A Assembleia da Coreia do Sul votou a favor da destituição do presidente Yoon Suk Yeol devido à declaração da lei marcial, que foi anulada logo após o anúncio. No sábado, a Assembleia Nacional aprovou a moção por 204-85 votos.
A Assembleia Nacional da Coreia do Sul votou no sábado a destituição do presidente Yoon Suk Yeol pela imposição da lei marcial no dia 3 de dezembro.
Foi a segunda votação da Assembleia sobre a moção de destituição de Yoon. No sábado ado, o presidente sobreviveu à destituição depois da maioria dos deputados do partido no poder ter boicotado a votação.
Desde então, alguns deputados do Partido do Poder Popular anunciaram a sua intenção de votar a favor da destituição de Yoon numa segunda volta, à medida que os protestos públicos contra Yoon se intensificam e a sua popularidade cai a pique.
Para que a moção fosse aprovada, era necessário o apoio de 200 dos 300 deputados da Assembleia Nacional. A moção de impeachment contra Yoon levada a cabo no sábado,14 de dezembro, foi aprovada com 204 votos a favor e 85 contra.
Os poderes e deveres presidenciais de Yoon serão suspensos depois de lhe serem entregues as cópias do documento sobre a destituição. O Tribunal Constitucional vai analisar a votação e tem até 180 dias para decidir se destitui Yoon do cargo de presidente ou se lhe restitui os poderes. Entretanto, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá o papel de presidente interino.
Se Yoon Suk Yeol for destituído do cargo, devem realizar-se eleições nacionais para escolher o seu sucessor num prazo de 60 dias.
Prometeu "lutar até ao fim", mas pediu desculpas por decretar a lei marcial
Desde que assumiu o cargo, em 2022, Yoon tem-se esforçado por fazer aprovar a sua agenda num parlamento controlado pela oposição e tem-se debatido com baixos índices de aprovação, devido a escândalos que o envolvem a si próprio e à sua mulher.
O presidente sempre recusou o cenário de uma demissão e afirmou que ia "lutar até ao fim" para defender a sua decisão de assumir o controlo total das instituições do país quando tentou impor a lei marcial. Contudo, no sábado ado, Yoon emitiu um pedido de desculpaspelo decreto da lei marcial, afirmando que não se iria eximir à responsabilidade legal ou política da declaração.
A decisão de Yoon durou apenas seis horas, mas criou uma crise política sem precedentes com muitos a apelarem à sua demissão, tanto na oposição como no seu próprio partido. Desde então, milhares de pessoas têm protestado nas ruas a pedir a demissão do presidente.
No momento em que anunciou a lei marcial, a 3 de dezembro, o líder sul-coreano apelidou o parlamento de “antro de criminosos” que bloqueiam os assuntos do Estado, prometendo eliminar os “seguidores desavergonhados da Coreia do Norte e as forças anti-estatais”.
A declaração da lei marcial foi a primeira do género no país em mais de 40 anos.
União Europeia reage à decisão tomada pela Assembleia Nacional
Num comunicado, a porta-voz para as relações exteriores da União Europeu diz que "a UE toma nota da decisão da Assembleia Nacional de destituir o presidente Yoon Seok Yul. É importante agora garantir uma resolução rápida e ordenada da atual crise política, em conformidade com a Constituição coreana. A República da Coreia é um importante parceiro estratégico para a UE", pode ler-se na nota enviada às redações.