Chefe da diplomacia europeia diz que avaliação recente do Banco Mundial e das Nações Unidas coloca os prejuízos causados pelo conflito em Gaza em 90 mil milhões.
O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, comparou, na terça-feira, a escala de destruição em Gaza aos danos causados nas cidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.
Durante uma sessão plenária ao Parlamento Europeu, Josep Borrell falou sobre as mais de 34.000 pessoas que foram mortas em Gaza, incluindo civis, trabalhadores humanitários e jornalistas.
“As cidades de Gaza foram mais destruídas do que as cidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Uma recente avaliação provisória dos danos efetuada pelo Banco Mundial e pelas Nações Unidas, financiada pela União Europeia, estimou os danos diretos em cerca de 90 mil milhões de euros”, disse Borrell, citado pelas agências internacionais.
Já o diretor da agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) afirmou que os ataques contra a organização de ajuda humanitária tinham como objetivo retirar aos palestinianos o estatuto de refugiados.
Philippe Lazzarini falava um dia após ter sido apresentada uma análise independente sobre as alegações israelitas de que alguns funcionários da UNRWA tinham colaborado com o Hamas nos ataques de 7 de outubro contra Israel: o relatório indica que Israel não forneceu quaisquer provas da culpabilidade dos colaboradores da agência da ONU.
As alegações contra a UNRWA levaram pelo menos 15 países a suspenderem o financiamento à agência das Nações Unidas, o que trouxe ainda mais desafios à população em Gaza que luta diariamente para ter o a alimentos, água e abrigo.
Presidente alemão recebido com protestos pró-Palestina na Turquia
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que chegou a Istambul, na Turquia, na segunda-feira para uma visita de três dias, foi recebido por manifestantes pró-palestinianos que criticaram o apoio da Alemanha a Israel durante a guerra em Gaza.
De acordo com as agências internacionais, cerca de 50 manifestantes gritaram frases como “Alemanha assassina” e “apoiantes de genocídio” em turco, enquanto Steinmeier, juntamente com o presidente da câmara de Istambul, Ekrem İmamoğlu, visitava a histórica estação de comboios de Sirkeci. Esta é uma estação simbólica, uma vez que milhares de turcos partiram dali para a Alemanha desde a década de 1960.
“Isto é um crime contra a humanidade, todas as pessoas com consciência devem opor-se. Viemos aqui hoje para nos opormos ao apoio da Alemanha a Israel”, disse Melike Belkis, uma dos manifestantes.
No início de abril, advogados de grupos de direitos humanos em Berlim anunciaram ter interposto uma ação contra o governo alemão para o obrigar a suspender as exportações de armas de guerra para Israel, alegando terem razões para acreditar que o armamento estava a ser usado numa violação do direito humanitário internacional em Gaza.
Também um tribunal holandês ordenou aos Países Baixos, em abril, que bloqueasse todas as exportações de peças de aviões de combate F-35 para Israel, devido à possibilidade de estas estarem a ser utilizada em ataques contra alvos civis na Faixa de Gaza.