional.