A reforma judicial do governo de Benjamin Netanyahu, que levou milhares de pessoas às ruas em protesto no ano ado, foi chumbada pelo Supremo Tribunal de Israel.
O Supremo Tribunal de Israel anulou uma lei que estava no centro do projeto de reforma judicial do Primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
Os juízes decidiram esta segunda-feira, por uma escassa maioria de oito contra sete, rejeitar a lei que reduzia os poderes do tribunal e que dava ao governo uma maior influência na nomeação dos juízes. Esta decisão pode colocar o país numa crise política enquanto luta contra a guerra em Gaza.
A reforma judicial de Netanyahu, que deu origem a uma onda de protestos em julho de 2023, levou à demissão do ministro da Defesa e fez militares enviarem cartas abertas a ameaçar pararem com o seu serviço.
Esta agitação resultou na aprovação pelo governo de uma lei conhecida como "lei da razoabilidade". Esta lei retirou aos tribunais superiores e inferiores de Israel o poder de anular as decisões governamentais consideradas "extremamente irrazoáveis".
Centenas de manifestantes pediram a demissão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O líder israelita, acusado de se ter agarrado ao poder através da cedência à extrema-direita da sua coligação, argumenta que as mudanças são necessárias para restabelecer o equilíbrio entre os juízes e os políticos.
A decisão de segunda-feira de anular a legislação de julho poderá reacender as tensões que agitaram Israel durante o verão e dividir o governo de unidade na sequência dos ataques do Hamas a 7 de outubro.