As tensões entre o Kosovo e a Sérvia têm vindo a subir de nível nas últimas semanas, na sequência de explosões cuja responsabilidade o primeiro destes países atribui ao segundo.
O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, anunciou que as forças de segurança do país duplicaram de tamanho e estão a trabalhar agora com o triplo do orçamento. O objetivo é criar um exército nacional até 2028.
O anúncio foi feito numa altura em que se tem registado um aumento das tensões entre o Kosovo e a Sérvia: Pristina acusa Belgrado de ser responsável por explosões recentes no seu território, apesar da falta de provas que sustentem esta alegação.
O Kosovo declarou a independência em 2008, que a Sérvia não reconheceu.
Recentemente, o ministro da Defesa do Kosovo tinha também avançado que o país estava a trabalhar na abertura de uma fábrica de munições estatal.
“O armamento e as munições que veem hoje no nosso exército foram comprados a Estados-membros da NATO, nomeadamente aos Estados Unidos da América, à Turquia, à Alemanha, ao Reino Unido e à Croácia”, disse ainda o chefe do governo.
Alguns peritos mostraram-se preocupados com estes desenvolvimentos militares, receando que possam exacerbar ainda mais as tensões na região.
"É muito perigoso quando há uma necessidade de armamento e uma militarização tão repentinas de toda uma parte, pois isso só pode conduzir numa direção", considerou Aleksandar Rapajić, do Centro da Cultura Democrática do Kosovo, alertando para a possibilidade de ocorrência de um conflito militar.
As forças de segurança do Kosovo têm vindo a aumentar as suas capacidades através da aquisição de veículos blindados, drones e mísseis antitanque.
Ainda assim, o overno assegura que o investimento no sector militar ocorre apenas para fins defensivos e que apenas atuará em coordenação com países aliados.