Declarações do presidente francês surgem na véspera da 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos e no meio de uma pressão crescente para que as nações transformem décadas de promessas em proteção real do mar.
O presidente francês Emmanuel Macron criticou no domingo a retirada do financiamento para a luta contra as alterações climáticas por parte dos Estados Unidos da América, afirmando que chegou o momento de alcançar um acordo para todo o planeta.
Macron disse isto na véspera da 3ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre os Oceanos e no meio da pressão crescente para que as nações transformem décadas de promessas em proteção real para o mar.
Em declarações a cientistas num dos fóruns paralelos à conferência da ONU, o presidente francês afirmou que "infelizmente, se formos mais ou menos lúcidos, estamos numa altura em que a ciência internacional, que ainda depende muito do financiamento americano, está a retirar esse financiamento, em que temos muitas pessoas que questionam o multilateralismo e estas agências".
Os Estados Unidos não vão participar na cimeira das Nações Unidas sobre os Oceanos, que se realiza em Nice, depois de a istração Trump ter abandonado todos os acordos relacionados com o clima e retirado o financiamento após a sua tomada de posse, em janeiro.
No domingo, Macron apelou às nações para que se comprometam a adotar uma moratória sobre a exploração em águas profundas: "Quero que cheguemos a um acordo para todo o planeta. Porque é completamente louco. É completamente louco ir explorar, ir perfurar num local que não conhecemos. É uma loucura frenética".
30 países comprometeram-se a adotar moratórias sobre os oceanos
Anfitrião da terceira edição da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, Macron disse que cerca de 30 chefes de Estado e de governo se comprometeram com uma moratória sobre a exploração em águas profundas.
"Já somos cerca de 30 a chegar a acordo. Não vamos desistir", sublinhou.
Espera-se que mais de 50 líderes mundiais participem na conferência da ONU, sendo o principal objetivo da cimeira de uma semana a ratificação do Tratado do Alto Mar, que permitirá a conservação em águas internacionais.
Milhares de delegados, incluindo cientistas e defensores do ambiente, começaram a chegar no domingo para a conferência, para enfrentar as crescentes ameaças aos oceanos e a necessidade de transformar as promessas em proteção.
As Nações Unidas classificaram as ameaças como uma emergência global que os oceanos enfrentam à medida que se confrontam com o aumento das temperaturas, a poluição por plásticos que sufoca a vida marinha e a exploração excessiva e implacável de peixes e outros recursos.