Prazo de saída imposto por Islamabad terminou a 1 de novembro. Organizações humanitárias denunciam violência em ambos os lados da fronteira
Chegam continuamente do Paquistão, de onde foram expulsos, para regressar contra a vontade ao país natal, o Afeganistão.
A fronteira de Torkham tornou-se num imenso centro de registo, gerando bloqueios istrativos e tempos de espera intermináveis.
"Tínhamos construído uma casa, obrigaram-nos a deixar tudo para trás. Trouxemos metade da nossa roupa e deixámos metade. ámos por tanta coisa que ainda estou a tremer. Deixámos tudo para trás e partimos", contava uma afegã.
Islamabad identificou cerca de 1,7 milhões de afegãos em situação irregular em solo paquistanês. Muitos vieram depois os talibãs tomarem o poder em Cabul.
O governo paquistanês deu um ultimato para o prazo de saída que terminou a 1 de novembro e que, estima-se, resultou no êxodo de 165 mil pessoas.
Os controlos policiais e as detenções multiplicam-se. As organizações humanitárias denunciam a violência da polícia e recordam que muitos desses afegãos serão perseguidos pelos talibãs se voltarem a casa.