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Inovador arranha-céus de madeira da Suécia consegue captar 9 milhões de quilos de CO2

Centro Cultural Sara - Suécia
Centro Cultural Sara - Suécia Direitos de autor AP Photo
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Arranha-céus de madeira da Suécia.

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Entre as imponentes árvores da costa de Bothnian na Suécia, um novo arranha-céus está a contrariar a tendência da indústria da construção que deixa uma pesada pegada em termos de carbono.

O Centro Cultural Sara, de 20 andares e 75 metros de altura - com o nome de um popular autor sueco - abriu portas em setembro do ano ado.

É mais uma estrutura de madeira para adornar as ruas de Skelleftea - uma cidade que está a tentar enfrentar a crise climática com novas construções amigas do ambiente.

"Todos pensavam que éramos um pouco loucos ao propor um edifício como este em madeira", diz Robert Schmitz, o arquiteto responsável pela construção.

"Mas fomos bastante pragmáticos, por isso dissemos que se não se pode fazer tudo em madeira, então podemos, pelo menos, fazer uma parte dessa forma. Mas durante o processo de conceção, todos nós dissemos que é mais eficiente construir tudo em madeira".

Como pode a construção ser menos prejudicial para o ambiente?

AP Photo
A indústria da construção foi responsável por mais de 38% das emissões globais de carbono relacionadas com a energia só em 2015AP Photo

O centro cultural alberga seis palcos de teatro, uma biblioteca, duas galerias de arte, um centro de conferências e um hotel com 205 quartos.

É tudo construído a partir de mais de 12 mil metros cúbicos de madeira - colhida em florestas a apenas 60 km da cidade.

O projeto faz parte de um esforço mais amplo em Skelleftea para tornar a indústria de construção local livre de materiais nocivos para o ambiente.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, o trabalho de construção foi responsável por mais de 38% das emissões globais de carbono relacionadas com a energia - só em 2015. A produção de cimento, entretanto, é o maior emissor industrial de CO2 do mundo.

Pelo contrário, a madeira capta o dióxido de carbono, ligando-o à atmosfera e armazenando-o definitivamente.

Os responsáveis pelo Centro Cultural Sara - a segunda torre de madeira mais alta do mundo - afirmam que o arranha-céus irá capturar nove milhões de quilos de dióxido de carbono ao longo da sua vida útil.

Mas o foco sustentável do edifício não pára por aí. Também ostenta painéis solares que conseguem alimentar o edifício e armazenar o excesso de energia na cave.

Como é que este arranha-céus comunica com os que o rodeiam?

AP Photo
O arranha-céus alberga seis palcos de teatro, uma biblioteca, duas galerias de arte, um centro de conferências e um hotel com 205 quartosAP Photo

O centro cultural consegue "comunicar" com estruturas próximas e distribuir aenergia excedente se e quando for necessário.

"Analisa o consumo de energia do edifício e pode tomar decisões sobre como o devemos gerir com base nos níveis de energia disponíveis", diz Patrik Sundberg, gestor da unidade de negócios da empresa de energia local Skelleftea Kraft.

Sundberg afirma que, com o tempo, o arranha-céus irá "aprender" as necessidades energéticas do edifício.

"Temos um sistema de Inteligência Artificial para ajudar o arranha-céus a tomar estas decisões a cada minuto, 24 horas por dia, 7 dias por semana".

Uma cidade construída a partir da floresta

Livre de direitos
A Suécia tem a maior percentagem de floresta na EuropaLivre de direitos

A construção em madeira não é nada de novo em Skelleftea, que tem confiado na abundância das florestas para construir os seus edifícios desde o século XVIII.

Desde uma impressionante ponte de madeira que se estende através do rio local, até um parque de estacionamento de três andares no centro da cidade, tudo em Skelleftea parece ser feito a partir das árvores que existem nas proximidades. E, na maior parte dos casos, é mesmo.

E com a população da cidade a aumentar nos próximos anos - de 72 para 80 mil habitantes até 2030 - os habitantes pretendem manter esta tradição verde viva para uma nova geração.

"Em toda esta mudança que estamos a ar, com todas as novas pessoas a mudarem-se para cá, sentimo-nos seguros de que temos este novo material ecológico", diz Evelina Fahlesson, a Vice Presidente da Câmara da cidade. "Se não tivéssemos esta tradição, em que se tornaria a cidade? Em que se tornaria o município? Em algo totalmente diferente".

A empresa sueca de construção Lindbacks é especializada em edifícios pré-fabricados de madeira. Está agora a trabalhar num projeto de novos apartamentos de madeira para alojar os recém-chegados da cidade.

"Algo positivo desta estrutura de madeira é que é possível mudá-la com o tempo, o que não se pode fazer com casas", diz o diretor comercial da firma, David Sundstrom.

"A silvicultura e as casas de madeira estão aqui há mil anos, na Escandinávia. Vivemos em casas de madeira, que têm a vantagem de ser possível mudar as paredes e fazer alterações ao edifício".

A questão não é se é possível fazê-lo em madeira. A questão devia ser: porque não construir em madeira.

A madeira com captação de carbono representa, atualmente, mais de 20% de todos os novos edifícios de vários andares na Suécia.

Tomas Alsmarker, chefe de inovação da Swedish Wood, diz que o país tem assistido a uma enorme mudança nos materiais de construção ao longo dos últimos cinco anos.

Durante mais de um século, a Suécia proibiu casas de madeira acima de dois andares. Agora é o material de eleição no país que possui a maior percentagem de floresta na Europa.

"Para todos os edifícios até oito andares, a questão não é se é possível fazê-lo em madeira. A questão devia ser: porque não construir em madeira."

Veja o vídeo acima para saber mais sobre a cidade de madeira da Suécia.

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