No Gana, um instituto japonês está a trabalhar na deteçâo precoce de doenças infecciosas e na formação de cientistas locais. Os métodos de gestão japoneses estão já a ajudar na investigação da covid-19. #GlobalJapan
O combate às doenças é um esforço mundial. No Gana, há um instituto japonês que ganhou o nome de Noguchi Hideyo, o médico que, nos anos 20, procurou no país africano a cura para a febre-amarela.
Atualmente, o Instituto Noguchi tem uma equipa internacional a trabalhar em toda a África Ocidental e, no ano ado, inaugurou um laboratório para trabalhar nas áreas de epidemiologia, imunologia, virologia e bacteriologia.
Abraham Anang, diretor do Instituto de Investigação Médica Noguchi revela que agora, a instituição está a investir na"formação de países terceiros, com a formação de cientistas de laboratório na África Ocidental pós-ébola, de forma a preparar a região para poder responder com uma deteção precoce".
Essa perícia inclui também métodos japoneses de gestão. Um deles é "kaizen," ou "mudança para melhor", em japonês. E os "5S": separação (seiri), arrumação (seiton), limpeza (seiso), padronização (seiketsu), e disciplina (shitsuke).
Através do "kaizen", qualquer empregado pode propor inovações, o que, combinado com o 5S, permite um aumento da eficiência.
Os investigadores ganeses aprenderam os métodos durante uma formação em Tóquio.
Para Christopher Zaab-Yen Abana, investigador chefe-adjunto no departamento de virologia do instituto, eles "ajudam a ordenar e a definir corretamente o espaço de trabalho do laboratório. E o mais importante nesta época de Covid-19 é que esta abordagem nos ajudou a combinar os milhares de amostras, para que as possamos processar.
O "Kaizen" e os "5S" ajudam n testagem, mas também a gerir hospitais.
"Ajudou-nos também a garantir que somos capazes de diagnosticar outras doenças infecciosas relacionadas, como a gripe, a febre-amarela, e depois a Covid-19", acrecenta o virólogo.
Noguchi Hideyo morreu no Gana, em 1928, com febre-amarela , mas o seu legado é mantido vivo por sucessores, como Hayashi Takaya.
A trabalhar no Instituto Noguchi há já três anos, o investigador recorda um exemplo prático dos benefícios da investigação conjunta no terreno.
"O meu colega ganês ajudou-me a recolher as amostras. E isso é uma cooperação muito boa para fazer avançar a nossa investigação no Gana. Isolámos com sucesso o vírus da dengue ganesa".