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Chernihiv tenta retomar a vida e começa pelos funerais das vítimas da invasão russa

Funeral de Veronika Kuts, de 12 anos, vítima de um bombardeamento em Chernihiv
Funeral de Veronika Kuts, de 12 anos, vítima de um bombardeamento em Chernihiv Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka
Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka
De Francisco Marques
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As forças afetas ao Kremlin começaram a retirar-se da região de Kiev há cerca de uma semana. Há reencontros e despedidas em curso, mas falta assistência

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Os habitantes de Chernihiv começam a deixar os abrigos e os esconderijos para retomarem aos poucos uma dita vida normal e alguns dos primeiros rituais após a retirada das tropas russas são os funerais das vítimas da invasão das forças afetas ao Kremlin.

Veronika Kuts, de 12 anos, é uma dessas vítimas. Morreu num dos muitos bombardeamentos que destruíram cerca de 70% desta cidade 150 quilómetros a norte de Kiev e a 80 a leste da fronteira com a Bielorrússia.

Foi das primeiras cidades ucranianas a serem atacadas numa linha ofensiva russa que parecia dirigir-se à conquista da capital da Ucrânia. Cerca de quatro semanas depois, as tropas invasoras retiraram-se e deixaram para trás um cenário de morte, destruição e pilhagens.

Durante as cerca de quatro semanas de controlo militar russos, poucos ou nenhuns mantimentos chegaram aos residentes de Chernihiv. Antonina Dejneko nem um pouco de chá tem para oferecer à equipa de reportagem que a visitou numa casa com muitos sinais de guerra.

Do primeiro dia da invasão, lembra-se que "toda a gente começou a gritar". "Ficámos todos cobertos de fumo e poeira. Depois alguém disse que tínhamos sido atingidos por uma bomba. Um vizinho ali do bloco de apartamentos destruído estava na casa banho e sobreviveu, mas a mulher e a filha estavam no corredor e tiveram morte imediata", lamenta Antonina Dejneko, de lágrimas nos olhos.

As autoridades municipais estimam serem precisos pelo menos quatro anos para reconstruir Chernihiv.

Para as crianças, as que sobreviveram, ar algumas semanas num abrigo foi uma experiência nova, mas que poderá vir um dia a revelar-se um trauma.

Maria, de nove anos, conta que "não foi nada divertido de início". "Ficou melhor depois de ter feito novos amigos, mas não havia luz na cave", lamenta.

A mãe de Maria, Valentina, acrescentou: "Não havia eletricidade nem sanitários. A rua era a nossa retrete. Somos filhos do submundo."

Com a retirada dos invasores russos, as autoridades locais tentam ajudar os sobreviventes de Chernihiv com a distribuição de produtos de higiene e alimentos. As filas começam a ser cada vez maiores, mas ainda não há suficiente para todos.

"Pelo que percebi, a ajuda de emergência ainda não começou a chegar aqui", lamenta Oksana Yatsenko, outra sobrevivente da agem russa pela cidade.

À medida que as equipas de resgate avançam pelo território libertado dos ocupantes russos, novos crimes de guerra monstruosos vão sendo descobertos.
Ministério da Defesa
Governo da Ucrânia

A prioridade das autoridades ucranianas parecem ser, para já, as cidades mais próximas da capital, como Bucha, Borodyanka ou agora Makariv, onde o Ministério da Defesa da Ucrânia diz que "já foram descobertos 132 corpos atormentados de cidadãos torturados e assassinados".

Outras fontes • TV2 da Noruega, Interfax, Guardian

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