Pequim fala em "motivações políticas"
O advogado de Meng Wanzhou disse que a diretora financeira (CFO) da Huawei "não deveria ser uma refém" das relações entre a China e os EUA.
Esta terça-feira, a poucos dias de negociações comerciais com Pequim, a justiça dos EUA acusou formalmente o segundo maior fabricante de telemóveis do mundo de 23 crimes.
O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros apelou ao fim da "supressão injustificada" de empresas chinesas.
"Já ou algum tempo desde que os EUA começaram a usar poder estatal para prejudicar a reputação e suprimir certas empresas chinesas numa tentativa de estrangular as operações legítimas. As intenções são fortemente políticas e manipulativas", sublinhou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.
Fraude bancária, obstrução à justiça, conspiração contra os EUA, roubo de propriedade industrial e mais. O Departamento de Justiça acusou a empresa e a CFO de conspirarem para violar sanções norte-americanas ao Irão ao fazerem negócios através através de uma subsidiária que a Huawei tentou ocultar.
"Já em 2007, os funcionários da Huawei começaram, alegadamente, a deturpar o relacionamento da empresa com a afiliada iraniana, chamada Skycom. Os funcionários da Huawei teriam dito a parceiros bancários que a Huawei tinha vendido a participação na Skycom. Mas essas alegações eram falsas. Na verdade, a Huawei vendeu a Skycom a si mesma ", disse, em conferência de imprensa o procurador-geral interino dos EUA, Matthew Whitaker.
Meng Wanzhou foi presa em dezembro em Vancouver, no Canadá. Encontra-se em prisão domiciliária e enfrenta um pedido de extradição dos EUA.