{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2023/04/18/ue-fortaleceu-regras-para-salvar-bancos-de-media-dimensao" }, "headline": "UE fortaleceu regras para salvar bancos de m\u00e9dia dimens\u00e3o ", "description": "A reforma mant\u00e9m a prote\u00e7\u00e3o legal de dep\u00f3sitos at\u00e9 100 mil euros, mas abre a porta para a prote\u00e7\u00e3o de montantes mais elevados, nomeadamente os resultantes de sucess\u00f5es e transac\u00e7\u00f5es imobili\u00e1rias.", "articleBody": "Poucas semanas depois da turbul\u00eancia no setor banc\u00e1rio, a Comiss\u00e3o Europeia revelou um novo conjunto de regras para proteger os dep\u00f3sitos, impedir a corrida aos bancos e assegurar que os contribuintes n\u00e3o acabam por pagar a conta sempre que uma institui\u00e7\u00e3o financeira \u00e9 v\u00edtima da sua pr\u00f3pria m\u00e1 gest\u00e3o. As regras focam-se no processo de resolu\u00e7\u00e3o para os bancos falidos que s\u00e3o demasiado importantes para se submeterem a processos de liquida\u00e7\u00e3o ordin\u00e1rios, uma vez que tal pode desencadear instabilidade financeira e prejudicar a economia em geral. A resolu\u00e7\u00e3o \u00e9 considerada menos perturbadora do que a liquida\u00e7\u00e3o e permite aos bancos insolventes continuarem as suas opera\u00e7\u00f5es cr\u00edticas, incluindo empr\u00e9stimos e pagamentos, enquanto se procede a uma reestrutura\u00e7\u00e3o. Bruxelas quer expandir os crit\u00e9rios para a resolu\u00e7\u00e3o e tornar os bancos de m\u00e9dia dimens\u00e3o eleg\u00edveis para os instrumentos que s\u00e3o normalmente reservados para os grandes bancos: venda parcial de neg\u00f3cios ou a transfer\u00eancia de dep\u00f3sitos de um banco em dificuldades para um banco mais saud\u00e1vel. A reforma mant\u00e9m a prote\u00e7\u00e3o legal de dep\u00f3sitos at\u00e9 100 mil euros, mas abre a porta para a prote\u00e7\u00e3o de montantes mais elevados, nomeadamente os resultantes de sucess\u00f5es e transac\u00e7\u00f5es imobili\u00e1rias. A protec\u00e7\u00e3o ser\u00e1 alargada para abranger escolas, universidades, hospitais, istra\u00e7\u00f5es municipais e empresas de investimento, entre outros. Se um banco se deparar com problemas, a primeira solu\u00e7\u00e3o continuar\u00e1 a ser usar os seus pr\u00f3prios recursos para absorver as perdas, e esses recursos devem manter-se a um n\u00edvel m\u00ednimo estabelecido por lei. Se estes recursos n\u00e3o forem suficientes para salvaguardar os dep\u00f3sitos, o banco ser\u00e1 autorizado a recorrer ao Sistema de Garantia de Dep\u00f3sitos (SGD) ou ao Fundo \u00danico de Resolu\u00e7\u00e3o (FUR), dois fundos de emerg\u00eancia que s\u00e3o sustentados pelos pr\u00f3prios bancos e institui\u00e7\u00f5es financeiras, de acordo com a sua dimens\u00e3o e risco. Estas redes de seguran\u00e7a financiadas pela ind\u00fastria banc\u00e1ria evitam a utiliza\u00e7\u00e3o do dinheiro dos contribuintes para subsidiar os regates banc\u00e1rios e a sua utiliza\u00e7\u00e3o estar\u00e1 sujeita a condi\u00e7\u00f5es estritas. Prev\u00ea-se que as SGD e o FUR atinjam 55 e 80 mil milh\u00f5es de euros, respetivamente, at\u00e9 ao final de 2024. \u0022Isto \u00e9 dinheiro dos bancos, n\u00e3o dinheiro dos depositantes\u0022, disse, na ter\u00e7a-feira, Mairead McGuinness, a comiss\u00e1ria europeia para os servi\u00e7os financeiros. Se o banco se tornar insolvente ter\u00e1 de sair do mercado. Colapso ordeiro A proposta surge depois da pol\u00e9mica com o colapso de tr\u00eas bancos norte-americanos (Silicon Valley Bank, Silvergate Bank e Signature Bank) e da aquisi\u00e7\u00e3o, pelo governo, do Credit Suisse, o segundo maior credor su\u00ed\u00e7o. Temendo um efeito domin\u00f3 e uma nova crise financeira que poderia ter agravado a j\u00e1 profunda crise econ\u00f3mica causada pela guerra da R\u00fassia na Ucr\u00e2nia e a infla\u00e7\u00e3o,a Comiss\u00e3o Europeia resolveu ser mais cautelosa. Contudo, o terceiro pilar para completar a Uni\u00e3o Banc\u00e1ria Europeia continua por aprovar:\u00a0 o Sistema Europeu de Garantia de Dep\u00f3sitos (SEGD) est\u00e1 bloqueado desde 2015. Os Estados-membros discordam sobre como conceber uma rede de seguran\u00e7a supranacional que concederia um n\u00edvel igual de prote\u00e7\u00e3o a todos os dep\u00f3sitos na zona euro, independentemente da localiza\u00e7\u00e3o do banco ou da sa\u00fade fiscal do pa\u00eds. Com a partilha de riscos fora de quest\u00e3o, a Comiss\u00e3o Europeia optou por um o interm\u00e9dio: harmonizar e refor\u00e7ar as regras sobre resgate de banc\u00e1rios e garantias para dep\u00f3sitos. Isto significa que a proposta evita o caminho politicamente divis\u00f3rio da cria\u00e7\u00e3o de um novo esquema a n\u00edvel da UE, tal como o previsto no \u00e2mbito do terceiro pilar. Na pr\u00e1tica, estas medidas visam fechar o v\u00e1cuo legislativo entre os grandes bancos considerados \u0022demasiado grandes para falhar\u0022, que s\u00e3o geridos atrav\u00e9s de resolu\u00e7\u00e3o, e os bancos de pequena dimens\u00e3o, cuja liquida\u00e7\u00e3o se realiza normalmente atrav\u00e9s de processos judiciais ordin\u00e1rios. A Comiss\u00e3o n\u00e3o especificou quantos bancos da zona euro seriam abrangidos pela categoria de dimens\u00e3o m\u00e9dia e, por conseguinte, beneficiariam das regras revistas. Em vez disso, caber\u00e1 \u00e0s autoridades nacionais determinar, caso a caso, se um banco problem\u00e1tico \u00e9 suficientemente significativo para ar por uma resolu\u00e7\u00e3o ou liquida\u00e7\u00e3o. O objetivo final do executivo \u00e9 tornar o colapso t\u00e3o ordenado quanto poss\u00edvel, aumentar a confian\u00e7a entre os depositantes e evitar levantamentos precipitados como o que precipitou a queda do Silicon Valley Bank. Os projectos de lei ser\u00e3o negociados e provavelmente alterados pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu antes de entrarem em vigor. \u0022N\u00e3o esperamos debates f\u00e1ceis\u0022, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente-executivo da Comiss\u00e3o Europeia, que tamb\u00e9m participou na apresenta\u00e7\u00e3o.\u00a0 \u0022Vemos isto como um primeiro o que poderia de facto abrir caminho a novas discuss\u00f5es sobre outros dossi\u00eas importantes para finalizar a Uni\u00e3o Banc\u00e1ria\u0022, acrescentou. ", "dateCreated": "2023-04-18T11:13:14+02:00", "dateModified": "2023-04-18T19:26:36+02:00", "datePublished": "2023-04-18T18:48:17+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F54%2F23%2F90%2F1440x810_cmsv2_5b61c0df-9285-5b1b-93a8-79af61a02a9c-7542390.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Bruxelas quer tornar os bancos de m\u00e9dia dimens\u00e3o eleg\u00edveis para os instrumentos reservados para os grandes bancos", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F54%2F23%2F90%2F432x243_cmsv2_5b61c0df-9285-5b1b-93a8-79af61a02a9c-7542390.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Jorge Liboreiro", "sameAs": "https://twitter.com/JorgeLiboreiro" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Economia" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

UE fortaleceu regras para salvar bancos de média dimensão

Bruxelas quer tornar os bancos de média dimensão elegíveis para os instrumentos reservados para os grandes bancos
Bruxelas quer tornar os bancos de média dimensão elegíveis para os instrumentos reservados para os grandes bancos Direitos de autor Michael Probst/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Michael Probst/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
De Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A reforma mantém a proteção legal de depósitos até 100 mil euros, mas abre a porta para a proteção de montantes mais elevados, nomeadamente os resultantes de sucessões e transacções imobiliárias.

PUBLICIDADE

Poucas semanas depois da turbulência no setor bancário, a Comissão Europeia revelou um novo conjunto de regras para proteger os depósitos, impedir a corrida aos bancos e assegurar que os contribuintes não acabam por pagar a conta sempre que uma instituição financeira é vítima da sua própria má gestão.

As regras focam-se no processo de resolução para os bancos falidos que são demasiado importantes para se submeterem a processos de liquidação ordinários, uma vez que tal pode desencadear instabilidade financeira e prejudicar a economia em geral.

A resolução é considerada menos perturbadora do que a liquidação e permite aos bancos insolventes continuarem as suas operações críticas, incluindo empréstimos e pagamentos, enquanto se procede a uma reestruturação.

Bruxelas quer expandir os critérios para a resolução e tornar os bancos de média dimensão elegíveis para os instrumentos que são normalmente reservados para os grandes bancos: venda parcial de negócios ou a transferência de depósitos de um banco em dificuldades para um banco mais saudável.

A reforma mantém a proteção legal de depósitos até 100 mil euros, mas abre a porta para a proteção de montantes mais elevados, nomeadamente os resultantes de sucessões e transacções imobiliárias.

A protecção será alargada para abranger escolas, universidades, hospitais, istrações municipais e empresas de investimento, entre outros.

Se um banco se deparar com problemas, a primeira solução continuará a ser usar os seus próprios recursos para absorver as perdas, e esses recursos devem manter-se a um nível mínimo estabelecido por lei.

Se estes recursos não forem suficientes para salvaguardar os depósitos, o banco será autorizado a recorrer ao Sistema de Garantia de Depósitos (SGD) ou ao Fundo Único de Resolução (FUR), dois fundos de emergência que são sustentados pelos próprios bancos e instituições financeiras, de acordo com a sua dimensão e risco.

Estas redes de segurança financiadas pela indústria bancária evitam a utilização do dinheiro dos contribuintes para subsidiar os regates bancários e a sua utilização estará sujeita a condições estritas.

Prevê-se que as SGD e o FUR atinjam 55 e 80 mil milhões de euros, respetivamente, até ao final de 2024.

"Isto é dinheiro dos bancos, não dinheiro dos depositantes", disse, na terça-feira, Mairead McGuinness, a comissária europeia para os serviços financeiros. Se o banco se tornar insolvente terá de sair do mercado.

Colapso ordeiro

A proposta surge depois da polémica com o colapso de três bancos norte-americanos (Silicon Valley Bank, Silvergate Bank e Signature Bank) e da aquisição, pelo governo, do Credit Suisse, o segundo maior credor suíço.

Temendo um efeito dominó e uma nova crise financeira que poderia ter agravado a já profunda crise económica causada pela guerra da Rússia na Ucrânia e a inflação,a Comissão Europeia resolveu ser mais cautelosa.

Contudo, o terceiro pilar para completar a União Bancária Europeia continua por aprovar: o Sistema Europeu de Garantia de Depósitos (SEGD) está bloqueado desde 2015.

Os Estados-membros discordam sobre como conceber uma rede de segurança supranacional que concederia um nível igual de proteção a todos os depósitos na zona euro, independentemente da localização do banco ou da saúde fiscal do país.

Com a partilha de riscos fora de questão, a Comissão Europeia optou por um o intermédio: harmonizar e reforçar as regras sobre resgate de bancários e garantias para depósitos.

Isto significa que a proposta evita o caminho politicamente divisório da criação de um novo esquema a nível da UE, tal como o previsto no âmbito do terceiro pilar.

Na prática, estas medidas visam fechar o vácuo legislativo entre os grandes bancos considerados "demasiado grandes para falhar", que são geridos através de resolução, e os bancos de pequena dimensão, cuja liquidação se realiza normalmente através de processos judiciais ordinários.

A Comissão não especificou quantos bancos da zona euro seriam abrangidos pela categoria de dimensão média e, por conseguinte, beneficiariam das regras revistas.

Em vez disso, caberá às autoridades nacionais determinar, caso a caso, se um banco problemático é suficientemente significativo para ar por uma resolução ou liquidação.

O objetivo final do executivo é tornar o colapso tão ordenado quanto possível, aumentar a confiança entre os depositantes e evitar levantamentos precipitados como o que precipitou a queda do Silicon Valley Bank.

Os projectos de lei serão negociados e provavelmente alterados pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu antes de entrarem em vigor.

"Não esperamos debates fáceis", disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, que também participou na apresentação. "Vemos isto como um primeiro o que poderia de facto abrir caminho a novas discussões sobre outros dossiês importantes para finalizar a União Bancária", acrescentou.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Porque é que a União Bancária Europeia está incompleta?

Bancos arrastam bolsas europeias para o vermelho

Cimeira da UE: Líderes com mensagem mista sobre crise bancária