Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel alegando “crise de confiança"

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, demitiu o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, num anúncio surpresa feito na terça-feira à noite, invocando uma “crise de confiança”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, irá substituir Gallant, disse Netanyahu, explicando que a sua confiança em Gallant se tinha “desgastado” recentemente.

“No meio de uma guerra, mais do que nunca, é necessária uma confiança total entre o primeiro-ministro e o ministro da defesa”, afirmou Netanyahu. “Infelizmente, apesar de nos primeiros meses da campanha ter havido essa confiança e um trabalho muito frutuoso, nos últimos meses essa confiança quebrou-se entre mim e o ministro da defesa”.

Gideon Saar, um antigo rival de Netanyahu que regressou recentemente ao governo, assumirá o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Gallant e Netanyahu têm-se desentendido repetidamente durante a guerra em Gaza. Enquanto Netanyahu apelou à continuação da pressão militar sobre o Hamas, Gallant adotou uma abordagem mais pragmática, afirmando que a força militar criou as condições necessárias para um acordo diplomático que poderia trazer de volta os reféns detidos pelo grupo militante. No entanto, Netanyahu evitou despedir o seu rival até à data.

Uma tentativa anterior de o demitir em março de 2023 provocou protestos de rua generalizados contra Netanyahu, devido à sua alegada má gestão das consequências do ataque do Hamas de 7 de outubro e às tentativas falhadas de negociar o regresso em segurança dos reféns mantidos em Gaza.

Em resposta ao seu despedimento, o agora ex-ministro da Defesa emitiu uma declaração, sublinhando que “a segurança do Estado de Israel sempre foi, e continuará a ser, a missão da minha vida”.

Yoav Gallant, antigo comando naval e oficial das FDI, tem sido um crítico acérrimo das reformas judiciais propostas por Netanyahu, tendo entrado em conflito com o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.