{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2021/01/27/hungria-diz-se-vitima-da-corrente-liberal-internacional-dominante" }, "headline": "Hungria diz-se v\u00edtima da \u0022corrente liberal internacional dominante\u0022", "description": "Em entrevista \u00e0 euronews, o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Hungria diz que o seu governo \u00e9 atacado por ser contra a \u0022corrente liberal internacional dominante\u0022", "articleBody": "As poss\u00edveis san\u00e7\u00f5es contra a R\u00fassia devido \u00e0 deten\u00e7\u00e3o de Alexei Navalny, os esfor\u00e7os para atenuar as tens\u00f5es com a Turquia e a quest\u00e3o das vacinas da Covid 19 s\u00e3o alguns dos temas abordados com os ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Hungria e da Gr\u00e9cia, em entrevista \u00e0 euronews. euronews : \u201cEsteve em Moscovo na sexta-feira. Exigiu a liberta\u00e7\u00e3o de Navalny?\u0022 P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201cT\u00ednhamos assuntos bilaterais muito importantes na agenda. Tive de negociar a compra de vacinas da R\u00fassia. Devido \u00e0 atual situa\u00e7\u00e3o de emerg\u00eancia, o nosso regulador nacional autorizou o uso da vacina russa. E, por outro lado, tive que garantir o nosso abastecimento em g\u00e1s, para o futuro, porque o nosso contrato de compra de g\u00e1s russo vai expirar no outono. T\u00ednhamos quest\u00f5es bilaterais muito importantes na agenda e as negocia\u00e7\u00f5es cingiram-se apenas \u00e0s quest\u00f5es bilaterais \u201d. \u0022A diversifica\u00e7\u00e3o das fontes e rotas de g\u00e1s \u00e9 muito importante\u0022 euronews : \u201cEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o do g\u00e1s, muitas pessoas aqui em Bruxelas dizem que a Alemanha deveria interromper os projetos Nord Stream 2 por causa da quest\u00e3o Navaliy. Acha que \u00e9 um cen\u00e1rio realista? \u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria: \u201cDevemos deixar a Alemanha discutir e tomar decis\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a essa quest\u00e3o. Mas o que posso dizer \u00e9 que a quest\u00e3o da diversifica\u00e7\u00e3o, quando se trata do abastecimento de g\u00e1s da Europa, tanto a diversifica\u00e7\u00e3o das rotas como das fontes, \u00e9 importante. O g\u00e1s ainda desempenha um papel muito importante no abastecimento de energia de todo o continente. \u201d euronews : \u201cCom a presid\u00eancia de Joe Biden, inicia-se uma nova era nas rela\u00e7\u00f5es h\u00fangaro-americanas. A Hungria foi um dos poucos pa\u00edses a apoiar abertamente Donald Trump. O primeiro-ministro Orb\u00e1n disse que n\u00e3o tem um plano B. E agora, o governo h\u00fangaro tem um plano B? \u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201cN\u00e3o \u00e9 exagerado dizer que entre 2016 e 2020 tivemos o melhor relacionamento pol\u00edtico de sempre entre os dois pa\u00edses, em grande parte devido ao \u00f3timo relacionamento pessoal entre o ex-presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro da Hungria. Agora, esperamos que as nossas rela\u00e7\u00f5es pol\u00edticas permane\u00e7am t\u00e3o fortes como nos \u00faltimos quatro anos. \u201d euronews : \u201cCriticou pessoalmente Joe Biden e o filho. Pediu que fosse esclarecida a quest\u00e3o da alegada corrup\u00e7\u00e3o na Ucr\u00e2nia. Arrepende-se de o ter feito? \u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201cQuando citamos os factos, temos que ser exatos. O que aconteceu foi o seguinte. N\u00e3o critiquei ningu\u00e9m. O meu trabalho n\u00e3o \u00e9 discutir a qualidade dos candidatos \u00e0 presid\u00eancia de outros pa\u00edses. Mas Biden criticou a Hungria e disse que \u00e9ramos um pa\u00eds autocr\u00e1tico. Isso mostra uma esp\u00e9cie de falta de respeito e de confian\u00e7a. Embora isso se tenha ado na campanha eleitoral e pode explicar-se pelo facto de, nas campanhas eleitorais, se dizerem coisas que n\u00e3o se dizem depois. Mas, obviamente, pedimos mais respeito em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Hungria. E, temos quase certeza de que, se o novo presidente quiser negociar com a Europa Central, estamos prontos para cooperar\u201d. euronews : \u0022\u00c9 respons\u00e1vel no governo h\u00fangaro pela compra de vacinas da Covid 19 fora da Uni\u00e3o Europeia. E critica duramente a estrat\u00e9gia de Bruxelas de negociar em conjunto a compra de vacinas. Isso n\u00e3o \u00e9 um segredo, mas, gostaria de saber: a Hungria estaria melhor sem a estrat\u00e9gia europeia comum e a competir com a Alemanha, a Fran\u00e7a e outros pa\u00edses?\u0022 P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201cO que eu observo \u00e9 o seguinte: o fabricante a quem a Uni\u00e3o Europeia deu prioridade est\u00e1 a entregar mais vacinas aos EUA, ao Reino Unido e a Israel do que aos estados membros da UE. \u00c9 um facto que tem de ser explicado pelo menos em parte. As expectativas eram muito altas e agora vemos que as entregas s\u00e3o muito mais lentas e h\u00e1 muito menos vacina do que o esperado. Mesmo assim, algumas institui\u00e7\u00f5es e alguns burocratas europeus continuam a atacar os pa\u00edses que procuram alternativas. Para n\u00f3s, a vacina n\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o pol\u00edtica. Para n\u00f3s, a vacina n\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o de ideologia. \u00c9 a vida das pessoas que temos de salvar. \u00c9 por isso que negociamos com os russos, ou chegamos a acordo com os russos, porque nosso regulador nacional deu uma autoriza\u00e7\u00e3o, de emerg\u00eancia, para o uso da vacina russa na Hungria. \u201d euronews : \u0022Quem ser\u00e1 o respons\u00e1vel pelo uso da vacina russa?\u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria: \u201cO nosso regulador nacional estudou a vacina, fisicamente e virtualmente. Recebeceu as amostras, visitou os locais onde as vacinas est\u00e3o a ser produzidas, estudou a documenta\u00e7\u00e3o e aprovou o uso da vacina russa. Entendo que todos gostem de falar sobre quest\u00f5es filos\u00f3ficas, mas o nosso regulador nacional aprovou a vacina russa com base na documenta\u00e7\u00e3o, e teve em conta os eventuais efeitos secund\u00e1rios, eu, enquanto pol\u00edtico, n\u00e3o podia fazer mais nada sen\u00e3o um acordo com os russos. As quest\u00f5es cient\u00edficas devem ser deixadas para as pessoas formadas para o efeito. euronews : \u201cEm dezembro, a Uni\u00e3o Europeia aprovou o or\u00e7amento para os pr\u00f3ximos sete anos. H\u00e1 uma nova ferramenta associada ao or\u00e7amento, o chamado mecanismo de Estado de Direito. Acha que, por causa desse mecanismo, a Hungria vai receber menos fundos europeus? \u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201cN\u00e3o. Por que raz\u00e3o deveria ser assim? N\u00e3o temos problemas com as condi\u00e7\u00f5es do Estado de direito nem com as condi\u00e7\u00f5es da democracia. Somos uma democracia e o Estado de direito est\u00e1 claramente em vigor na Hungria. \u201c euronews : \u0022Ent\u00e3o, por que raz\u00e3o a Hungria vetou o documento? P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria : \u201or causa da nossa experi\u00eancia. Desde que cheg\u00e1mos ao poder, temos sido atacados por quest\u00f5es pol\u00edticas e ideol\u00f3gicas. Dizem que se trata do Estado de Direito, mas, esses ataques n\u00e3o t\u00eam nada a ver com o Estado de Direito. Estamos a ser atacados devido \u00e0s nossas ideias sobre a imigra\u00e7\u00e3o, sobre a fam\u00edlia e sobre patriotismo. N\u00e3o tem nada a ver com o Estado de Direito. Estamos continuamente sob ataque por raz\u00f5es pol\u00edticas, porque a corrente liberal internacional dominante n\u00e3o digere o que estamos a fazer, porque representamos uma abordagem patri\u00f3tica e democrata-crist\u00e3. Mas a verdade \u00e9 somos bem sucedidos.\u201d euronews : \u201cNo entanto, 25 estados membros apoiaram o mecanismo. Fazem todos parte da corrente liberal? \u201d P\u00e9ter Szijj\u00e1rt\u00f3, Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e do Com\u00e9rcio, Hungria: \u201cNunca comentei as posi\u00e7\u00f5es de outros pa\u00edses porque o respeito m\u00fatuo \u00e9 importante. Respeito a posi\u00e7\u00e3o deles e o facto de verem essa quest\u00e3o sob um \u00e2ngulo diferente. Eles n\u00e3o est\u00e3o sob ataque h\u00e1 11 anos. E entendo que eles tenham uma abordagem diferente. Nunca fiz coment\u00e1rios em rela\u00e7\u00e3o a isso. Eles t\u00eam o direito de faz\u00ea-lo, da mesma maneira que n\u00f3s temos o direito de exercer um veto sobre essa quest\u00e3o, porque o exerc\u00edcio do veto em rela\u00e7\u00e3o a esta e a outras quest\u00f5es \u00e9 garantido pelo tratado da Uni\u00e3o Europeia. Questionar o nosso direito a discutir a quest\u00e3o e p\u00f4r em causa o nosso direito ao debate \u00e9 muito antidemocr\u00e1tico. \u201d \u0022Esperemos que a Turquia veja \u0022onde est\u00e1 o interesse da sociedade turca\u0022 A euronews entrevistou o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Gr\u00e9cia sobre as rela\u00e7\u00f5es com a Turquia e com os Estados Unidos. euronews : \u0022Estamos em Bruxelas com o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Gr\u00e9cia, Nikos Dendias. Em primeiro lugar, apesar dos apelos de alguns Estados-Membros, incluindo os Estados B\u00e1lticos e a Pol\u00f3nia, os ministros dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da UE decidiram evitar novas san\u00e7\u00f5es, contra representantes da R\u00fassia, pela deten\u00e7\u00e3o de Alexei Navalny. Concorda com esta abordagem? Como \u00e9 a Europa deve lidar com a R\u00fassia nesta fase?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia: \u0022Concordamos com a posi\u00e7\u00e3o da grande maioria dos Estados-Membros expressa por Josep Borrell, ou seja, devemos dar uma oportunidade \u00e0 R\u00fassia para reconsiderar o problema. E daqui a 30 dias, vamos discutir o assunto novamente. euronews : \u0022Vamos falar das san\u00e7\u00f5es discutidas durante meses sobre as atividades ilegais da Turquia no Mediterr\u00e2neo Oriental O ministro dos Neg\u00f3cios estrangeiros alem\u00e3o disse claramente que a nova atmosfera positiva que vem do lado turco n\u00e3o deve ser prejudicada por novas san\u00e7\u00f5es. Acha que essa atmosfera recente justifica a retirada das san\u00e7\u00f5es? Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia: \u0022Deixe-me dizer que as san\u00e7\u00f5es n\u00e3o estavam em cima da mesa. Heiko Maas disse exatamente o que acabou de dizer, mas as san\u00e7\u00f5es n\u00e3o foram discutidas, n\u00e3o estavam na agenda. O que estamos a discutir s\u00e3o assuntos da atualidade, como referiu, a grande mudan\u00e7a na pol\u00edtica turca. Depois da diplomacia das armas, a Turquia come\u00e7ou a esfor\u00e7ar-se para convencer toda a gente de que est\u00e1 a tornar-se num interlocutor normal e de que vai discutir connosco com base no direito internacional. Vamos esperar para ver o que os turcos v\u00e3o fazer. euronews : \u0022Quer dizer que as san\u00e7\u00f5es ainda est\u00e3o em cima da mesa?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia: \u0022A Uni\u00e3o Europeia afirma que as san\u00e7\u00f5es est\u00e3o em cima da mesa e espera que n\u00e3o sejam implementadas. E para que n\u00e3o seja implementadas, a Turquia deve respeitar o direito internacional. euronews : Ser\u00e1 que n\u00e3o h\u00e1 um risco de a Turquia querer obter algo gra\u00e7as a essa atitude positiva em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 UE e, finalmente, voltar ao que era antes? Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022Esperemos que o presidente Erdogan e meu amigo Mevl\u00fct \u00c7avu\u015fo\u011flu vejam claramente onde est\u00e1 o interesse da sociedade turca. E sou uma das pessoas que acredita que o verdadeiro interesse da sociedade turca e da pr\u00f3pria Turquia reside nas boas rela\u00e7\u00f5es com a Uni\u00e3o Europeia. E talvez, quem sabe, no futuro, a Turquia possa ser membro da Uni\u00e3o Europeia. Mas isso implica rela\u00e7\u00f5es mais estreitas e uma ades\u00e3o plena ao acervo europeu. Mas permita-me que recorde que o acervo europeu consiste tamb\u00e9m, naturalmente, na Conven\u00e7\u00e3o Internacional sobre o Direito do Mar. A Turquia deve aceit\u00e1-la. euronews : \u0022Falemos das conversas explorat\u00f3rias retomadas pela primeira vez em cinco anos. Qual \u00e9 a expectativa realista em rela\u00e7\u00e3o a este processo?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022Tenho de concordar com todos os que dizem que se trata de um o importante. Mas devo dizer que n\u00e3o \u00e9 um grande o. As conversas explorat\u00f3rias n\u00e3o s\u00e3o negocia\u00e7\u00f5es, s\u00e3o conversa\u00e7\u00f5es ao n\u00edvel dos embaixadores, que procuram definir os termos de refer\u00eancia para que haja negocia\u00e7\u00f5es reais. Tivemos a primeira reuni\u00e3o desse tipo em cinco anos. Mas, sejamos francos, a Turquia interrompeu as reuni\u00f5es em 2016, n\u00e3o foi a Gr\u00e9cia, como afirma a Turquia, mas bom, tudo bem, avancemos. O importante \u00e9 que o di\u00e1logo foi retomado. Houve a primeira reuni\u00e3o. Foi apenas um \u0022encontro para marcar o reencontro\u0022. Vamos ver o que se a a partir da\u00ed\u0022. euronews : \u0022Quais s\u00e3o as suas linhas vermelhas neste processo?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022N\u00e3o vamos definir as discuss\u00f5es em fun\u00e7\u00e3o de linhas vermelhas, vamos tentar ver o lado positivo das coisas. A Turquia decidiu, afinal, que a diplomacia das armas n\u00e3o leva a nada e fizeram um esfor\u00e7o para chegar a um entendimento com a Gr\u00e9cia, com Chipre, com a Uni\u00e3o Europeia. \u00c9 algo extremamente importante e espero que possamos trabalhar a partir da\u00ed\u0022. euronews : \u0022Na semana ada, a Gr\u00e9cia estendeu as \u00e1guas territoriais nacionais em dire\u00e7\u00e3o ao oeste e ao mar J\u00f3nico e, disse que quer faz\u00ea-lo tamb\u00e9m a leste. Continua a insistir nesse ponto apesar das advert\u00eancias repetidas da Turquia em rela\u00e7\u00e3o a uma eventual a\u00e7\u00e3o militar?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022Isso j\u00e1 foi anunciado pelo primeiro-ministro Mitsotakis em agosto de 2020. E estender as \u00e1guas territoriais do pa\u00eds \u00e9 um direito que n\u00e3o tem de ser negociado com mais ningu\u00e9m. \u00c9 um direito soberano da Gr\u00e9cia e a Gr\u00e9cia n\u00e3o deixar\u00e1 de o excercer sempre que o governo grego considerar que \u00e9 o momento apropriado. Al\u00e9m disso, essa quest\u00e3o n\u00e3o servir\u00e1 de base a qualquer negocia\u00e7\u00e3o nem com a Turquia, nem com ningu\u00e9m\u0022. euronews : \u0022Quando falamos dos diferendos entre a Gr\u00e9cia e a Turquia no Mediterr\u00e2neo oriental, centramo-nos principalmente na explora\u00e7\u00e3o dos recursos naturais. A Gr\u00e9cia fez muitos acordos com v\u00e1rios pa\u00edses da regi\u00e3o, incluindo Israel e o Egito. Isso significa que a Gr\u00e9cia pode seguir em frente sem a Turquia?\u0022 Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022Mas, n\u00e3o queremos excluir a Turquia do que quer que seja. Isso seria absolutamente errado. Queremos envolver a Turquia em tudo. Mas faz\u00ea-lo em fun\u00e7\u00e3o das regras do direito internacional. A Gr\u00e9cia gostaria muito de ter uma rela\u00e7\u00e3o cordial e mutuamente ben\u00e9fica com a Turquia. Acho que \u00e9 um caminho a seguir para a Gr\u00e9cia. E \u00e9 um caminho a seguir para a Turquia. \u00c9 o caminho a seguir para toda a gente\u0022. euronews : \u0022Olhando agora para l\u00e1 da Europa, h\u00e1 uma mudan\u00e7a nos Estados Unidos, uma nova istra\u00e7\u00e3o. Sabemos que Erdogan acabou de perder um grande amigo na Casa Branca. Significa que o novo governo ser\u00e1 mais favor\u00e1vel aos interesses da Gr\u00e9cia? Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u0022N\u00e3o estamos \u00e0 procura de favores da nova istra\u00e7\u00e3o americana. E por falar na amizade entre o presidente Trump e o presidente Erdogan, devo dizer que a Gr\u00e9cia n\u00e3o tem nenhum problema com o secret\u00e1rio Pompeo, pelo contr\u00e1rio. O secret\u00e1rio Pompeo tinha um grande conhecimento dos problemas da regi\u00e3o. Tudo o que ele tentou fazer foi recebido de forma muito positiva pelo lado grego. E a nova istra\u00e7\u00e3o Biden \u00e9 composta por pessoas que t\u00eam um profundo conhecimento dos Balc\u00e3s e do sudeste da Europa e conhecem a situa\u00e7\u00e3o no terreno. Aguardamos com satisfa\u00e7\u00e3o a oportunidade de trabalhar com os Estados Unidos, n\u00e3o porque esperamos favores da parte deles, mas porque trabalhar com pessoas que conhecem a regi\u00e3o, \u00e9 extremamente \u00fatil para resolver os diferendos existentes. euronews : \u0022Muitos funcion\u00e1rios e l\u00edderes da Uni\u00e3o Europeia dizem frequentemente que desejam coordenar a pol\u00edtica externa com a nova istra\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos nesta nova era das rela\u00e7\u00f5es transatl\u00e2nticas. O que \u00e9 que isso significa para si? Nikos Dendias, ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros, Gr\u00e9cia : \u201cVamos ser francos. \u00c9 muito importante que a Uni\u00e3o Europeia e os Estados Unidos estejam em sintonia. Porque acreditamos nas mesmas regras e nos mesmos princ\u00edpios. Por isso, \u00e9 muito importante que nos aproximemos e, sejam quais forem as diferen\u00e7as, que tentemos resolver esses problemas e seguir em frente juntos. Existe um entendimento profundo entre os Estados Unidos e a Uni\u00e3o Europeia. E eu tenho que sublinhar que \u00e9 um ponto a partir do qual podemos construir algo\u0022. ", "dateCreated": "2021-01-25T13:28:04+01:00", "dateModified": "2021-01-27T18:57:10+01:00", "datePublished": "2021-01-27T18:50:44+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F31%2F69%2F70%2F1440x810_cmsv2_32b55889-b6c6-56ed-912e-adbd9b98b4d6-5316970.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Em entrevista \u00e0 euronews, o ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da Hungria diz que o seu governo \u00e9 atacado por ser contra a \u0022corrente liberal internacional dominante\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F31%2F69%2F70%2F432x243_cmsv2_32b55889-b6c6-56ed-912e-adbd9b98b4d6-5316970.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

Hungria diz-se vítima da "corrente liberal internacional dominante"

Hungria diz-se vítima da "corrente liberal internacional dominante"
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Em entrevista à euronews, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria diz que o seu governo é atacado por ser contra a "corrente liberal internacional dominante"

As possíveis sanções contra a Rússia devido à detenção de Alexei Navalny, os esforços para atenuar as tensões com a Turquia e a questão das vacinas da Covid 19 são alguns dos temas abordados com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Hungria e da Grécia, em entrevista à euronews.

euronews: “Esteve em Moscovo na sexta-feira. Exigiu a libertação de Navalny?"

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Tínhamos assuntos bilaterais muito importantes na agenda. Tive de negociar a compra de vacinas da Rússia. Devido à atual situação de emergência, o nosso regulador nacional autorizou o uso da vacina russa. E, por outro lado, tive que garantir o nosso abastecimento em gás, para o futuro, porque o nosso contrato de compra de gás russo vai expirar no outono. Tínhamos questões bilaterais muito importantes na agenda e as negociações cingiram-se apenas às questões bilaterais ”.

"A diversificação das fontes e rotas de gás é muito importante"

euronews: “Em relação à questão do gás, muitas pessoas aqui em Bruxelas dizem que a Alemanha deveria interromper os projetos Nord Stream 2 por causa da questão Navaliy. Acha que é um cenário realista? ”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Devemos deixar a Alemanha discutir e tomar decisões em relação a essa questão. Mas o que posso dizer é que a questão da diversificação, quando se trata do abastecimento de gás da Europa, tanto a diversificação das rotas como das fontes, é importante. O gás ainda desempenha um papel muito importante no abastecimento de energia de todo o continente. ”

euronews
Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungriaeuronews

euronews: “Com a presidência de Joe Biden, inicia-se uma nova era nas relações húngaro-americanas. A Hungria foi um dos poucos países a apoiar abertamente Donald Trump. O primeiro-ministro Orbán disse que não tem um plano B. E agora, o governo húngaro tem um plano B? ”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Não é exagerado dizer que entre 2016 e 2020 tivemos o melhor relacionamento político de sempre entre os dois países, em grande parte devido ao ótimo relacionamento pessoal entre o ex-presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro da Hungria. Agora, esperamos que as nossas relações políticas permaneçam tão fortes como nos últimos quatro anos. ”

euronews: “Criticou pessoalmente Joe Biden e o filho. Pediu que fosse esclarecida a questão da alegada corrupção na Ucrânia. Arrepende-se de o ter feito? ”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Quando citamos os factos, temos que ser exatos. O que aconteceu foi o seguinte. Não critiquei ninguém. O meu trabalho não é discutir a qualidade dos candidatos à presidência de outros países. Mas Biden criticou a Hungria e disse que éramos um país autocrático. Isso mostra uma espécie de falta de respeito e de confiança. Embora isso se tenha ado na campanha eleitoral e pode explicar-se pelo facto de, nas campanhas eleitorais, se dizerem coisas que não se dizem depois. Mas, obviamente, pedimos mais respeito em relação à Hungria. E, temos quase certeza de que, se o novo presidente quiser negociar com a Europa Central, estamos prontos para cooperar”.

Para nós, a vacina não é uma questão política. Para nós, a vacina não é uma questão de ideologia.
Péter Szijjártó
Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria

euronews: "É responsável no governo húngaro pela compra de vacinas da Covid 19 fora da União Europeia. E critica duramente a estratégia de Bruxelas de negociar em conjunto a compra de vacinas. Isso não é um segredo, mas, gostaria de saber: a Hungria estaria melhor sem a estratégia europeia comum e a competir com a Alemanha, a França e outros países?"

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “O que eu observo é o seguinte: o fabricante a quem a União Europeia deu prioridade está a entregar mais vacinas aos EUA, ao Reino Unido e a Israel do que aos estados membros da UE. É um facto que tem de ser explicado pelo menos em parte. As expectativas eram muito altas e agora vemos que as entregas são muito mais lentas e há muito menos vacina do que o esperado. Mesmo assim, algumas instituições e alguns burocratas europeus continuam a atacar os países que procuram alternativas. Para nós, a vacina não é uma questão política. Para nós, a vacina não é uma questão de ideologia. É a vida das pessoas que temos de salvar. É por isso que negociamos com os russos, ou chegamos a acordo com os russos, porque nosso regulador nacional deu uma autorização, de emergência, para o uso da vacina russa na Hungria. ”

euronews: "Quem será o responsável pelo uso da vacina russa?”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria:“O nosso regulador nacional estudou a vacina, fisicamente e virtualmente. Recebeceu as amostras, visitou os locais onde as vacinas estão a ser produzidas, estudou a documentação e aprovou o uso da vacina russa. Entendo que todos gostem de falar sobre questões filosóficas, mas o nosso regulador nacional aprovou a vacina russa com base na documentação, e teve em conta os eventuais efeitos secundários, eu, enquanto político, não podia fazer mais nada senão um acordo com os russos. As questões científicas devem ser deixadas para as pessoas formadas para o efeito.

Estamos a ser atacados devido às nossas ideias sobre a imigração, sobre a família e sobre patriotismo. Não tem nada a ver com o Estado de Direito.
Péter Szijjártó
Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria

euronews: “Em dezembro, a União Europeia aprovou o orçamento para os próximos sete anos. Há uma nova ferramenta associada ao orçamento, o chamado mecanismo de Estado de Direito. Acha que, por causa desse mecanismo, a Hungria vai receber menos fundos europeus? ”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Não. Por que razão deveria ser assim? Não temos problemas com as condições do Estado de direito nem com as condições da democracia. Somos uma democracia e o Estado de direito está claramente em vigor na Hungria. “

euronews: "Então, por que razão a Hungria vetou o documento?

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Por causa da nossa experiência. Desde que chegámos ao poder, temos sido atacados por questões políticas e ideológicas. Dizem que se trata do Estado de Direito, mas, esses ataques não têm nada a ver com o Estado de Direito. Estamos a ser atacados devido às nossas ideias sobre a imigração, sobre a família e sobre patriotismo. Não tem nada a ver com o Estado de Direito. Estamos continuamente sob ataque por razões políticas, porque a corrente liberal internacional dominante não digere o que estamos a fazer, porque representamos uma abordagem patriótica e democrata-cristã. Mas a verdade é somos bem sucedidos.”

Estamos continuamente sob ataque por razões políticas, porque a corrente liberal internacional dominante não digere o que estamos a fazer, porque representamos uma abordagem patriótica e democrata-cristã.
Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria
Péter Szijjártó

euronews: “No entanto, 25 estados membros apoiaram o mecanismo. Fazem todos parte da corrente liberal? ”

Péter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio, Hungria: “Nunca comentei as posições de outros países porque o respeito mútuo é importante. Respeito a posição deles e o facto de verem essa questão sob um ângulo diferente. Eles não estão sob ataque há 11 anos. E entendo que eles tenham uma abordagem diferente. Nunca fiz comentários em relação a isso. Eles têm o direito de fazê-lo, da mesma maneira que nós temos o direito de exercer um veto sobre essa questão, porque o exercício do veto em relação a esta e a outras questões é garantido pelo tratado da União Europeia. Questionar o nosso direito a discutir a questão e pôr em causa o nosso direito ao debate é muito antidemocrático. ”

euronews
Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros da Gréciaeuronews

"Esperemos que a Turquia veja "onde está o interesse da sociedade turca"

A euronews entrevistou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia sobre as relações com a Turquia e com os Estados Unidos.

euronews: "Estamos em Bruxelas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Nikos Dendias. Em primeiro lugar, apesar dos apelos de alguns Estados-Membros, incluindo os Estados Bálticos e a Polónia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE decidiram evitar novas sanções, contra representantes da Rússia, pela detenção de Alexei Navalny. Concorda com esta abordagem? Como é a Europa deve lidar com a Rússia nesta fase?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Concordamos com a posição da grande maioria dos Estados-Membros expressa por Josep Borrell, ou seja, devemos dar uma oportunidade à Rússia para reconsiderar o problema. E daqui a 30 dias, vamos discutir o assunto novamente.

euronews: "Vamos falar das sanções discutidas durante meses sobre as atividades ilegais da Turquia no Mediterrâneo Oriental O ministro dos Negócios estrangeiros alemão disse claramente que a nova atmosfera positiva que vem do lado turco não deve ser prejudicada por novas sanções. Acha que essa atmosfera recente justifica a retirada das sanções?

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Deixe-me dizer que as sanções não estavam em cima da mesa. Heiko Maas disse exatamente o que acabou de dizer, mas as sanções não foram discutidas, não estavam na agenda. O que estamos a discutir são assuntos da atualidade, como referiu, a grande mudança na política turca. Depois da diplomacia das armas, a Turquia começou a esforçar-se para convencer toda a gente de que está a tornar-se num interlocutor normal e de que vai discutir connosco com base no direito internacional. Vamos esperar para ver o que os turcos vão fazer.

O verdadeiro interesse da sociedade turca e da própria Turquia reside nas boas relações com a União Europeia.
Nikos Dendias
Ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia

euronews: "Quer dizer que as sanções ainda estão em cima da mesa?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "A União Europeia afirma que as sanções estão em cima da mesa e espera que não sejam implementadas. E para que não seja implementadas, a Turquia deve respeitar o direito internacional.

euronews: Será que não há um risco de a Turquia querer obter algo graças a essa atitude positiva em relação à UE e, finalmente, voltar ao que era antes?

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Esperemos que o presidente Erdogan e meu amigo Mevlüt Çavuşoğlu vejam claramente onde está o interesse da sociedade turca. E sou uma das pessoas que acredita que o verdadeiro interesse da sociedade turca e da própria Turquia reside nas boas relações com a União Europeia. E talvez, quem sabe, no futuro, a Turquia possa ser membro da União Europeia. Mas isso implica relações mais estreitas e uma adesão plena ao acervo europeu. Mas permita-me que recorde que o acervo europeu consiste também, naturalmente, na Convenção Internacional sobre o Direito do Mar. A Turquia deve aceitá-la.

euronews: "Falemos das conversas exploratórias retomadas pela primeira vez em cinco anos. Qual é a expectativa realista em relação a este processo?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Tenho de concordar com todos os que dizem que se trata de um o importante. Mas devo dizer que não é um grande o. As conversas exploratórias não são negociações, são conversações ao nível dos embaixadores, que procuram definir os termos de referência para que haja negociações reais. Tivemos a primeira reunião desse tipo em cinco anos. Mas, sejamos francos, a Turquia interrompeu as reuniões em 2016, não foi a Grécia, como afirma a Turquia, mas bom, tudo bem, avancemos. O importante é que o diálogo foi retomado. Houve a primeira reunião. Foi apenas um "encontro para marcar o reencontro". Vamos ver o que se a a partir daí".

Queremos envolver a Turquia em tudo. Mas fazê-lo em função das regras do direito internacional.
Nikos Dendias
ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia

euronews: "Quais são as suas linhas vermelhas neste processo?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Não vamos definir as discussões em função de linhas vermelhas, vamos tentar ver o lado positivo das coisas. A Turquia decidiu, afinal, que a diplomacia das armas não leva a nada e fizeram um esforço para chegar a um entendimento com a Grécia, com Chipre, com a União Europeia. É algo extremamente importante e espero que possamos trabalhar a partir daí".

euronews: "Na semana ada, a Grécia estendeu as águas territoriais nacionais em direção ao oeste e ao mar Jónico e, disse que quer fazê-lo também a leste. Continua a insistir nesse ponto apesar das advertências repetidas da Turquia em relação a uma eventual ação militar?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Isso já foi anunciado pelo primeiro-ministro Mitsotakis em agosto de 2020. E estender as águas territoriais do país é um direito que não tem de ser negociado com mais ninguém. É um direito soberano da Grécia e a Grécia não deixará de o excercer sempre que o governo grego considerar que é o momento apropriado. Além disso, essa questão não servirá de base a qualquer negociação nem com a Turquia, nem com ninguém".

euronews: "Quando falamos dos diferendos entre a Grécia e a Turquia no Mediterrâneo oriental, centramo-nos principalmente na exploração dos recursos naturais. A Grécia fez muitos acordos com vários países da região, incluindo Israel e o Egito. Isso significa que a Grécia pode seguir em frente sem a Turquia?"

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Mas, não queremos excluir a Turquia do que quer que seja. Isso seria absolutamente errado. Queremos envolver a Turquia em tudo. Mas fazê-lo em função das regras do direito internacional. A Grécia gostaria muito de ter uma relação cordial e mutuamente benéfica com a Turquia. Acho que é um caminho a seguir para a Grécia. E é um caminho a seguir para a Turquia. É o caminho a seguir para toda a gente".

A istração Biden é composta por pessoas que têm um profundo conhecimento dos Balcãs e do sudeste da Europa e conhecem a situação no terreno.
Nikos Dendias
ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia

euronews: "Olhando agora para lá da Europa, há uma mudança nos Estados Unidos, uma nova istração. Sabemos que Erdogan acabou de perder um grande amigo na Casa Branca. Significa que o novo governo será mais favorável aos interesses da Grécia?

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: "Não estamos à procura de favores da nova istração americana. E por falar na amizade entre o presidente Trump e o presidente Erdogan, devo dizer que a Grécia não tem nenhum problema com o secretário Pompeo, pelo contrário. O secretário Pompeo tinha um grande conhecimento dos problemas da região. Tudo o que ele tentou fazer foi recebido de forma muito positiva pelo lado grego. E a nova istração Biden é composta por pessoas que têm um profundo conhecimento dos Balcãs e do sudeste da Europa e conhecem a situação no terreno. Aguardamos com satisfação a oportunidade de trabalhar com os Estados Unidos, não porque esperamos favores da parte deles, mas porque trabalhar com pessoas que conhecem a região, é extremamente útil para resolver os diferendos existentes.

euronews: "Muitos funcionários e líderes da União Europeia dizem frequentemente que desejam coordenar a política externa com a nova istração dos Estados Unidos nesta nova era das relações transatlânticas. O que é que isso significa para si?

Nikos Dendias, ministro dos Negócios Estrangeiros, Grécia: “Vamos ser francos. É muito importante que a União Europeia e os Estados Unidos estejam em sintonia. Porque acreditamos nas mesmas regras e nos mesmos princípios. Por isso, é muito importante que nos aproximemos e, sejam quais forem as diferenças, que tentemos resolver esses problemas e seguir em frente juntos. Existe um entendimento profundo entre os Estados Unidos e a União Europeia. E eu tenho que sublinhar que é um ponto a partir do qual podemos construir algo".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

"A transição ecológica é uma resposta à crise económica"

Morreu aos 88 anos o ex-primeiro-ministro grego Costas Simitis

Edmundo González, vencedor do prémio Sakharov, promete regressar à Venezuela "por terra, ar ou mar"