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Foi tamb\u00e9m a esta\u00e7\u00e3o mais quente de que h\u00e1 registo, de junho a agosto. Em agosto, registaram-se ondas de calor em Portugal, It\u00e1lia, Fran\u00e7a, Norte de \u00c1frica e no centro e sul dos Estados Unidos. As ondas de calor tamb\u00e9m afectaram os oceanos. As linhas do gr\u00e1fico mostram as temperaturas globais di\u00e1rias da superf\u00edcie do mar. Desde o in\u00edcio da d\u00e9cada de 80, regista-se um aumento acentuado da temperatura do mar, mas em 2023 a temperatura est\u00e1 meio grau em m\u00e9dia mais quente do que nos anos anteriores. Um novo recorde. Na Ant\u00e1rtida est\u00e1-se agora no inverno. As concentra\u00e7\u00f5es de gelo marinho estiveram abaixo da m\u00e9dia, como se v\u00ea nas grandes \u00e1reas a vermelho do mapa. O m\u00eas de agosto registou tamb\u00e9m um m\u00ednimo hist\u00f3rico em termos de extens\u00e3o do gelo marinho, medida das \u00e1reas onde pelo menos 15% do oceano est\u00e1 congelado. 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As alterações climáticas já afetam o palácio e os jardins de Sanssouci na Alemanha

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As alterações climáticas já afetam o palácio e os jardins de Sanssouci na Alemanha
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O Palácio e os Jardins de Sanssouci na Alemanha sofrem as consequências das alterações climáticas.

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A Europa tem muitos jardins e palácios históricos construídos para durar muito tempo. Mas será que podem sobreviver  à aceleração das alterações climáticas?

No século XVIII, o Palácio e os Jardins de Sanssouci, em Potsdam, na Alemanha, eram um local de férias e lazer para o rei prussiano Frederico o Grande. O espaço foi apelidado Sanssouci, que significa "sem preocupações". 

Mas hoje, com um milhão de visitantes por ano, há muito com que se preocupar devido ao efeito das alterações climáticas.

"Há cerca de dez anos que sentimos os efeitos das alterações climáticas, mas, os últimos seis anos têm sido muito mais graves. Está a chover menos, temos os impactos do calor, temos o solo, as águas subterrâneas que não se renovam. E, claro, temos a questão das árvores que caem em consequência desses factores", disse à euronews Michael Rohde, diretor do jardim da Fundação dos Palácios e Jardins da Prússia.

Os baixos níveis de água subterrânea deixam as árvores mais susceptíveis a fungos e insetos. O número de árvores do jardim que morrem anualmente aumentou de algumas dezenas há vinte anos para várias centenas.

Falta de água obrigou a instalar irrigação

Foi preciso instalar um sistema de irrigação, algo considerado impensável num jardim histórico de um país relativamente húmido como a Alemanha.

"Num local tão exposto como este, temos agora de irrigar continuamente e está a funcionar bem", contou Katharina Matheja, conservacionista da Fundação dos Palácios e Jardins da Prússia.

Os técnicos do parque estão a plantar plantas naturais do próprio parque, em vez de comprar árvores em viveiros. A ideia é que as plantas jovens que sobreviveram ao clima atual terão mais hipóteses de resistir à seca e ao calor no futuro.

"A nossa esperança é que esta árvore se adapte melhor ao local do que uma árvore que vem do viveiro, onde é mimada com nutrientes e água", explicou Katharina Matheja.

Humidade estraga paredes e móveis

Alguns dos palácios de Sanssouci estão a sofrer danos devido às condições climatéricas extremas, em particular a elevada humidade que danifica o mobiliário e os revestimentos de parede.

"Exemplos muito óbvios são as alterações do ponto de orvalho, quando a condensação escorre pelas paredes, quando há bolor nos cantos, quando os materiais se movem uns contra os outros e se desprendem dos seus substratos. São as alterações climáticas que desencadeiam estas reações", sublinhou Kathrin Lange, diretora de Conservação da Fundação dos Palácios e Jardins da Prússia.

Na última década, tornou-se mais difícil conservar o local histórico tal como era no tempo da realeza prussiana. "Se implementarmos todas as estratégias de adaptação e também utilizarmos plantas lenhosas e árvores adaptadas, podemos preservar a estrutura básica", considerou o diretor do jardim, Michael Rohde.

Os últimos dados do Serviços de Alterações Climáticas Copernicus

O mês de agosto foi o mais quente de que há registo a nível mundial, com temperaturas 0,7 graus Celsius acima da média de 1991-2020, de acordo com o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus.

Copernicus Climate Change Service implemented by ECMWF
Serviços de Alterações Climáticas CopernicusCopernicus Climate Change Service implemented by ECMWF

Foi também a estação mais quente de que há registo, de junho a agosto. Em agosto, registaram-se ondas de calor em Portugal, Itália, França, Norte de África e no centro e sul dos Estados Unidos.

As ondas de calor também afectaram os oceanos. As linhas do gráfico mostram as temperaturas globais diárias da superfície do mar.

Copernicus Climate Change Service implemented by ECMWF
Serviços de Alterações Climáticas CopernicusCopernicus Climate Change Service implemented by ECMWF

Desde o início da década de 80, regista-se um aumento acentuado da temperatura do mar, mas em 2023 a temperatura está meio grau em média mais quente do que nos anos anteriores. Um novo recorde.

Na Antártida está-se agora no inverno. As concentrações de gelo marinho estiveram abaixo da média, como se vê nas grandes áreas a vermelho do mapa.

Copernicus Climate Change Service implemented by ECMWF
Serviços de Alterações Climáticas CopernicusCopernicus Climate Change Service implemented by ECMWF

O mês de agosto registou também um mínimo histórico em termos de extensão do gelo marinho, medida das áreas onde pelo menos 15% do oceano está congelado.

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