O novo trabalho do jornalista Michael Wolff sai esta terça-feira e a equipa de Trump já está a usar uma linguagem colorida para negar as revelações. Eis algumas delas.
PUBLICIDADEDepois do best-seller de 2018 Fogo e Fúria: Por Dentro da Casa Branca de Trump, é publicado esta terça-feira nos mercados anglófonos o novo livro do jornalista norte-americano Michael Wolff, com o título All or Nothing: How Trump Recaptured America (em português, Tudo ou Nada: Como Trump Retomou o Controlo da América)
Ao anunciar este novo livro, a editora Crown afirmou: "A tese de Wolff nos seus 18 meses de cobertura da campanha foi que o establishment destruiria Trump, ou Trump destruiria o establishment. All or Nothing é o retrato panorâmico e íntimo de Wolff dessa batalha - desde as acusações aos julgamentos, às tentativas de assassínio, à humilhação de um presidente em funções, à vitória surpreendente de Trump".
O livro oferece um olhar sobre os bastidores da campanha de Donald Trump para as eleições presidenciais de 2024 e alguns dos excertos publicados na Vanity Fair e no The Daily Beastjá estãoa criar uma grande agitação na equipa do atual presidente.
Eis algumas das revelações bombásticas já conhecidas:
"À beira de um ataque"
Após a tentativa de assassínio na Pensilvânia, Trump "parecia estar possivelmente à beira de um colapso", partilha Wolff. Trump "desistia frequentemente de tentar completar frases; virava para a esquerda quando devia saber que era para a direita, omitia nomes óbvios, repetia-se e irrompia em fúrias que, mesmo para ele, pareciam irracionais".
Sem apoio ao antissemitismo
Ivanka Trump e Jared Kushner, ambos judeus, recusaram-se aparentemente a uma declaração dizendo que Trump não era antissemita. "Como ele continuava a parecer incapaz de oferecer apoio absoluto a Israel na sequência do 7 de outubro", escreve Wolff, " Não foi a primeira vez que Trump se voltou para Jared para obter cobertura judaica, pedindo explicitamente a ele e a Ivanka um endosso público". Wolff prossegue afirmando que Kushner "continuou a esquivar-se" de um apoio formal do sogro, aparentemente dizendo: "Ivanka e eu não vamos fazer isso. Não vamos pôr os nossos nomes em qualquer coisa e meter-nos no meio das coisas. Não é isso que vamos fazer desta vez".
Uma mulher vice-presidente
Wolff escreve que Trump estava originalmente à procura de uma mulher para seu vice-presidente e duas apresentadoras da Fox News estavam na corrida: Maria Bartiromo e Harris Faulkner. No entanto, Elon Musk disse a Trump que não o apoiaria a não ser que JD Vance estivesse na lista. Por falar em Musk...
"Que raio se a" com Elon Musk?
Trump terá ficado "perplexo" com o comportamento bizarro de Elon Musk no seu comício em Butler, na Pensilvânia, onde Musk saltou pelo palco como uma criança excitada. "Que raio se a com este tipo? E porque é que a camisa não lhe serve?", disse Trump, segundo Wolff. Musk também se revelou pouco impressionado com o encontro com Vance: "Não tenho qualquer interesse em falar com um vice-presidente", terá o magnata dito, segundo o autor.
Onde está Melania?
Wolff revela que ninguém sabe onde Melania Trump esteve durante a campanha: "Ninguém sabe dizer onde Melania vive de facto. Pode ser, nos seus próprios termos peculiares, o casamento mais bem-sucedido da América. Ou pode estar pronto para explodir a qualquer momento". A última opção parece ser a mais correta, uma vez que o livro revela que a primeira-dama "odeia o marido" - de acordo com um "confidente de Mar-a-Lago".
Celebrações "venenosas"
Wolff revela que Trump celebra com "veneno". Aparentemente, este vem sob a forma de um cesto cheio de chocolate e doces, incluindo miniaturas da Hershey's e Tootsie Rolls. Toma "duas mãos-cheias" e depois pede para as retirarem.
Em resposta ao livro, funcionários de Trump, como o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, acusaram Wolff de ser um "monte de m****" e um "mentiroso" que "fabrica regularmente histórias provenientes da sua imaginação doentia e distorcida, apenas possível porque tem um caso grave e debilitante de Síndrome de Perturbação de Trump que apodreceu o seu cérebro do tamanho de um amendoim".
O estratega político do Partido Republicano Chris LaCivita fez eco destes sentimentos, chassificando o livro, num post no X, como um "trabalho de ficção" que é "lixo total".
"As cenas são imaginárias, as conversas são falsas, o diário é inventado e, mais uma vez, tal como nos seus outros livros que atacam falsamente o Presidente Trump, ninguém acredita em nada", acrescenta LaCivita. Diz ainda que os trabalhos anteriores de Wolff estavam "repletos de imprecisões e erros de edição, e este não é diferente".
É verdade que Wolff foi chamado no ado para explicar algumas escolhas estilísticas e confirmar certas fontes. Por outro lado, isso parece demasiado adequado a um presidente que vive num mundo de "factos alternativos".
Quanto a Trump, entrou em modo de colapso no Truth Social para rejeitar algumas das revelações.
Escreve Trump: "Ele ligou-me muitas vezes a tentar marcar um encontro, mas eu nunca lhe liguei de volta porque não queria dar-lhe a credibilidade de uma entrevista". Acrescenta: "Outros membros da istração também foram ados, relataram os seus telefonemas e, da mesma forma, não falaram com ele. Presumo, no entanto, que ele tenha conseguido falar com um pequeno número de pessoas, mas não de forma significativa".
É esse "pequeno número" que não ajuda os desmentidos da equipa de Trump...
Trump continua: "Wolff diz que tem fontes, mas não as tem, é uma MENTIRA, como é o caso de muitos dos chamados 'jornalistas'. Se ele tem fontes, que as revele. Cuidado, isso nunca vai acontecer".
"Ele é um FAKE NEWS, um completo LOSER, e ninguém deve perder o seu tempo ou dinheiro a comprar este livro aborrecido e obviamente fictício!"
All or Nothing: How Trump Recaptured America é lançado esta terça-feira nos mercados anglófonos e ainda não tem data marcada para o lançamento no mercado lusófono, nem título em português.