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Mestres da fotografia mundial expõem no concelho de Viana do Castelo

James Brown por Richard Bellia
James Brown por Richard Bellia Direitos de autor Richard Bellia
Direitos de autor Richard Bellia
De Ricardo Figueira
Publicado a Últimas notícias
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Nomes como Agnès Varda e Gilles Caron, mas também alguns jovens talentos podem ser apreciados nos Encontros Fotográficos das Neves, até ao final do ano. A Euronews falou com a "alma" do evento, Diamantino Quintas.

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Como é que Vila de Punhe, uma pequena localidade no concelho de Viana do Castelo, se torna palco daquela que é, muito provavelmente, a mais importante e mais completa exposição de fotografia patente em Portugal neste momento?

A resposta está em Diamantino Quintas: A história dos Encontros Fotográficos das Neves, patentes no Fórum Cultural das Neves até ao final do ano é, em primeiro lugar, a história de um rapaz que deixou a sua aldeia rumo a Paris, onde fundou um laboratório fotográfico que é hoje uma referência mundial, mas nunca esqueceu o lugar de onde veio.

Aos 19 anos, antes de rumar a França, Diamantino tirou uma fotografia das margens do rio Neiva, onde costumava tomar banho com os amigos. Mais de 40 anos depois, numa conversa, surgiu a ideia de oferecer a foto à terra natal, mais precisamente ao recém-inaugurado Fórum Cultural das Neves.

Diamantino Quintas junto às fotografias de Sophie Zénon
Diamantino Quintas junto às fotografias de Sophie ZénonRicardo Figueira/Euronews

Da oferta de uma só fotografia, depressa a ideia evoluiu para uma exposição que a em revista os principais autores com quem Diamantino trabalha enquanto revelador/ampliador. A exposição conta com mais de 100 obras de 29 fotógrafos, de monstros sagrados como Gilles Caron e Agnès Varda a nomes emergentes como Karen Paulina Biswell ou Michella Bredahl. O lote é composto sobretudo por autores ses ou baseados em França e conta também com as portuguesas Silvy Crespo e Juliana Maar.

Veja uma seleção das fotos expostas na galeria abaixo:

Guardião de uma arte que quase desapareceu

Grandes nomes da fotografia, Diamantino Quintas trata-os por tu há muitos anos: era nele que Robert Doisneau confiava, nos anos finais, para a impressão das fotos para exposições - uma relação que continou com a família depois da morte do fotógrafo em 1994. Também a família de Gilles Caron, desaparecido tragicamente aos 30 anos, em 1970, durante uma reportagem no Camboja, trabalha em exclusividade com ele para a impressão das fotografias. Mas não são os nomes que impressionam o minhoto de 63 anos: "A mim, não me interessa se são nomes importantes ou não, o que me interessa são as qualidades humanas da pessoa. É esse aspeto que gosto de cultivar", conta.

Mais do que serem nomes importantes ou não, interessam-me as qualidades humanas da pessoa.
Diamantino Quintas
Revelador/ampliador fotográfico

Um dos aspetos que esta mostra tem de diferente em relação às demais é, precisamente, o de colocar no centro não a figura do fotógrafo, mas a do ampliador, habitualmente na sombra dos artistas para quem trabalha.

Num mundo quase 100% digital, o Diamantino Labo Photo rema contra a corrente e aposta no 100% analógico: Aqui, tudo começa com o negativo e continua com processos exclusivamente artesanais e analógicos. É isso que faz deste laboratório algo único no mundo: "Há muitos artesãos a fazer impressão fotográfica analógica, a nível individual. Mas a nível profissional, com uma equipa de várias pessoas, sou o único no mundo a fazer, neste momento", diz. Diamantino tem cinco pessoas a trabalhar para ele no laboratório em Paris.

Se a arte da fotografia analógica esteve quase a desaparecer, ele não a deixa morrer e deu-lhe mesmo um novo impulso: "Não vejo o digital como uma ameaça. Talvez até, se o digital não tivesse aparecido, o meu laboratório não existisse mais", acrescenta.

Juliana Maar junto aos seus trabalhos
Juliana Maar junto aos seus trabalhosRicardo Figueira/Euronews

Juliana Maar trabalhava só com digital até conhecer Diamantino. "Conheci-o através de amigos fotógrafos ses e fiquei maravilhada com o trabalho dele", conta. A curiosidade tomou conta dela e começou a apostar na fotografia analógica, um trabalho que tem desenvolvido em parceria com o mentor destes encontros. Aqui, podemos ver uma série de fotografias à volta do tema que é a maior constante no trabalho de Juliana Maar: os autorretratos e variações em torno do corpo feminino. "O meu trabalho é muito pessoal, é um trabalho diarista. Tento transmitir a minha mensagem através do corpo, por vezes de forma metafórica, outras vezes quebrando a ideia de que o corpo nu é uma coisa sexualizada", explica.

Se o piso de baixo do fórum é dedicado ao trabalho dos 29 fotógrafos, o piso de cima está decorado sob o signo da amizade: a par da foto que Diamantino tirou do rio Neiva, estão as fotografias de três amigos da terra com quem cresceu e que também se apaixonaram pela fotografia, entre eles o outro grande obreiro destes encontros, Domingos Jaques.

Cartaz dos encontros
Cartaz dos encontrosEncontros Fotográficos das Neves

Porque a amizade e a partilha são as grandes razões de ser deste evento. Perguntado sobre a importância de mostrar aquilo que faz às pessoas com quem cresceu, Diamantino responde: "Mais do que mostrar, o importante para mim é partilhar. É esse o meu propósito".

Fórum Cultural das Neves

Largo das Neves, 215

4905-649 Vila de Punhe

Aberto diariamente das 10h às 19h até ao final de agosto.

Horários variáveis de 1 de setembro a 30 de dezembro.

Informações:

[email protected] / [email protected] / +351.967.641.962

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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