Reforma constitucional promovida pela primeira-ministra italiana prevê que o chefe de governo e a ser eleito por eleição direta, o que seria inédito. Oposição está contra.
Giorgia Meloni chama-lhe a "mãe de todas as reformas": o governo italiano, que lidera, propõe uma reforma constitucional para permitir a eleição direta do primeiro-ministro. O objetivo é alcançar a estabilidade do governo, reforçar o papel do chefe de governo e garantir, como diz Meloni, que os italianos escolham quem lidera o país.
Na terça-feira, o Senado votou a favor da reforma, mas são esperadas mais rondas de votações. Paralelamente, o parlamento começou a debater um projeto de lei que concede maior autonomia às regiões italianas, uma das principais propostas do partido Liga de Matteo Salvini. Numa rara demonstração de unidade, os partidos da oposição, principalmente o Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas, uniram forças para protestar contra a medida.
Num comício contra as reformas, a líder do Partido Democrático, Elly Schlein, apelou à união de todas as forças da oposição: "Chega de divisões!", disse.
"A reforma relativa à eleição direta do primeiro-ministro italiano é inaceitável, fere a Constituição italiana. Sou contra e dou o meu apoio aos partidos de esquerda que se opõem a ela no parlamento", disse um dos presentes no comício.
"A reforma que daria maior autonomia às regiões italianas é preocupante porque cria mais desigualdades, para além das que já existem no país, especialmente entre as gerações mais jovens", disse outro participante.
A eleição de um primeiro-ministro por sufrágio direto é pouco comum na Europa. Qualquer alteração constitucional exige um longo processo de votação, com as forças políticas provavelmente a envolverem-se em batalhas diárias. E serão precisos meses até que a reforma receba a aprovação final.