Al Jazeera negou as alegações, que dizem fazer parte de uma campanha mais alargada contra a sua rede sediada no Qatar.
O exército israelita acusou seis jornalistas da Al Jazeera que cobrem a guerra em Gaza de serem atuais ou antigos combatentes, pagos por grupos militantes palestinianos.
A Al Jazeera, um canal de notícias televisivo sediado no Qatar, negou as acusações, classificando-as de “fabricadas” e parte de um “padrão mais alargado de hostilidade”.
Israel afirmou ter encontrado documentos em Gaza, juntamente com outras informações, que mostram que os jornalistas - todos homens palestinianos - estiveram ligados ao Hamas ou à organização paramilitar Jihad Islâmica Palestiniana.
Os jornalistas da Al Jazeera Anas al-Sharif, Hossam Shabat, Ismael Abu Omar e Talal Arrouki foram acusados por Israel de ligações ao Hamas. Ashraf Saraj e Alaa Salameh foram acusados de ligações à Jihad Islâmica.
De acordo com os documentos citados por Israel, os homens desempenharam várias funções: atirador furtivo, soldado de infantaria, combatente, capitão, coordenador de formação e “propaganda”.
Os documentos e os serviços secretos que Israel divulgou na quarta-feira mostram alegadamente a patente, a função, a data de alistamento e o batalhão de cada um dos seis jornalistas da Al Jazeera.
A Al Jazeera e outros grupos afirmam que as alegações equivalem a silenciar os jornalistas que estão a cobrir a guerra em Gaza.
A rede é uma das poucas organizações noticiosas que ainda transmite diariamente a partir do enclave sitiado, sendo que a maioria dos jornalistas estrangeiros não tem o ao interior de Gaza, que está sob bloqueio israelita.
Israel tem permitido a alguns jornalistas estrangeiros viagens raras e com escolta dentro do território, o que argumenta ser necessário para a segurança dos jornalistas.
A Al Jazeera disse que as acusações eram “uma tentativa flagrante de silenciar os poucos jornalistas que restam na região, obscurecendo assim as duras realidades da guerra para as audiências de todo o mundo”.
Israel mantém ataques no Líbano
Beirute enfrentou uma noite de intensas explosões, com cerca de 17 ataques aéreos israelitas a atingirem a capital libanesa durante a noite.
Pelo menos uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas num ataque a um edifício residencial no subúrbio de Dahiyeh, no sul da cidade.
No sul do Líbano, três soldados do exército libanês foram mortos num ataque israelita contra as suas tropas. Desde o final de setembro, foram mortos 13 soldados libaneses.
O exército libanês não está a combater os israelitas no seu conflito com o Hezbollah, mas a prestar serviços de apoio à população civil.
Israel também alargou a sua campanha militar à antiga cidade de Tiro, depois de ter emitido ordens de evacuação.
A zona de evacuação abrangia uma zona densamente povoada entre dois locais classificados como Património Mundial da UNESCO.
Macron anuncia 100 milhões de euros em ajuda humanitária para o Líbano
França prometeu fornecer um pacote de 100 milhões de euros (US $ 108 milhões) para apoiar o Líbano. O anúncio foi realizado numa conferência internacional na quinta-feira, com o presidente Emmanuel Macron a dizer que “ajuda maciça” é necessária para apoiar o país onde a guerra entre militantes do Hezbollah e Israel deslocou um milhão de pessoas, matou mais de 2.500 e aprofundou uma crise económica.
“No imediato, é necessária uma ajuda maciça para a população libanesa, tanto para as centenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra como para as comunidades que as acolhem”, afirmou Macron no seu discurso de abertura da conferência.
Os organizadores ses esperam que as promessas financeiras de ajuda humanitária dos participantes atinjam os 426 milhões de dólares que as Nações Unidas dizem ser urgentemente necessários.
Itália anunciou esta semana uma nova ajuda de 10 milhões de euros (10,8 milhões de dólares) e a Alemanha prometeu 60 milhões de euros (64,7 milhões de dólares) adicionais para as pessoas no Líbano.