Homem foi suspenso 15 dias, mas a oposição denuncia um comportamento inaceitável e exige a sua demissão.
O Palácio do Eliseu diz que o homem filmado enquanto espancava com violência um manifestante durante o Dia do Trabalhador foi alvo das "mais duras sanções alguma vez aplicadas" a um colaborador da presidência, numa medida alvo de críticas da oposição, que a considera demasiado benevolente.
O Eliseu diz que Alexandre Benalla foi supenso sem salário durante duas semanas e que foi afastado das responsabilidades de coordenação em matéria de segurança durante as deslocações do presidente Macron.
Benalla foi filmado a bater num manifestante, juntamente com vários agentes, protegido com um capacete da polícia, o que não é permitido por lei, já que não integra qualquer força de autoridade.
A Justiça deu então início a uma investigação por "atos de violência cometidos por uma pessoa responsável de uma missão de serviço público, usurpação de funções e usurpação dos símbolos reservados à autoridade pública."
A sanção do colaborador "tem como objetivo punir um comportamento inaceitável e foi aplicada como último aviso antes de um despedimento," disse aos jornalistas um porta-voz do Eliseu.
Mas as críticas à decisão do gabinete da presidência chegam de todos os lados. Laurent Wauquiez, líder dos Republicanos (LR, centro-direita) disse, em entrevista a uma conhecida rádio, que o vídeo era "chocante" e que demonstrava que os próximos do presidente Macron "pensam que estão acima da lei."
Jean-Luc Mélenchon, do Insoumise (esquerda), disse, na Assembleia Nacional (câmara baixa), que o que se ou era inaceitável."
"Quem deu ao senhor Benalla um capacete dos CRS (corpo de intervenção) e uma braçadeira? Quem sabia da presença dele? "Falamos da confiança no Estado e na confiança nas forças de ordem," referiu Mélenchon.
Alexandre Benalla encontrava-se na Praça de Contrescarpe, em Paris, quando foi filmado. Terá pedido autorização para seguir as operações das autoridades durante as manifestações do Primeiro de Maio, de acordo com o Eliseu.
A mesma autorização foi-lhe concedida, diz o gabinete da presidência, porque o adjunto do chefe de gabinete de Macron "tinha o dia livre" e porque se previa que marcasse presença "apenas como observador," ainda que tenha "ultraado as suas competências de forma substancial."
Poucos conheciam, até agora, a exisência de Alexandre Benalla, já que a nomeação dos chargés de mission da presidência sa não é obrigatoriamente anunciada no Journal Officiel (o equivalente francês ao Diário da República em Portugal).
O vespetino francês Le Monde conta que, em 2011, Benalla trabalhou no serviço de segurança do Partido Socialista, tendo sido responsável, pela proteção de Martine Aubry. Um ano depois, colaborou com a campanha de François Hollande. No PS, recordam-no como "inteligente e competente."
Mais tarde, trabalhou com Arnaud Montebourg, na altura ministro da Economia, mas acabou despedido. De acordo com Montebourg, Alexandre Benalla terá querido abandonar o local de um acidente de tráfego que o próprio teria provocado.