O embaixador Andreas Michaelis afirmou no seu relatório diplomático confidencial que a agenda de Trump iria privar o poder legislativo, as forças da ordem e os meios de comunicação social da sua independência.
O embaixador alemão em Washington escreveu, num relatório enviado a Berlim, que espera que a segunda presidência de Donald Trump mine em grande medida o sistema de controlo democrático nos Estados Unidos, noticiou no domingo a agência noticiosa alemã dpa.
O embaixador Andreas Michaelis afirmou, no seu relatório diplomático confidencial, que a agenda de Trump iria privar o poder legislativo, as forças policiais e os meios de comunicação social da sua independência.
A sua nota diplomática foi enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão e ao gabinete do chanceler Olaf Scholz em Berlim na semana ada, informou a dpa.
O relatório foi disponibilizado a vários meios de comunicação social, incluindo a dpa, e estava a ser noticiado na Alemanha na véspera da tomada de posse de Trump, esta segunda-feira.
Michaelis escreveu que esperava que a agenda de Trump trouxesse uma "concentração máxima de poder nas mãos do presidente à custa do Congresso e dos Estados".
A sua política "de máxima perturbação, a rutura da ordem política estabelecida e das estruturas burocráticas, bem como os seus planos de vingança, significam, em última análise, uma redefinição da ordem constitucional", escreveu Michaelis.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros declarou que, por princípio, não comenta documentos internos, análises ou relatórios da embaixada. No entanto, disse que é claro que os EUA são um dos aliados mais importantes da Alemanha.
"Os americanos escolheram o presidente Trump numa eleição democrática. É claro que também trabalharemos em estreita colaboração com a nova istração dos EUA no interesse da Alemanha e da Europa", disse fonte diplomática, de acordo com a dpa.