As investigações sobre a morte de Émile, de dois anos de idade, em França, que terá desaparecido do jardim dos avós, estão em curso há quase dois anos. Os avós e duas outras pessoas foram agora detidos pela polícia. As acusações são de “homicídio” e “ocultação de cadáver”.
Surgiram novas informações sobre o caso por resolver da morte de Émile Soleil, de dois anos de idade, no sul de França: na terça-feira de manhã, os avós e dois dos seus filhos adultos, tios de Émile, foram detidos e colocados sob custódia em Marselha.
O avô de Émile, Philippe Vedovini, juntamente com a mulher e dois dos filhos, foram detidos na manhã de 25 de março por “homicídio” e “ocultação de cadáver”, anunciou o Ministério Público de Aix-en-Provence, em comunicado de imprensa.
Estas detenções inscrevem-se “numa fase de verificação e comparação dos elementos e informações recolhidos durante as investigações efetuadas nos últimos meses”, refere o comunicado do Ministério Público.
A advogada dos avós, Isabelle Colombani, confirmou à AFP a detenção. "Não tenho comentários a fazer, só soube agora”, declarou.
Novas investigações: uma floreira apreendida
No dia 14 de março, os investigadores da unidade “Émile” da secção de investigação de Marselha, que há quase dois anos investigam incessantemente a morte do pequeno Émile Soleil, efetuaram buscas “noturnas” em Haut-Vernet (Alpes-de-Haute-Provence), durante a qual foi apreendida uma grande floreira.
“Os investigadores estão também a realizar operações forenses em vários pontos do país”, acrescentou Jean-Luc Blanchon, o procurador responsável pelo caso, acrescentando que "será feita uma nova declaração no final da investigação".
O funeral de Émile realizou-se a 8 de fevereiro de 2025 na presença de toda a sua família. “O tempo do silêncio deve dar lugar ao tempo da verdade [...]. Não podemos continuar a viver sem respostas, ainda não sabemos o que aconteceu a Émile”, disseram, na altura, os avós do rapaz à BFMTV. Várias centenas de pessoas assistiram à cerimónia.
Émile tinha desaparecido do jardim dos avós
A 8 de julho de 2023, Émile, que estava de férias com os avós na aldeia de montanha de Haut-Vernet, durante o verão, foi dado como desaparecido. Segundo os relatos da época, o rapaz tinha escapado à vigilância do seu avô, de 58 anos - que era, na altura do desaparecimento, o tutor de Émile.
Apesar dos esforços de busca por parte da família, dos conhecidos e dos habitantes da aldeia, ao longo de dias, não foi encontrado qualquer vestígio da criança. Só a 30 de março de 2024, mais de oito meses após o desaparecimento da criança, seriam descobertos ossos e dentes do pequeno Émile num caminho florestal perto de Haut-Vernet. Uma caminhante, habitante local, levou os ossos para casa e depois chamou a Gendarmaria Nacional.
Dois dias mais tarde, a zona foi vasculhada pelos investigadores e foram também encontradas roupas pertencentes à criança.
Após estas descobertas, várias questões ficaram por responder. A principal ava por perceber como é que os ossos tinham sido levados para aquele local: por um animal, ou por um ser humano?
Talvez o interrogatório aos familiares detidos na segunda-feira possa ajudar a esclarecer este mistério.