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Há um fio de nylon que pode ser reciclado infinitamente

Em parceria comThe European Commission
Há um fio de nylon que pode ser reciclado infinitamente
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De Andrea Bolithoeuronews
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Uma fábrica de reciclagem na Eslovénia transforma redes de pesca e tapetes velhos num fio de nylon chamado Econyl, que pode ser reciclado infinitamente.

O percurso do fio de nylon Econyl começa num armazém perto da capital eslovena que receciona os resíduos, redes de pesca, restos de tecido e milhares de toneladas de tapetes de nylon.

"A Aquafil produz nylon mas, em vez de usarmos petróleo, usamos resíduos. Alguns são particularmente feios, como redes de pesca, tapetes e resíduos plásticos que a indústria não conseguia reciclar, antes. Para nós, é uma espécie de viagem do lixo ao tesouro", explicou Giulio Bonazzi, presidente e diretor da Aquafil.

Um processo de reciclagem química transforma os resíduos de nylon numa substância que é normalmente produzida a partir de petróleo bruto. Essa substância é espremida em longos fios, cortada em pequenas lascas e fiada.

"Alguns dos fios Econyl são usados no fabrico de tapetes, mas estes servem para fazer roupa, por exemplo, roupa desportiva, fatos de banho, roupa interior, casacos e mochilas", contou Tina Mavrič, responsável de relações públicas e marketing da Aquafil.

O impacto do design na reciclagem

A forma como os artigos são concebidos influencia as possibilidades de reciclagem.

"Imagine um casaco com diferentes camadas de tecido, a linha de costura, as etiquetas, os fechos, componentes metálicos, muitos tipos diferentes de fibra, por vezes intimamente misturados. É essa a dificuldade para conseguir a reciclagem fibra a fibra. O produto não é feito para ser reciclado no final", frisou Giulio Bonazzi.

Na Europa, os resíduos têxteis representam 12,6 milhões de toneladas de lixo por ano. A maior parte é queimada ou vai para aterros. Uma parte é exportada.

Bruxelas propõe sistema de responsabilidade alargada do produtor

A Comissão Europeia planeia introduzir um sistema de responsabilidade alargada do produtor (EPR). 

O sistema obriga a marca a pagar todo o ciclo de vida dos seus produtos, incluindo a eliminação. Quanto mais se polui, mais se paga. O dinheiro será usado para financiar as instalações de reciclagem e a investigação no domínio da circularidade.

Em Milão, a euronews falou com Matteo Ward, diretor de uma empresa de design sustentável, sobre a proposta da Comissão Europeia.

"Trata-se de uma mudança fundamental, porque irá incentivar a marca a criar produtos concebidos para durar mais tempo, mais duráveis, eventualmente recicláveis e regeneráveis, algo que as marcas não fazem atualmente porque não têm qualquer incentivo para o fazer", considerou Matteo Ward, diretor e cofundador da WRÅD.

Depois de ter trabalhado para uma grande marca americana.  Matteo Ward decidiu mudar de vida, na sequência do desmoronamento de uma fábrica têxtil no Bangladesh em 2013, que casou a morte a 1134 pessoas.

"No Gana, em Acra, 15 milhões de peças de roupa chegam todas as semanas à cidade. Havia toda uma geração de crianças que nunca tinha visto a terra debaixo de todos estes resíduos têxteis, imaginem! Brincavam em terrenos construídos com os nossos resíduos têxteis", sublinhou o diretor da WRÅD.

"É aquele momento em que nos olhamos ao espelho e pensamos: o que é que estou a fazer? Não queria ser cúmplice do assassinato de milhares de pessoas em todo o mundo através do meu trabalho. Mas, na realidade, fui cúmplice, porque nunca, nunca me questionei se as calças de ganga e as T-shirts que vendíamos vinham de fábricas como aquela", afirmou Matteo Ward.

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