Num discurso online na cimeira da Iniciativa Trilateral, o presidente ucraniano alertou sobre a possibilidade de a Rússia lançar um novo ataque. A Ucrânia pede mais pressão sobre o Kremlin para um cessar-fogo longo, depois da Rússia anunciar uma pausa nas hostilidades de 8 a 10 de maio.
Volodymyr Zelenskyy acusou a Rússa de estar a "preparar algo, mascarado pelos exercícios militares na Bielorrússia, planeados por Moscovo e Minks, que terão lugar em setembro.
As declarações do presidente ucrâniano aconteceram durante uma participação à distância na Cimeira Trilateral. O líder ucraniano não divulgou as causas que sustentavam as suas afirmações mas, segundo ele, quando a Rússia anuncia exercícios militares, começam os ataques.
"E veja-se a Bielorrússia - a Rússia está a preparar algo para este verão, utilizando exercícios militares como cobertura. Normalmente, é assim que iniciam um novo ataque. Mas onde é que isso vai acontecer? Não sei. Ucrânia? Lituânia? Polónia? Deus queira que não! Mas todos temos de estar preparados".
Zelenskyy apelou a todos os líderes para que aumentem a pressão sobre o Kremlin para que Putin aceite uma trégua na Ucrânia.
"Todos queremos que esta guerra termine de forma justa, sem recompensas para Putin e, sobretudo, sem um único pedaço de terra" - sublinhou
"Toda a Europa, especialmente a região que faz fronteira com a Rússia, deve falar a uma só voz", acrescentou.
Após a conclusão da cimeira do aniversário da Iniciativa Trilateral em Varsóvia, os Estados-membros publicaram uma declaração conjunta condenando a guerra russa contra a Ucrânia. Os dirigentes e chefes de Estado apelaram também à aceleração do processo de adesão da Ucrânia e da Moldávia à União Europeia.
"Reafirmamos o nosso apoio inabalável à Ucrânia, à sua soberania e integridade territorial dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas", lê-se no documento final.
A décima cimeira da Iniciativa Trilateral teve lugar em Varsóvia, no Castelo Real, e contou com a presença de representantes de vinte e três países, incluindo doze presidentes. Os principais temas de discussão foram a segurança e as questões económicas na região.
A Iniciativa Trilateral é constituída por treze países: Áustria, Bulgária, Croácia, República Checa, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia, Eslováquia e Eslovénia. A Ucrânia e a Moldávia têm o estatuto de países associados. Os parceiros estratégicos da iniciativa são: Estados Unidos, Japão, Comissão Europeia e Alemanha.