De acordo com sondagens recentes, o Rassemblement Nacional, de extrema-direita, e os seus aliados lideram as projecções, mas não têm a maioria absoluta necessária para formar governo.
No domingo, os ses votam na primeira volta das eleições legislativas antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron, depois de o seu partido ter sofrido uma hemorragia de votos nas eleições europeias do início de junho.
Após a segunda volta, marcada para 7 de julho, os ses e o resto do continente ficarão a conhecer os resultados de uma das eleições mais importantes dos últimos 22 anos.
O que sugerem as intenções de voto
De acordo com uma sondagem da Ipsos para a Bleu, divulgada este sábado, o Rassemblement National (RN), de extrema-direita, e os seus aliados, a fação do partido Os Republicanos afeta a Éric Ciotti (LR-Ciotti), lideram as intenções de voto (35,5%).
A Nova Frente Popular, de esquerda e socialista, vem logo atrás, com 29,5%, muito à frente do Ensemble (19,5%), o campo presidencial de Macron.
A sondagem da Elabe para a BFMTV e La Tribune du Dimanche, publicada no sábado, prevê que 36% dos eleitores apoiem o RN, que deverá obter entre 250 e 280 lugares na Assembleia Nacional, juntamente com o LR-Ciotti. A maioria absoluta na câmara baixa do Parlamento francês é de 289 lugares.
Em França, o líder do partido político que ganha as eleições legislativas tem a prerrogativa de se tornar chefe do governo. É nomeado pelo Presidente da República e aprovado pela Assembleia Nacional. Sem maioria absoluta, Jordan Bardella só pode tentar tornar-se primeiro-ministro se a sua maioria obtiver o apoio de outros partidos.
Na sexta-feira ada, a sondagem da Odoxa para o Le Nouvel Obs previa que o RN e os seus aliados recebessem 33% dos votos, a Nova Frente Popular 28% e o Ensemble de Macron 19%.
A supersondagem da Euronews - a média das principais previsões - prevê que o RN+LR-Ciotti obtenha 34,8% dos votos, seguido da Nova Frente Popular com 28,2% e do Ensemble com 19,5%.
Só os partidos que obtiverem pelo menos 12,5% dos votos poderão ar à segunda volta.
A decisão de Ciotti de associar a sua própria lista ao RN afetou os republicanos, uma vez que os herdeiros históricos do poderoso centro-direita gaullista, republicano e democrata-cristão francês parecem estar em risco de serem excluídos da segunda volta das eleições legislativas.
De acordo com o Centro de Sondagens Euronews, o LR-Ciotti poderá atingir 8,5% dos votos. Nesse cenário, não aria à segunda volta, mas os seus eleitores poderiam tornar-se o fator decisivo no resultado final, tal como os de outros partidos mais pequenos, como o R! da extrema-direita de Éric Zemmour e outras forças centristas e de esquerda.