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Mutilação Genital Feminina: Há 200 milhões de vítimas em todo o mundo

AP Photo/Rafiq Maqbool
AP Photo/Rafiq Maqbool Direitos de autor AP Photo/Rafiq MaqboolRafiq Maqbool
Direitos de autor AP Photo/Rafiq Maqbool
De Ana Serapicos
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No dia em que se assinala o "Dia de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina", as Nações Unidas revelam quanto custa por ano tentar erradicar este crime

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Neste dia 6 de fevereiro assinala-se o Dia Internacional de Tolerânia Zero à Mutilação Genital Feminina.

Este crime, que consiste na remoção parcial ou total dos orgãos sexuais externos femininos, continua a ser praticado de forma crescente em vários países do mundo. A média anual de vítimas é de 4,6 milhões. O número pode ultraar os 60 milhões até 2030, segundo as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde.

Estima-se que em todo o mundo existam 200 milhões de vítimas de mutilação genital. Desta amostra, estima-se que 500 mil residem na União Europeia e quase 7 mil deverão viver em Portugal há mais de 15 anos.

O número de casos registados em território português tem aumentado. Em 2019, as autoridades portuguesas registaram 169 vítimas de Mutilação Genital Feminina, mais 65 pessoas em comparação a 2018. Segundo o governo português, o aumento deve-se ao fruto de mais denúncias, mais informação e mais acompanhamento.

Quem conhece o terreno diz que há muito a fazer, que é o caso de Inês Leitão, guionista de um documentário que dá voz às vítimas desta prática. 

Guionista do Documentário "Este é o meu corpo"
Inês LeitãoGuionista do Documentário "Este é o meu corpo"

"Depois de conhecer tantas mulheres vítimas deste crime, posso dizer que ainda há um longo caminho a percorrer.", conta Inês à euronews. 

A guionista do "Este é o meu Corpo", realizado por Daniela Leitão, diz que a língua tornou-se numa 'barreira' no caminho da erradicação desta prática. 

"Trabalhámos com muitas organizações e com mulheres de origem na Guiné-bissau, por exemplo, mas tenho medo de que estejamos a deixar para trás mulheres de origem senegalesa, da Guiné-Conacri, do Egito, etc., tantas outras mulheres que não falam português, e que, em virtude da língua, seja criada uma uma barreira que não está a ser ultraada.", diz Inês Leitão. 

Uma barreira de milhões

A Organização das Nações Unidas ite que se gasta, anualmente, 1.27 milhões de euros em todo o mundo em esforços para pôr um fim à Mutilação Genital Feminina. 

Segundo a agência da ONU, em alguns países, estes custos podem chegar aos 10% em média de todo o gasto anual em saúde. A organização ite também que há casos em que esse número chega a 30%.

A prática é legal em dez países em todo o mundo: Burkina Faso, Djibuti, Egito, Eritreia, Guiné, Mali, Mauritânia, Serra Leoa, Somália e no Sudão, onde 67% a 98% das mulheres com idades entre 15 e 49 anos são mutiladas.

Segundo os especialistas, a ilegalidade não evita que este ritual religioso ou social continue a acontecer. 

"A mutilação genital feminina é uma violação abominável dos direitos humanos e uma forma de violência contra as mulheres - enraizada no desejo de poder e controle que permeia a desigualdade de género. Está na hora de #EndFGM (...)."
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