Sargento Gordon Black, de 34 anos, foi detido na cidade portuária de Vladivostok no início deste ano, depois de a namorada o ter acusado de a ter roubado.
Um tribunal da cidade russa de Vladivostok, no extremo leste do país, condenou na quarta-feira um soldado norte-americano detido no início de 2024 a três anos e nove meses de prisão, acusado de roubo e de ameaças de assassínio.
De acordo com os funcionários norte-americanos e as autoridades russas, o sargento Gordon Black, de 34 anos, deslocou-se à cidade portuária de Vladivostok para visitar a namorada e foi detido depois de esta o ter acusado de a ter roubado.
As agências estatais russas Tass e RIA Novosti noticiaram, a partir da sala de audiências do Tribunal Distrital de Pervomaisky, em Vladivostok, que o juiz também ordenou que Black pagasse dez mil rublos (112 euros) de indemnização.
O Ministério Público tinha pedido que Black fosse condenado a quatro anos e oito meses de prisão.
A condenação de Black complica ainda mais as relações dos Estados Unidos (EUA) com a Rússia, que se têm tornado mais tensas à medida que prosseguem os combates na Ucrânia.
EUA adverte cidadãos para não viajarem para a Rússia
O Departamento de Estado norte-americano adverte os cidadãos dos EUA para não viajarem para território russo.
A Rússia mantém nas suas prisões vários cidadãos americanos, incluindo o executivo de segurança empresarial Paul Whelan e o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich. O governo dos Estados Unidos considerou que ambos os homens foram detidos injustamente e tem estado a tentar negociar a sua libertação.
Entre os outros detidos contam-se Travis Leake, um músico que vivia na Rússia há anos e que foi preso em 2023 por acusações relacionadas com drogas; Marc Fogel, um professor em Moscovo que foi condenado a 14 anos de prisão, também por acusações relacionadas com drogas; e Alsu Kurmasheva e Ksenia Khavana, que têm dupla nacionalidade.
No mês ado, o exército dos EUA afirmou que Black não tinha pedido autorização para a viagem à Rússia e que esta não tinha sido autorizada pelo Departamento da Defesa. Dadas as hostilidades na Ucrânia e as ameaças aos Estados Unidos e às suas forças armadas, é extremamente improvável que Black tenha obtido autorização.
Black estava de licença e em vias de regressar à sua base em Fort Cavazos, Texas, vindo da Coreia do Sul, onde tinha estado estacionado em Camp Humphreys.
As autoridades norte-americanas afirmaram que Black conheceu a namorada na Coreia do Sul e que se envolveram numa espécie de disputa ou altercação doméstica no outono ado. Depois disso, ela deixou a Coreia do Sul. Não é claro se foi forçada a sair ou qual foi o papel das autoridades sul-coreanas.
A porta-voz do exército, Cynthia Smith, disse que Black tinha assinado a autorização para regressar a casa.
"Em vez de regressar aos Estados Unidos continentais, Black voou de Incheon, República da Coreia, através da China, para Vladivostok, Rússia, por razões pessoais", explicou.
A namorada de Black, Alexandra Vashchuk, disse aos jornalistas no início deste mês que "foi uma simples discussão doméstica", durante a qual Black se tornou "agressivo" e atacou-a.
"Ele roubou dinheiro da minha carteira e eu não lhe dei autorização para o fazer", disse.