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Cada vez mais adultos se interrogam se têm autismo. Estes sinais podem ajudar no diagnóstico

Natasha Nelson foi diagnosticada com autismo em agosto de 2023, pouco depois de a filha mais nova também ter sido diagnosticada
Natasha Nelson foi diagnosticada com autismo em agosto de 2023, pouco depois de a filha mais nova também ter sido diagnosticada Direitos de autor AP Photo/Ben Gray
Direitos de autor AP Photo/Ben Gray
De Euronews com AP
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O número de novos diagnósticos de autismo na idade adulta está a aumentar. Os sinais incluem dificuldades na comunicação ou comportamentos repetitivos.

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Natasha Nelson, uma empresária de 35 anos dos Estados Unidos, não sabia porque é que as pessoas que encontrava pela primeira vez preferiam ter conversas de circunstância em vez de conversas profundas, ou porque é que as pessoas gostam de fazer a cama.

Há alguns anos, foi-lhe diagnosticado autismo, logo após a sua filha mais nova ter recebido o mesmo diagnóstico.

Nos EUA, um estudo publicado no ano ado na JAMA Network Open revelou um aumento de 452% nos diagnósticos de autismo entre adultos norte-americanos com idades compreendidas entre os 26 e os 34 anos, entre 2011 e 2022.

Um estudo de 2021 no Reino Unido, entretanto, descobriu que entre 1998 e 2018, houve um aumento de 787% nos diagnósticos de autismo.

Os pesquisadores desse estudo, que foi publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry, disseram que isso pode ser devido ao aumento da prevalência ou "mais provavelmente, ao aumento da notificação e aplicação do diagnóstico".

"O aumento do diagnóstico entre adultos, mulheres e indivíduos com um funcionamento mais elevado sugere que um maior reconhecimento está na base destas alterações", acrescentam os autores.

Aqui tem mais informações sobre o que deve saber sobre o diagnóstico de autismo em adultos.

O que é o autismo e quando é normalmente diagnosticado?

A perturbação do espetro do autismo é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por uma série de dificuldades intelectuais, linguísticas e sociais, como seguir rigidamente as rotinas, ter interesses fixos ou obsessivos e ter dificuldade em manter o o visual ou compreender a comunicação não-verbal.

O autismo manifesta-se normalmente durante a primeira infância, antes dos 3 anos de idade, segundo o Instituto Pasteur de França.

A Academia Americana de Pediatria recomenda que todas as crianças sejam examinadas logo a partir dos 18 meses.

Porque é que cada vez mais adultos são diagnosticados com autismo?

Na última década, mais adultos têm procurado conhecer a sua própria neurodiversidade, muitas vezes depois de os filhos terem sido diagnosticados ou depois de verem publicações nas redes sociais.

Alguns traços de autismo podem ar despercebidos até à idade adulta, quando há novas exigências sociais. Outros podem ter aprendido a esconder certos comportamentos, o que é conhecido como mascaramento.

"Os adultos aprenderam a compensar ao longo do tempo", diz Whitney Ence, psicóloga da Universidade da Califórnia em São Francisco que trabalha com adultos autistas. "Podem ter aprendido a não mostrar certas coisas em público, por isso fazem-nas em privado'".

Há também uma sobreposição de sintomas entre várias perturbações, como o transtorno do défice de atenção e hiperatividade (TDAH) ou o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que podem complicar o diagnóstico de autismo devido a dificuldades com sinais sociais não-verbais ou funções executivas como a capacidade de atenção, a memória de trabalho e a resolução de problemas.

Quais são os sintomas do autismo nos adultos?

Os sintomas apresentam-se de forma diferente em cada pessoa, e muitas das caraterísticas são comuns a pessoas sem autismo, como gostar de rotinas ou de procurar certos detalhes muito precisos quando se pesquisa informação.

No entanto, para corresponder à definição de diagnóstico de autismo, os sintomas têm de causar uma perturbação significativa, afirma Arthur Westover, psiquiatra especializado em autismo no Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas.

"Somos seres humanos em geral. Gostamos de rotinas. O simples facto de termos um pouco de prazer e de nos sentirmos melhor com as rotinas não significa que sejamos autistas", afirmou Westover.

"É um pouco mais profundo do que isso". Russell Lehmann, 34 anos, vive com o seu diagnóstico de autismo há mais de 20 anos. Este orador motivacional tem rotinas que descreve como sendo simultaneamente confortáveis e stressantes.

Comer a mesma comida e comprar as mesmas mercearias, diz, é algo que lhe traz conforto. Mas se não for ao ginásio durante uma hora e meia todos os dias, fica dominado por sentimentos de depressão e fracasso.

"É como se não houvesse ginásio, não houvesse dia", disse, chamando à rotina "um fardo incrivelmente existencial".

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