{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2021/11/08/floresta-do-congo-e-um-dos-pulmoes-do-planeta" }, "headline": "Floresta do Congo \u00e9 um dos pulm\u00f5es do planeta", "description": "Torre de fluxo de 55 metros de altura permite quantificar as trocas de gases com efeito de estufa entre a atmosfera e a floresta.", "articleBody": "A Bacia do Congo abriga a segunda maior floresta tropical do mundo depois da Amaz\u00f3nia. Dois ter\u00e7os da \u00e1rea florestal de 180 milh\u00f5es de hectares est\u00e3o situados na Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo, um pa\u00eds do tamanho da Europa Ocidental.\u00a0\u00a0 A torre de fluxo do Congo foi constru\u00edda h\u00e1 um ano em plena floresta e tem 55 metros de altura. O projeto foi realizado pela Universidade de Ghent. \u0022 Esta estrutura permite-nos quantificar as trocas de gases com efeito de estufa entre a atmosfera e a floresta. Podemos calcular continuamente a quantidade de carbono emitido e sequestrado pela floresta da Bacia do Congo\u201d, explicou Thomas Sibret, gestor do projeto Congoflux e investigador da Universidade de Ghent, na B\u00e9lgica. Floresta do Congo: campe\u00e3 do sequestro de carbono no mundo \u201cEsta floresta, ao contr\u00e1rio do que muitos dizem, n\u00e3o \u00e9 o segundo pulm\u00e3o do planeta, mas o primeiro pulm\u00e3o do planeta. \u00c9 a segunda maior floresta em termos de \u00e1rea, mas a primeira em termos de sequestro de carbono. Por v\u00e1rias raz\u00f5es biol\u00f3gicas e hist\u00f3ricas, hoje h\u00e1 mais carbono sequestrado na Bacia do Congo do que na Amaz\u00f3nia ou na Indon\u00e9sia\u0022, afirmou Michel Baudouin, reitor da\u00a0 ERAIFT (Escola Regional de P\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em Gest\u00e3o Integrada de Florestas Tropicais e Terras). Iniciativa europeia FORETS promove silvicultura A reserva de Yangambi foi a maior esta\u00e7\u00e3o de investiga\u00e7\u00e3o tropical do mundo, durante a era colonial.\u00a0 O CIFOR, centro internacional de investiga\u00e7\u00e3o florestal, est\u00e1 a relan\u00e7ar os projetos em Yangambi, em parceria com as autoridades do pa\u00eds.\u00a0 A iniciativa FORETS , financiada pela Uni\u00e3o Europeia, come\u00e7a na Faculdade de Ci\u00eancias de Kisangani, onde s\u00e3o formados os futuros especialistas em silvicultura.\u00a0 Os 260 alunos de mestrado e doutoramento realizam os trabalhos pr\u00e1ticos em Yangambi.\u00a0 Uma das dimens\u00f5es do projeto \u00e9 sensibilizar as crian\u00e7as para a prote\u00e7\u00e3o do ambiente e, em particular, das florestas. \u0022 A Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo representa o nosso maior envelope financeiro ao n\u00edvel da preserva\u00e7\u00e3o florestal em \u00c1frica. 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Floresta do Congo é um dos pulmões do planeta

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Torre de fluxo de 55 metros de altura permite quantificar as trocas de gases com efeito de estufa entre a atmosfera e a floresta.

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A Bacia do Congo abriga a segunda maior floresta tropical do mundo depois da Amazónia.

Dois terços da área florestal de 180 milhões de hectares estão situados na República Democrática do Congo, um país do tamanho da Europa Ocidental.  A torre de fluxo do Congo foi construída há um ano em plena floresta e tem 55 metros de altura. O projeto foi realizado pela Universidade de Ghent.

"Esta estrutura permite-nos quantificar as trocas de gases com efeito de estufa entre a atmosfera e a floresta. Podemos calcular continuamente a quantidade de carbono emitido e sequestrado pela floresta da Bacia do Congo”, explicou Thomas Sibret, gestor do projeto Congoflux e investigador da Universidade de Ghent, na Bélgica.

Floresta do Congo: campeã do sequestro de carbono no mundo

“Esta floresta, ao contrário do que muitos dizem, não é o segundo pulmão do planeta, mas o primeiro pulmão do planeta. É a segunda maior floresta em termos de área, mas a primeira em termos de sequestro de carbono. Por várias razões biológicas e históricas, hoje há mais carbono sequestrado na Bacia do Congo do que na Amazónia ou na Indonésia", afirmou Michel Baudouin, reitor da  ERAIFT (Escola Regional de Pós-graduação em Gestão Integrada de Florestas Tropicais e Terras).

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Estudantes de mestrado e doutoramento participam em projetos de sensibilização ambiental das crianças na RDCeuronews

Iniciativa europeia FORETS promove silvicultura

A reserva de Yangambi foi a maior estação de investigação tropical do mundo, durante a era colonial. O CIFOR, centro internacional de investigação florestal, está a relançar os projetos em Yangambi, em parceria com as autoridades do país. A iniciativa FORETS, financiada pela União Europeia, começa na Faculdade de Ciências de Kisangani, onde são formados os futuros especialistas em silvicultura. Os 260 alunos de mestrado e doutoramento realizam os trabalhos práticos em Yangambi. 

Uma das dimensões do projeto é sensibilizar as crianças para a proteção do ambiente e, em particular, das florestas. "A República Democrática do Congo representa o nosso maior envelope financeiro ao nível da preservação florestal em África. Trata-se de um país solução. É um país enorme que possui imensos recursos florestais. É um fator de desenvolvimento tanto para as pessoas como para a conservação do planeta", frisou Jean Marc Chataigner, embaixador da UE em Kinshasa.

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Jean Marc Chataigner, embaixador da UE em Kinshasaeuronews

A importância da silvicultura

A iniciativa europeia financia projetos de investigação em várias áreas: produção de café e madeira, construção de uma central de cogeração de biomassa para fornecer eletricidade e calor, produção de mel e, graças à agrossilvicultura, o combate contra a desflorestação.

“Uma das opções para que a floresta seja menos degradada é a agrossilvicultura. Isso significa apoiar e incentivar as comunidades locais a plantar árvores para fertilizar o solo, produzir lenha, entre outras coisas", explicou Olivier Mushiete, diretor-geral do Instituto Congolês de Conservação da Natureza.

Com o apoio do projeto europeu, os agricultores plantam, acácias, árvores de crescimento rápido, no meio das plantas de amendoins. O objetivo é plantar 5 milhões de árvores para restaurar a biodiversidade.

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Benjamin Tandala Kalenza, coordenador do projeto Ntsio e agricultoreuronews

Promover a agricultura, travar o êxodo rural

A agrossilvicultura está bem presente em Ntsio, no planalto de Batéké, a 150 quilómetros da capital. Desde 2013, a União Europeia financia o desenvolvimento agrícola num solo arenoso para produzir alimentos para as populações locais e de Kinshasa e travar o êxodo rural. Há 260 famílias espalhadas por 5500 hectares. O objetivo é recriar as condições de uma floresta fértil. Cada agricultor produz nas suas terras azeite de dendê, mandioca, ou leguminosas, à sombra das acácias, a árvore providencial da agrossilvicultura.

“Essas folhas, que caem com o ar dos anos, acumulam-se e formam uma camada de húmus, as raízes da acácia fixam nitrogénio e isso fertiliza o solo nas mesmas condições que as da floresta", considerou Benjamin Tandala Kalenza, coordenador do projeto Ntsio e agricultor.

A prevenção dos incêndios graças à silvicultura e ao pastoreio

A euronews assistiu a um encontro para discutir colheitas e a venda de produtos, que se destinam em particular aos vinte milhões de habitantes de Kinshasa.

Para o abastecimento em água, as famílias partilham canos verticais, ligados a um poço. Um cartão pré-pago favorece a gestão do consumo de água. 

O projeto permitiu multiplicar por dez os rendimentos dos agricultores. “A minha vida é diferente porque, antes eu comprava comida, mandioca. Antes tinha que ter dinheiro para comprar comida, mas agora não, vivo no campo, faço a colheita e consigo alimentar-me", contou Judith Makasi Kazwala.

Graças a um viveiro os agricultores têm o a plantas e árvores, um projeto no qual participam crianças que viviam na rua em Kinshasa. À volta dos campos, uma pradaria serve de proteção contra os incêndios, tal como os rebanhos que são igualmente aliados importantes na prevenção dos fogos.

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