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Este \u00e9 um problema a longo prazo.\u00a0 As temperaturas m\u00e9dias no inverno, na Europa, aumentaram desde os anos 50 e prev\u00ea-se que continuem a aumentar, nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas. Dados do Copernicus Climate Change Service mostram que a Europa teve o seu terceiro janeiro mais quente de sempre, com temperaturas, para o m\u00eas, 2,2 graus C\u00e9 lsius acima da m\u00e9dia entre 1991-2020. A uma escala global, houve uma grande varia\u00e7\u00e3o no m\u00eas ado. 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Produtores europeus de fruta adaptam-se às alterações climáticas

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Produtores europeus de fruta adaptam-se às alterações climáticas
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De Jeremy Wilks
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Os produtores de fruta na Europa procuram novas formas de proteger as suas colheitas dos efeitos das alterações climáticas.

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Os invernos, cada vez mais quentes, são um problema crescente para os produtores de frutas. Muitas variedades europeias precisam de um inverno longo e frio para se obterem bons frutos no verão e as mudanças climáticas estão a alterar os ciclos naturais.

Num pomar perto de Bordéus, no sudoeste da França, a bióloga vegetal do Instituto Nacional de Investigação para a Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, Bénédicte Wenden, tem procurado variedades de maçã, cereja, damasco e pêssego capazes de resistir num mundo mais quente.

O seu objetivo de longo prazo é identificar, em diferentes árvores, características que nos permitam criar variedades para o ano de 2050 e mais além.

Euronews
Bénédicte Wenden, bióloga vegetal, INRAEEuronews

"O problema que temos agora é que com o aumento das temperaturas no inverno as necessidades, em termos de frio, que as árvores de fruto têm já não são satisfeitas", explicava Bénédicte ao Climate Now. "Ou seja, de facto, não há frio suficiente no inverno e, por isso, a floração é irregular, com grandes problemas na produção".

Se houver uma geada nas próximas semanas, todas as flores vão ficar queimadas e não teremos fruta no verão.
Bénédicte Wenden
Biólogo das plantas

Este é um problema a longo prazo. As temperaturas médias no inverno, na Europa, aumentaram desde os anos 50 e prevê-se que continuem a aumentar, nas próximas décadas.

Dados do Copernicus Climate Change Service mostram que a Europa teve o seu terceiro janeiro mais quente de sempre, com temperaturas, para o mês, 2,2 graus Célsius acima da média entre 1991-2020.

A uma escala global, houve uma grande variação no mês ado. O norte da Rússia, Afeganistão e Paquistão estavam mais frios do que a média, em janeiro. Por seu lado, no leste dos EUA, Canadá e Europa, as temperaturas foram mais elevadas do que o habitual. 

Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWF
Anomalia de temperatura em janeiro de 2023Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWF
Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWF
Temperatura média europeia no invernoCopernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWF

Plantar outras variedades da mesma fruta

No seu laboratório, Bénedicte expõe amostras às condições quentes da primavera enquanto procura compreender como as árvores respondem às diferentes condições ambientais, a um nível genético. Ela diz que não é fácil encontrar a solução:

"A minha opinião, é que é melhor ter, por exemplo, misturas de variedades. Esta é muito boa quando os invernos são amenos, mas sem geadas. Esta será boa se houver invernos frios com geada. Portanto, é melhor ter uma mistura de variedades para garantir a produção. Torna-se difícil para os agricultores, mas dá-lhes alguma proteção em caso de riscos climáticos". 

Garantir a produção é um dos maiores desafios enfrentados pelo produtor biológico Philippe Sfiligoï, que perdeu cerca de 60% da sua colheita de maçãs, devido a geadas tardias, em dois anos consecutivos. Ao Climate Now afirmou temer que o mesmo aconteça este ano.

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Philippe Sfiligoï, produtor francês de frutaEuronews

"Se estiver realmente quente na próxima semana, o risco é que a árvore comece a crescer. E o que é aborrecido é que, de facto, quando uma árvore começa a crescer, não pode parar. Ou seja, depois de começar o seu ciclo pode abrandar um pouco, mas já não pára. Portanto, se gelar, após algumas semanas, é demasiado tarde".

Não há solução ideal, mas Philippe já está a mudar de variedades e a preparar-se para um planeta mais quente:

"A Opala, resiste quando há um pouco menos de frio no inverno. A Dalinette, tolera muito bem verões muito quentes. Portanto, pouco a pouco, estamos a adaptar todos os nossos pomares a esta mudança climática".

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