Um tribunal russo ordenou a detenção da viúva do líder da oposição russa, Alexei Navalny. A repressão do Kremlin contra ativistas da oposição, jornalistas independentes e cidadãos russos que criticam o regime intensificou-se depois de a Rússia ter enviado tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Um tribunal russo ordenou a detenção da viúva do antigo líder da oposição russa, Alexei Navalny, em mais uma demonstração da repressão generalizada à oposição ao Kremlin.
Yulia Navalnaya, que vive num país não identificado desde a morte de Navalny, poderá ser detida se regressar à Rússia.
O Tribunal Distrital de Basmanny, em Moscovo, decidiu prender Navalnaya sob a acusação de alegado envolvimento num grupo extremista.
Navalnaya responsabilizou publicamente Putin pela morte de Alexei Navalnay, que, segundo as autoridades russas, adoeceu de forma súbita após um eio na colónia penal do Ártico russo onde estava detido. As autoridades russas negaram qualguer envolvimento na morte de Navalny.
Três dias após a morte do marido, Navalnaya divulgou uma mensagem de nove minutos, na qual prometia "continuar o trabalho de Alexei Navalny" para "construir uma Rússia livre".
Em resposta à ordem judicial, Yulia Navalnaya disse aos seus apoiantes no X que não se deixassem distrair por ela e que, em vez disso, prosseguissem a campanha contra Putin.
"Quando escreverem sobre este assunto, não se esqueçam de escrever o essencial: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra", publicou Navalnaya. "O seu lugar é na prisão, e não algures em Haia, numa cela acolhedora com televisão, mas na Rússia - na mesma colónia (penal) e na mesma cela de 2 por 3 metros em que matou Alexei".
Alexei Navalny era o mais feroz opositor político do presidente russo Vladimir Putin e morreu enquanto cumpria uma pena de 19 anos, acusado de extremismo político.
As autoridades russas disseram que Navalny adoeceu depois de uma caminhada, mas não deram mais pormenores sobre a morte. O ativista foi preso depois de regressar a Moscovo, em janeiro de 2021, vindo da Alemanha, onde se encontrava a recuperar de uma tentativa de envenenamento atribuído ao Kremlin.
O chanceler alemão Olaf Scholz referiu no X que Navalnaya está a dar continuidade ao legado do marido e considera a decisão do tribunal de Moscovo "um mandado de captura contra o desejo de liberdade e democracia".
As autoridades russas não deram mais detalhes sobre as acusações contra Navalnaya para além do envolvimento num grupo extremista.
A repressão do Kremlin contra ativistas da oposição, jornalistas independentes e cidadãos russos que criticam o regime intensificou-se depois de a Rússia ter enviado tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022.