{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/12/20/paises-baixos-pedem-desculpa-pela-escravatura" }, "headline": "Pa\u00edses Baixos pedem desculpa pela escravatura", "description": "O primeiro-ministro dos Pa\u00edses Baixos pediu desculpa pela escravatura, um ato controverso no pa\u00eds, que conta com o apoio de apenas 38% dos adultos", "articleBody": "Os Pa\u00edses Baixos acertam contas com a Hist\u00f3ria e pedem desculpa pelo seu papel hist\u00f3rico na escravatura. Num discurso em Haia, o primeiro-ministro, Mark Rutte, disse: \u0022Hoje pe\u00e7o desculpa em nome do governo holand\u00eas pelas a\u00e7\u00f5es do Estado holand\u00eas no ado: postumamente a todos os escravos, em todo o mundo, que sofreram com este ato; \u00e0s suas filhas e filhos e a todos os seus descendentes\u0022. O chefe do governo holand\u00eas sugere que a escravatura seja considerada \u0022crime contra a Humanidade\u0022 . Em setembro, aquando da visita ao Suriname, Rutte tinha dado a entender que se preparava para apresentar desculpas. Ao mesmo tempo que proferia o discurso, v\u00e1rios dos ministros do seu governo estavam em pa\u00edses que foram escravizados como o Suriname, a ilha de Cura\u00e7au, \u00c1frica do Sul e Indon\u00e9sia, para abordarem o assunto com as popula\u00e7\u00f5es locais. O governo dever\u00e1 anunciar a cria\u00e7\u00e3o de um fundo de compensa\u00e7\u00e3o para financiar projetos nos pa\u00edses onde vivem os descendentes de escravos. A Holanda enviou cerca de 600.000 africanos como escravos para territ\u00f3rio sul-americano para trabalharem em planta\u00e7\u00f5es. O pedido de desculpas tem gerado controv\u00e9rsia nos Pa\u00edses Baixos. De acordo com uma sondagem recente, s\u00f3 38% dos holandeses concordam com ele. Tal como outras metr\u00f3poles europeias, durante 250 anos a Holanda desempenhou um papel fundamental na captura, transfer\u00eancia e venda de escravos africanos na Am\u00e9rica, mas tamb\u00e9m na \u00c1frica do Sul e na \u00c1sia, onde a Companhia Holandesa das \u00cdndias Orientais operou. A s organiza\u00e7\u00f5es de mem\u00f3ria da escravatura queriam que o pedido de desculpas fosse apresentado a 1 de julho de 2023, o 150\u00ba anivers\u00e1rio do fim da escravatura , numa celebra\u00e7\u00e3o anual chamada \u0022Keti Koti\u0022 (Quebrar as Correntes) em Suriname. A primeira-ministra de Sint Maarten, Silveria Jacobs, disse aos media holandeses no s\u00e1bado que a ilha n\u00e3o aceitaria um pedido de desculpas holand\u00eas se este fosse emitido na segunda-feira. Sobre isso, Mark Rutte disse: \u0022N\u00e3o h\u00e1 um momento certo para todos, nem uma palavra certa para todos, nem um lugar certo para todos\u0022. A escravatura ajudou a financiar o \u0022s\u00e9culo dourado\u0022 holand\u00eas , um per\u00edodo de prosperidade atrav\u00e9s do com\u00e9rcio mar\u00edtimo nos s\u00e9culos XVI e XVII. No auge do seu imp\u00e9rio colonial, as Prov\u00edncias Unidas, depois conhecidas como Holanda e agora como Pa\u00edses Baixos, tinham col\u00f3nias como o Suriname, a ilha caribenha de Cura\u00e7ao, a \u00c1frica do Sul e a Indon\u00e9sia, onde a Companhia Holandesa das \u00cdndias Orientais estava sediada no s\u00e9culo XVII. A escravatura foi formalmente abolida no Suriname e noutros territ\u00f3rios holandeses a 1 de julho de 1863, mas s\u00f3 terminou realmente em 1873 ap\u00f3s um per\u00edodo de \u0022transi\u00e7\u00e3o\u0022 de 10 anos. Nos \u00faltimos anos, os Pa\u00edses Baixos come\u00e7aram a analisar o seu papel na escravatura. As cidades de Amesterd\u00e3o, Roterd\u00e3o, Utrecht e Haia j\u00e1 tinham apresentado oficialmente as suas desculpas . Mark Rutte h\u00e1 muito que tem reservas em fazer um pedido oficial de desculpas, dizendo no ado que o per\u00edodo da escravatura foi h\u00e1 demasiado tempo e que um pedido de desculpas inflamaria tens\u00f5es num pa\u00eds onde a extrema-direita permanece forte. Na segunda-feira disse: \u0022Pensei: a escravatura \u00e9 uma hist\u00f3ria que est\u00e1 muito atr\u00e1s de n\u00f3s, mas estava errado, porque s\u00e9culos de opress\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o afetam o presente, em estere\u00f3tipos racistas, discrimina\u00e7\u00e3o e desigualdade social, e, para quebrar isto, temos de enfrentar o ado aberta e honestamente\u0022. ", "dateCreated": "2022-12-19T17:24:00+01:00", "dateModified": "2022-12-20T09:03:17+01:00", "datePublished": "2022-12-20T09:03:12+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F25%2F93%2F62%2F1440x810_cmsv2_e5c71a4e-0dc3-5c4a-bb2b-abd12d99d1b9-7259362.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": " O primeiro-ministro holand\u00eas Mark Rutte e Marian Markelo, sacerdotiza Winti, uma religi\u00e3o tradicional afro-surinamesa", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F25%2F93%2F62%2F432x243_cmsv2_e5c71a4e-0dc3-5c4a-bb2b-abd12d99d1b9-7259362.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Países Baixos pedem desculpa pela escravatura

 O primeiro-ministro holandês Mark Rutte e Marian Markelo, sacerdotiza Winti, uma religião tradicional afro-surinamesa
O primeiro-ministro holandês Mark Rutte e Marian Markelo, sacerdotiza Winti, uma religião tradicional afro-surinamesa Direitos de autor Peter Dejong/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Peter Dejong/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
De Euronews com AFP
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O primeiro-ministro dos Países Baixos pediu desculpa pela escravatura, um ato controverso no país, que conta com o apoio de apenas 38% dos adultos

PUBLICIDADE

Os Países Baixos acertam contas com a História e pedem desculpa pelo seu papel histórico na escravatura.

Num discurso em Haia, o primeiro-ministro, Mark Rutte, disse: "Hoje peço desculpa em nome do governo holandês pelas ações do Estado holandês no ado: postumamente a todos os escravos, em todo o mundo, que sofreram com este ato; às suas filhas e filhos e a todos os seus descendentes".

O chefe do governo holandês sugere que a escravatura seja considerada "crime contra a Humanidade".

Em setembro, aquando da visita ao Suriname, Rutte tinha dado a entender que se preparava para apresentar desculpas.

Ao mesmo tempo que proferia o discurso, vários dos ministros do seu governo estavam em países que foram escravizados como o Suriname, a ilha de Curaçau, África do Sul e Indonésia, para abordarem o assunto com as populações locais.

O governo deverá anunciar a criação de um fundo de compensação para financiar projetos nos países onde vivem os descendentes de escravos.

A Holanda enviou cerca de 600.000 africanos como escravos para território sul-americano para trabalharem em plantações.

O pedido de desculpas tem gerado controvérsia nos Países Baixos. De acordo com uma sondagem recente, só 38% dos holandeses concordam com ele.

Tal como outras metrópoles europeias, durante 250 anos a Holanda desempenhou um papel fundamental na captura, transferência e venda de escravos africanos na América, mas também na África do Sul e na Ásia, onde a Companhia Holandesa das Índias Orientais operou.

As organizações de memória da escravatura queriam que o pedido de desculpas fosse apresentado a 1 de julho de 2023, o 150º aniversário do fim da escravatura, numa celebração anual chamada "Keti Koti" (Quebrar as Correntes) em Suriname.

A primeira-ministra de Sint Maarten, Silveria Jacobs, disse aos media holandeses no sábado que a ilha não aceitaria um pedido de desculpas holandês se este fosse emitido na segunda-feira.

Sobre isso, Mark Rutte disse: "Não há um momento certo para todos, nem uma palavra certa para todos, nem um lugar certo para todos".

A escravatura ajudou a financiar o "século dourado" holandês, um período de prosperidade através do comércio marítimo nos séculos XVI e XVII.

No auge do seu império colonial, as Províncias Unidas, depois conhecidas como Holanda e agora como Países Baixos, tinham colónias como o Suriname, a ilha caribenha de Curaçao, a África do Sul e a Indonésia, onde a Companhia Holandesa das Índias Orientais estava sediada no século XVII.

A escravatura foi formalmente abolida no Suriname e noutros territórios holandeses a 1 de julho de 1863, mas só terminou realmente em 1873 após um período de "transição" de 10 anos.

Nos últimos anos, os Países Baixos começaram a analisar o seu papel na escravatura. As cidades de Amesterdão, Roterdão, Utrecht e Haia já tinham apresentado oficialmente as suas desculpas.

Mark Rutte há muito que tem reservas em fazer um pedido oficial de desculpas, dizendo no ado que o período da escravatura foi há demasiado tempo e que um pedido de desculpas inflamaria tensões num país onde a extrema-direita permanece forte.

"Pensei: a escravatura é uma história que está muito atrás de nós, mas estava errado, porque séculos de opressão e exploração afetam o presente, em estereótipos racistas, discriminação e desigualdade social, e, para quebrar isto, temos de enfrentar o ado aberta e honestamente".
Mark Rutte
Primeiro-Ministro dos Países Baixos

Na segunda-feira disse: "Pensei: a escravatura é uma história que está muito atrás de nós, mas estava errado, porque séculos de opressão e exploração afetam o presente, em estereótipos racistas, discriminação e desigualdade social, e, para quebrar isto, temos de enfrentar o ado aberta e honestamente".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Portugal deve pedir desculpa pela escravatura, diz o Presidente

Manifestantes interrompem cerimónia do Dia da Libertação nos Países Baixos

Jardins de Keukenhof tornam-se o principal ponto de encontro nas redes sociais na primavera