{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/09/04/alteracoes-climaticas-direitos-das-criancas-na-africa-subsariana-minados-a-um-ritmo-alarma" }, "headline": "Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas: \u0022Direitos das crian\u00e7as na \u00c1frica Subsariana minados a um ritmo alarmante\u0022", "description": "1,85 milh\u00f5es de crian\u00e7as da \u00c1frica Subsariana estavam deslocadas internamente, no final de 2022, alerta da ONG Save the Children. No Qu\u00e9nia, pa\u00edses africanos procuram solu\u00e7\u00f5es para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.", "articleBody": "As altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas s\u00e3o uma realidade e afetam, de diferentes maneiras, o planeta Terra.\u00a0As crian\u00e7as, que s\u00e3o o futuro, est\u00e3o a sofrer severamente, com os desastres que delas resultam.\u00a0 A organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental Save de Children (com base na an\u00e1lise dos dados do Centro de Monitoriza\u00e7\u00e3o das Desloca\u00e7\u00f5es Internas )\u00a0alertava no seu relat\u00f3rio, agora divulgado, que:\u00a0\u201elo menos 1,85 milh\u00f5es de crian\u00e7as, na \u00c1frica Subsariana, estavam deslocadas, dentro dos seus pa\u00edses, devido a choques clim\u00e1ticos\u201d, em 2022. Movimenta\u00e7\u00f5es for\u00e7adas que quase duplicaram no ano ado - em 2021 tinha-se registado um milh\u00e3o - um n\u00famero recorde. A maioria continuava\u00a0em campos de refugiados, com a fam\u00edlia, ou noutros locais tempor\u00e1rios, no final de 2022. N\u00fameros que, de acordo com a Save the Children, \u0022p\u00f5em a nu\u0022 a dura realidade de que os direitos das crian\u00e7as, em toda a regi\u00e3o, est\u00e3o a ser \u0022minados a um ritmo alarmante pelo impatos da crise clim\u00e1tica\u0022.\u00a0Pa\u00edses que, lembrava esta organiza\u00e7\u00e3o, \u0022foram os que menos contribu\u00edram para a crise\u0022, ou seja, s\u00e3o aqueles que t\u00eam a \u0022menor quota de emiss\u00f5es globais de gases com efeito de estufa de todas as regi\u00f5es do mundo\u0022. Cat\u00e1strofes naturais levam ao \u00eaxodo na Nig\u00e9ria e Som\u00e1lia A Nig\u00e9ria foi aquele onde se registaram mais deslocados internos, devido \u00e0s inunda\u00e7\u00f5es no estado de Borno e noutras partes do pa\u00eds, em 2022. No final do ano ado, pelo menos\u00a0854. 000 pessoas continuavam longe de casa entre elas, estima-se, 427 000 crian\u00e7as. Na Som\u00e1lia, o segundo pa\u00eds mais afetado em termos de deslocados pelo choque clim\u00e1tico, falta \u00e1gua. O pa\u00eds viu ar cinco esta\u00e7\u00f5es, que deveriam ser de chuvas, sem que chovesse. Cerca de 6,6 milh\u00f5es de pessoas, 39% da popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds, atingiu n\u00edveis cr\u00edticos de fome. Situa\u00e7\u00e3o que conduziu ao segundo maior n\u00famero de \u00eaxodo interno em \u00c1frica: 1,1 milh\u00f5es de pessoas. \u0022Falta vontade pol\u00edtica\u0022 e a\u00e7\u00e3o \u00c0 euronews, Malama Mwila , da Save the Children, explicava que os decisores pol\u00edticos \u0022podem ajudar a mudar a situa\u00e7\u00e3o e a proteger e salvar milh\u00f5es de vidas no continente africano, e em todo o mundo\u0022, e pedia decis\u00f5es estrat\u00e9gicas. O respons\u00e1vel Regional de Pol\u00edtica, Advocacia e Campanhas para o Escrit\u00f3rio Regional da \u00c1frica Oriental e Austral compilava em tr\u00eas, as medidas que \u00e9 preciso tomar.\u00a0 Em primeiro lugar, apelava aos governos africanos \u0022que d\u00eaem prioridade \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de receitas internas, progressivas, para financiar medidas de adapta\u00e7\u00e3o e mitiga\u00e7\u00e3o das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas\u0022. Para que isso resulta s\u00e3o necess\u00e1rias \u0022pol\u00edticas fiscais redistributivas para proteger os grupos mais afetados pela desigualdade, que s\u00e3o as crian\u00e7as e as suas fam\u00edlias\u0022. Em segundo lugar, e \u0022igualmente importante\u0022, \u00e9 o comprometimento dos \u0022representantes dos pa\u00edses de elevado rendimento (...) classificados como emissores hist\u00f3ricos\u0022 em aumentarem o financiamento e o investimento \u0022inclusivo e progressivo, especialmente o financiamento verde\u0022. A terceira medida, acrescentava Malama Mwila, \u00e9 que \u0022\u00e9 preciso ouvir as vozes das crian\u00e7as e de outras partes implicadas neste processo\u0022.\u00a0Para este respons\u00e1vel, o que est\u00e1 a falhar \u00e9 a falta de vontade pol\u00edtica.\u00a0 \u0022Quando se trata de implementar e fornecer esses fundos, tem havido pouca a\u00e7\u00e3o, pelo que o compromisso pol\u00edtico, especialmente do Norte global, tem faltado.\u00a0\u00c9 fundamentalmente importante que registemos os compromissos que foram assumidos n\u00e3o s\u00f3 pelos governos africanos, mas por governos de todo o mundo, ao em a Conven\u00e7\u00e3o sobre os Direitos da Crian\u00e7a, ao em a Carta Africana sobre os Direitos e o Trabalho da Crian\u00e7a, devemos dar prioridade \u00e0s crian\u00e7as devido \u00e0s vulnerabilidades que enfrentam, devido \u00e0 sua constitui\u00e7\u00e3o social e fisiol\u00f3gica\u0022, referia este respons\u00e1vel da Save the Children. \u00c1frica debate solu\u00e7\u00f5es para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas Dar voz aos jovens faz parte da solu\u00e7\u00e3o. Richard Munang , coordenador do subprograma para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas do Gabinete de \u00c1frica do PNUA (Programa da ONU para o Ambiente), explicava \u00e0 Euronews que eles \u0022t\u00eam o talento, as compet\u00eancias s\u00e3o muito, muito inovadores, empreendedores\u0022. \u00c9 preciso ouvi-los, \u0022discutir o que est\u00e3o a fazer e como podem ser apoiados na procura de solu\u00e7\u00f5es transformadoras\u0022.\u00a0 \u00c1frica, sob o ausp\u00edcio da ONU - na \u0022 United Nations Africa Climate Week \u0022, que arranca esta segunda-feira, 4 de setembro, em Nairobi, a capital do Qu\u00e9nia - come\u00e7a a procurar solu\u00e7\u00f5es. Uma esp\u00e9cie de \u201caquecimento\u201d para a COP28 - Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas, que decorrer\u00e1 no final do ano no Dubai. O objetivo deste encontro \u00e9 \u0022partilhar conhecimentos com o Norte global e, claro, com \u00c1frica, e mostrar as solu\u00e7\u00f5es que \u00c1frica pode oferecer\u0022, referia\u00a0o entrevistado da Euronews. Daqui espera-se que saia a \u0022chamada declara\u00e7\u00e3o de Nairobi, que mostra n\u00e3o s\u00f3 os desafios que \u00c1frica enfrenta, mas tamb\u00e9m as oportunidades e as oportunidades de investimento que podem atrair financiamento\u0022.\u00a0Richar Munang frisava que \u0022as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, apesar de causarem danos, s\u00e3o tamb\u00e9m uma oportunidade de investimento\u0022. O documento, se for firmado, ser\u00e1 apresentado na\u00a0Cimeira de Alto N\u00edvel sobre o Clima, organizada pelo Secret\u00e1rio-Geral da ONU e tamb\u00e9m na COP22. ", "dateCreated": "2023-08-31T09:52:21+02:00", "dateModified": "2023-09-04T06:14:06+02:00", "datePublished": "2023-09-04T06:13:44+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F85%2F97%2F84%2F1440x810_cmsv2_e25abd94-b66a-50dd-95be-521820e09fe3-7859784.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Nunay Mohamed fugiu da regi\u00e3o de Lower Shabelle, afetada pela seca, junho 2022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F85%2F97%2F84%2F432x243_cmsv2_e25abd94-b66a-50dd-95be-521820e09fe3-7859784.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Madeira", "givenName": "Nara", "name": "Nara Madeira", "url": "/perfis/804", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "R\u00e9daction" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Alterações Climáticas: "Direitos das crianças na África Subsariana minados a um ritmo alarmante"

Nunay Mohamed fugiu da região de Lower Shabelle, afetada pela seca, junho 2022
Nunay Mohamed fugiu da região de Lower Shabelle, afetada pela seca, junho 2022 Direitos de autor Farah Abdi Warsameh/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Farah Abdi Warsameh/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
De Nara Madeira com AP, Save the Children, PNUA/ONU
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

1,85 milhões de crianças da África Subsariana estavam deslocadas internamente, no final de 2022, alerta da ONG Save the Children. No Quénia, países africanos procuram soluções para as alterações climáticas.

PUBLICIDADE

As alterações climáticas são uma realidade e afetam, de diferentes maneiras, o planeta Terra. As crianças, que são o futuro, estão a sofrer severamente, com os desastres que delas resultam. 

A organização não-governamental Save de Children (com base na análise dos dados do Centro de Monitorização das Deslocações Internas) alertava no seu relatório, agora divulgado, que: “Pelo menos 1,85 milhões de crianças, na África Subsariana, estavam deslocadas, dentro dos seus países, devido a choques climáticos”, em 2022. Movimentações forçadas que quase duplicaram no ano ado - em 2021 tinha-se registado um milhão - um número recorde. A maioria continuava em campos de refugiados, com a família, ou noutros locais temporários, no final de 2022.

Euronews
Dados publicados no Global Report on Internal Displacement 2023Euronews

Números que, de acordo com a Save the Children, "põem a nu" a dura realidade de que os direitos das crianças, em toda a região, estão a ser "minados a um ritmo alarmante pelo impatos da crise climática". Países que, lembrava esta organização, "foram os que menos contribuíram para a crise", ou seja, são aqueles que têm a "menor quota de emissões globais de gases com efeito de estufa de todas as regiões do mundo".

Catástrofes naturais levam ao êxodo na Nigéria e Somália

A Nigéria foi aquele onde se registaram mais deslocados internos, devido às inundações no estado de Borno e noutras partes do país, em 2022. No final do ano ado, pelo menos 854. 000 pessoas continuavam longe de casa entre elas, estima-se, 427 000 crianças.

Farah Abdi Warsameh/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
Somalis que fugiram das zonas afetadas pela seca, chegavam a um campo de refugidos, junho 2022Farah Abdi Warsameh/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.

Na Somália, o segundo país mais afetado em termos de deslocados pelo choque climático, falta água. O país viu ar cinco estações, que deveriam ser de chuvas, sem que chovesse. Cerca de 6,6 milhões de pessoas, 39% da população do país, atingiu níveis críticos de fome. Situação que conduziu ao segundo maior número de êxodo interno em África: 1,1 milhões de pessoas.

"Falta vontade política" e ação

À euronews, Malama Mwila, da Save the Children, explicava que os decisores políticos "podem ajudar a mudar a situação e a proteger e salvar milhões de vidas no continente africano, e em todo o mundo", e pedia decisões estratégicas.

O responsável Regional de Política, Advocacia e Campanhas para o Escritório Regional da África Oriental e Austral compilava em três, as medidas que é preciso tomar. 

Em primeiro lugar, apelava aos governos africanos "que dêem prioridade à criação de receitas internas, progressivas, para financiar medidas de adaptação e mitigação das alterações climáticas". Para que isso resulta são necessárias "políticas fiscais redistributivas para proteger os grupos mais afetados pela desigualdade, que são as crianças e as suas famílias".

Em segundo lugar, e "igualmente importante", é o comprometimento dos "representantes dos países de elevado rendimento (...) classificados como emissores históricos" em aumentarem o financiamento e o investimento "inclusivo e progressivo, especialmente o financiamento verde".

A terceira medida, acrescentava Malama Mwila, é que "é preciso ouvir as vozes das crianças e de outras partes implicadas neste processo". Para este responsável, o que está a falhar é a falta de vontade política. 

AP Photo/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Inundações na Nigéria, setembro 2022AP Photo/Copyright 2022 The AP. All rights reserved

"Quando se trata de implementar e fornecer esses fundos, tem havido pouca ação, pelo que o compromisso político, especialmente do Norte global, tem faltado. É fundamentalmente importante que registemos os compromissos que foram assumidos não só pelos governos africanos, mas por governos de todo o mundo, ao em a Convenção sobre os Direitos da Criança, ao em a Carta Africana sobre os Direitos e o Trabalho da Criança, devemos dar prioridade às crianças devido às vulnerabilidades que enfrentam, devido à sua constituição social e fisiológica", referia este responsável da Save the Children.

África debate soluções para as alterações climáticas

Dar voz aos jovens faz parte da solução. Richard Munang, coordenador do subprograma para as alterações climáticas do Gabinete de África do PNUA (Programa da ONU para o Ambiente), explicava à Euronews que eles "têm o talento, as competências são muito, muito inovadores, empreendedores". É preciso ouvi-los, "discutir o que estão a fazer e como podem ser apoiados na procura de soluções transformadoras". 

África, sob o auspício da ONU - na "United Nations Africa Climate Week", que arranca esta segunda-feira, 4 de setembro, em Nairobi, a capital do Quénia - começa a procurar soluções. Uma espécie de “aquecimento” para a COP28 - Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá no final do ano no Dubai.

A Cimeira Africana sobre o Clima não se limitará a falar sobre os problemas, mas também sobre as soluções, as soluções que África já está a preparar e a pôr em prática. Podemos partilhar essas lições com o mundo inteiro.
Richard Munang
Coordenador do subprograma de Alterações Climáticas da PNUA em África

O objetivo deste encontro é "partilhar conhecimentos com o Norte global e, claro, com África, e mostrar as soluções que África pode oferecer", referia o entrevistado da Euronews. Daqui espera-se que saia a "chamada declaração de Nairobi, que mostra não só os desafios que África enfrenta, mas também as oportunidades e as oportunidades de investimento que podem atrair financiamento". Richar Munang frisava que "as alterações climáticas, apesar de causarem danos, são também uma oportunidade de investimento". O documento, se for firmado, será apresentado na Cimeira de Alto Nível sobre o Clima, organizada pelo Secretário-Geral da ONU e também na COP22.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

O assume o compromisso do restauro da biodiversidade em África

Grupo O: Pelo futuro agrícola em África

Fome por causa de seca extrema espalha morte pelo Corno de África